62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE VIOLÊNCIA SOFRIDAS PELOS ENFERMEIROS QUE TRABALHAM EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIA DA GRANDE NATAL/RN
Karolina de Moura Manso da Rocha 1
Glaucea Maciel de Farias 1
Luiz Alves Morais Filho 1
Ana Cristina Feitosa de Oliveira 1
Isabel Karolyne Fernandes Costa 1
Mirna Cristina da Silva Freitas 1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
INTRODUÇÃO:
A violência no trabalho foi uma questão negligenciada durante muito tempo, especialmente no que se refere aos atos de cunho psicológico. No entanto, a partir da década de 1990, ganhou atenção e dinâmica para se tornar um tema central da modelação de política e de ações nos domínios da saúde e da segurança, gestão de recursos humanos e desenvolvimento organizacional (DI MARTINO, 2002). Nesse sentido, a violência ocupacional pode ser entendida como um incidente em que pessoas são abusadas, ameaçadas ou agredidas, em circunstâncias relacionadas ao seu trabalho, envolvendo um desafio implícito ou explícito, para a sua segurança, bem estar ou saúde (DI MARTINO, 2002; CAMERINO et al., 2008). Partindo dessa perspectiva elaboramos os seguintes questionamentos: quem são os enfermeiros que trabalham no setor de urgência em um hospital em Natal/RN? Quais os tipos de violências sofridas pelos enfermeiros no setor de urgência? Tendo como objetivos: caracterização dos enfermeiros que trabalham no setor de urgência em um hospital em Natal/RN; caracterização dos tipos de violência sofrida pelos enfermeiros no serviço de urgência.
METODOLOGIA:
Estudo exploratório descritivo com abordagem quantitativa, realizado no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho (PSCS) do Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o parecer nº 052/2009. A população foi composta pelos enfermeiros que atuam no Pronto-socorro, nos setores de Triagem, Atendimento Clínico, Observação, Politrauma, Reanimação, Ortopedia e Urgência Pediátrica. A amostra foi do tipo aleatória simples, tomando como base um erro amostral de 5% totalizando assim 26 enfermeiros. Critérios de inclusão: profissionais de ambos os sexos com idade superior a 18 anos, terem mais de 12 meses de tempo de serviço no pronto-socorro, aceitarem participar do estudo e assinarem o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). O tempo de um ano de trabalho nessa unidade se deve ao fato de que a investigação buscou identificar se o sujeito da pesquisa sofreu algum ato de violência nos últimos doze (12) meses de trabalho. Vale ressaltar que esse trabalho faz parte de uma Dissertação de Mestrado
RESULTADOS:
dos 26 enfermeiros estudados, 20 (76,92%) eram do sexo feminino e 06 (23,08%) do sexo masculino com faixas etárias predominantes entre 45 a 50 anos com 08 (30,77%); 14 (53,85%) eram casados, 08 (30,77%) eram solteiros. Quanto à carga horária semanal de trabalho, 25 (96,15%) trabalhavam 40 horas/semanais, e apenas 01 (03,85%) 60 horas/semanais. O predomínio do sexo feminino na Enfermagem é evidente, quando observamos os dados da categoria nos registrados no COREN-RN (COREN-RN, 2009). No que se refere a carga horária de trabalho, segundo o Conselho Internacional de Enfermagem (CIE), uma carga de trabalho elevada, associada ao número reduzido de profissionais, e a dificuldade de relacionamento no ambiente de trabalho, afetam a saúde dos profissionais. (CIE, 2007). Em relação aos tipos de violências sofridas nos últimos 12 meses, 20 (76,92%) sofreram agressão verbal, 08 (30,77%) assédio moral; 02 (7,69%) agressão física e 02 (7,69%) assédio sexual. Confirmando esses achados, vários estudos, evidenciam que a agressão verbal, é o tipo de violência ocupacional mais freqüente (LEUNG et al., 2006). Xavier et al. (2008) afirmam que número desse tipo de violência pode ser atribuído a maior disputa de poder, levando a conflitos mais frequentes entre profissionais de nível superior.
CONCLUSÃO:
A grande maioria da população estudada era do sexo feminino, entre 45 a 50 anos, casados, trabalhavam 40 horas/semanais e sofreram agressão verbal. Concluímos que estudos sobre essa temática são fundamentais, visto que, dentre os profissionais de saúde os enfermeiros são as principais vítimas de violência dentro do seu ambiente de trabalho. Nesse sentido a Enfermagem tem o compromisso de desenvolver conhecimento que vise melhorar as condições de trabalho, assim como a assistência aos pacientes, para que a cada dia se firme como ciência e como profissão.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Violência, Ambiente de trabalho, Enfermagem.