62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
PRADRONIZAÇÃO DE UM PROTOCOLO PARA CULTURA DE CANA-DE-AÇÚCAR EM CONDIÇÕES CONTROLADAS
Kellya Francisca mendonça Barreto 1
Ana Cecília Fonseca Ferreira 1
Helaine Cristiane Silva 1
Rosa de Lima Silva 1
Rykson Ramonn Rodrigues de Vasconcelos 1
Katia Castanho Scortecci 1, 2
1. Depto.de Biologia Celular e Genética - UFRN
2. Profa. Dra./Orientadora
INTRODUÇÃO:

A cana-de-açúcar é utilizada como matéria prima para a produção de açúcar e álcool. Após a crise do petróleo, surgiu a importância no mercado de novas fontes de energia renováveis, sendo a cana-de-açúcar a principal fonte produtora de álcool. Sua crescente valorização atraiu a atenção de varias áreas surgindo programa biotecnológico, agronômico, melhoramento genético entre outros. No Brasil algumas variedades geradas pelo Centro Tecnológico Canavieiro estão adaptadas as condições de cultura da região Sudeste, e quando no Nordeste não produzem tanto. Vários fatores interferem nessa adaptação entre eles as condições edafo-climáticas como o tipo de solo, altas temperaturas, clima seco que favorecem a evopo-transpiração. Todas estas condições geram condições de estresse para a planta, o que interfere no seu desenvolvimento e conseqüentemente em sua produção. Com base nesta relevância, esta pesquisa teve como objetivo estabelecer um protocolo para o cultivo de cana-de-açúcar em laboratório com condições controladas (luz, umidade e temperatura), com a finalidade de obter o manejo positivo na ocorrência da germinação e desenvolvimento deste vegetal. A importância de estabelecer este protocolo garante ao grupo de pesquisa matéria prima livres de insetos invasores e patógenos. Viabilizando futuros estudos onde se submete as plântulas de cana-de-açúcar a condições de estresse hídrico e oxidativo, semelhantes ao que ocorre no clima da região Nordeste.

METODOLOGIA:
O material foi coletado na usina Estivas (Junho-Novembro/2009). Este foi cortado em colmos com 2 a 3 gemas, desinfestado com água e sabão, e em seguida plantado em bandejas com substrato de areia lavada ou vermiculita. Todas as plantas foram submetidas às mesmas condições de temperatura, luminosidade e umidade. Os dados referentes à germinação (desenvolvimento e contaminação dos colmos) foram coletados semanalmente.
RESULTADOS:
Numa primeira etapa foi comparado a germinação e desenvolvimento dos colmos em substrato areia ou vermiculita. Neste experimento foi observado que no substrato areia a taxa de germinação foi de 10,8%; enquanto no substrato vermiculita esta taxa foi de 19,5%. A diferença de aproveitamento foi 8,7% maior na vermiculita em relação à areia. O desenvolvimento médio observado das plântulas em areia foi de 4,1cm e em vermiculita de 4,7cm. O substrato vermiculita é um mineral semelhante a mica, quando submetido a um aquecimento explodem transformando-se em flocos. Cada floco expandido trás consigo oxigênio e a capacidade de reter água e nutrientes (NPK). Provavelmente devido a estas características físico-químicas permitiu um melhor desenvolvimento das plântulas. Além disso, observou-se que os colmos com três gemas obteve um melhor desenvolvimento, nascendo primeiro as gemas da base em seguida a central. Com base nestes resultados foi realizado um novo experimento agora utilizando apenas o substrato vermiculita. Só que neste experimento os colmos foram divididos em dois grupos. No primeiro grupo os colmos foram colocados apenas no substrato e no segundo grupo as extremidades dos colmos foram seladas com parafina. Neste experimento foi observado que o surgimento das primeiras gemas ocorreu entre 5 e 7 dias nos colmos com parafina, resultando no desenvolvimento de 128 plantas e 0% de morte vegetal. Enquanto os colmos sem parafina a germinação ocorreu entre 10 a 15 dias, e que somente 78 plantas se desenvolveram completamente, tendo assim uma taxa de morte de 50%. Comparando-se estas duas condições pode-se verificar que o desenvolvimento médio das plantas com parafina foi maior em relação das plantas sem parafina.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados obtidos pode-se afirmar que os colmos isolados com a extremidade selada com parafina apresentam uma melhor eficiência na germinação e desenvolvimento das plântulas, devido a uma proteção contra a perda de água e ataque de fungos, permitindo assim um melhor desenvolvimento das gemas e plântulas, deste modo o protocolo foi estabelecido. Tornando agora possíveis estudos moleculares com plantas de cana-de-açúcar crescidas em condições controladas.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Cana-de-açúcar;, Vermiculita;, Germinação..