62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Myrcia sylvatica (G. Meyer) EM FUNÇÃO DO MÉTODO DE EXTRAÇÃO E DO PROCESSAMENTO DA BIOMASSA.
Adrielle Nara Serra Bezerra 1
Leomara Andrade da Silva 1
Celyane dos Reis Batista 2
Rômulo Jólen Bezerra Serique 1
Rosa Helena Veras Mourão 3
Elaine Cristina Pachêco de Oliveira 3
1. UFOPA, Santarém, Acadêmicos do Curso de Ciências Biológicas, Bolsista PIBIC/CNPq
2. UFOPA, Santarém, Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Bolsista IC/FAPESPA
3. Prof. Dr./Orientador, Lab. de Bioprospecção de Biologia Experimental, UFOPA-STM
INTRODUÇÃO:
Os óleos essenciais (OE) são compostos voláteis resultantes do metabolismo secundário das plantas, que podem ser extraídos por vários processos. Dois métodos extrativos bastante conhecidos são a destilação por arraste a vapor d'água e a hidrodestilação. Ambas as técnicas possuem o mesmo princípio, arrastar o óleo volátil através de vapor, sendo que a diferença está na maneira com a qual o material vegetal é preparado. No arraste a vapor, a biomassa não fica em contato com a água, já na hidrodestilação, o material vegetal fica submerso na água, e os óleos voláteis, por possuírem tensão de vapor mais elevada que a  água são arrastados (Sefdkon et. al., 2007). O método extrativo empregado pode influenciar no rendimento e na composição química do OE resultante (Kiran et al., 2005). A Família Myrtaceae é rica em espécies produtoras de óleos essenciais, com destaque para a Myrcia sylvatica (G. Meyer), uma planta aromática bastante comum na região do Baixo Amazonas, que apresenta alto teor de óleo essencial; fator este, que impulsionou o presente estudo, que tem por objetivo analisar a possível variação no teor do óleo volátil desta espécie, quando suas folhas frescas e secas são submetidas à hidrodestilação e arraste a vapor d'água.

 

METODOLOGIA:
A espécie M. sylvatica foi coletada na Comunidade São Pedro, Km 22, Rodovia Everaldo Martins, Santarém-PA, entre 8 e 9 h da manhã, no mês de fevereiro de 2010, época de transição entre a estiagem e o período chuvoso. Após a coleta, parte das folhas foi seca em estufa com circulação de ar a 40 °C durante seis dias; a outra parte foi reservada para extração do óleo essencial a partir da biomassa fresca. Tanto as folhas frescas como as secas foram submetidas à extração de OE em dois métodos: hidrodestilação e arraste a vapor d'água. O tempo de extração foi fixado em 120 min., considerando a partir do inicio da fervura da água contida no balão, realizando-se duas repetições extrativas para cada amostra. O cálculo de rendimento do OE da biomassa foi calculado com base na matéria livre de umidade através da relação do volume de óleo volátil obtido com a massa de material vegetal. A hidrodestilação foi realizada usando o aparelho tipo Clevenger, e a destilação por arraste a vapor utilizando o Minidestilador LINAX Modelo D1 - v2.6, com capacidade para 1 kg de biomassa. Os óleos essenciais obtidos foram armazenados em frascos âmbar e acondicionados em refrigerador, os quais fazem parte da Extratoteca aromática do nosso laboratório.

 

RESULTADOS:

As folhas frescas e secas da espécie em estudo, quando hidrodestiladas, apresentaram média de rendimento de OE e desvio padrão de 1,37% (D.P.: 0,15) e 1,47% (D.P.: 0,12), respectivamente. Quando o material vegetal foi submetido à destilação por arraste a vapor d'água, as médias do rendimento de extração de OE e desvio padrão foram de 1,11% (D.P.: 0,52) para a biomassa fresca, e de 0,71%, (D.P.: 0,02) para biomassa seca em estufa. O cálculo de rendimento foi realizado através da relação do volume de óleo volátil obtido, com a massa de material vegetal utilizada na extração, levando em consideração a umidade desta (43,5%). O menor teor de óleo essencial encontrado pelo método de arraste a vapor d'água pode ser explicado devido a este método ser aberto, o que pode ter influenciado na volatilidade do óleo. Portanto os dados são preliminares, devendo ser repetidos com as devidas observações. O nosso método de hidrodestilação funciona em um sistema fechado, o que pode ter contribuído para valores mais altos no teor de óleo essencial, embora nossos dados estejam de acordo com trabalhos referentes aos efeitos dos métodos de destilação sobre o teor de OE de outras espécies vegetais (Sefidkon et al., 2007).

CONCLUSÃO:

O método de destilação utilizado influenciou no teor de óleo essencial de M. sylvatica. Os melhores rendimentos foram obtidos quando a biomassa foi submetida à hidrodestilação, tanto para folhas frescas, como para folhas secas.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Pará - FAPESPA
Palavras-chave: Óleos essenciais, Métodos de Extração, Myrcia sylvatica.