62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 4. Engenharia de Materiais e Metalúrgica
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DO Poli(Metacrilato de metila) (PMMA)  EM RELAÇÃO AO PROCESSAMENTO  DO POLÍMERO  
Sergio Domingos da Silva 1
Edson Noriyuki Ito 2
José Manoel Marconcini 3
Elias Hage Jr 4
Elisângela Barros Dantas 5
Antonio Eduardo Martinelli 6
1. DEMat/UFRN, Natal-RN
2. DEMat/UFRN, Natal-RN
3. CNPDIA/EMBRAPA - SP
4. DEMa/UFSCar - São Carlos-SP
5. LabCim/UFRN, Natal-RN
6. LabCim/UFRN, Natal-RN
INTRODUÇÃO:

O Poli(metacrilato de metila) (PMMA) é um termoplástico rígido, transparente, sintético, com excelente resistência química e mecânica; por isso, de grande aceitação no mercado devido suas propriedades intrínsecas associadas a leveza e moldabilidade. O PMMA destaca-se como um dos polímeros que podem ser utilizado para aplicação médica em enxertos e confecção de lentes de óculos. Um dos fatores que levam aos estudos das propriedades térmicas é o efeito devido à degradação térmica que afeta tempo de vida útil do produto. Neste trabalho foi realizado um estudo utilizando análises térmicas, tais como: termogravimétrica (TG) e calorimetria diferencial exploratória (DSC). O objetivo principal foi de avaliar a variação do nível de absorção de umidade, temperatura de uso e transições térmicas em relação aos diferentes tipos de processos de transformação. O objetivo secundário foi tentar correlacionar o uso de aditivos com o processamento influenciando a propriedade final. Os diferentes tipos de PMMA utilizados foram: i) Puro, que se apresenta na forma de pó obtido da etapa de polimerização; ii) Comum, que foi fornecido em grânulos e aditivado, obtido após o processo de plastificação por extrusão; iii) Elastomérico, que possui nanopartículas de borracha na sua composição.

METODOLOGIA:

Foram utilizados três tipos de PMMA, denominados de ACRIGEL®, fornecido pela Unigel Plásticos S/A. Nos ensaios de termogravimetria (TG) utilizou-se uma atmosfera de Nitrogênio na balança, fluxo de 40 mL/min, atmosfera de ar sintético no forno, fluxo de 60mL/min, razão de aquecimento de 10°C/min, de 23 a 900°C, em um Instrumento TGA Q500 V6.3 Build 189 e porta-amostra de platina. Os ensaios de calorimetria diferencial exploratória (DSC) foi realizada utilizando atmosfera de Nitrogênio, fluxo de 60mL/min e razão de aquecimento 10ºC/min de 10 a 300ºC, num porta-amostra de alumínio fechado. Os ensaios de TG e DSC foram realizados no LNNA-CNPDIA-EMBRAPA. O Processamento foi realizado em uma extrusora dupla rosca co-rotacional, com D=19mm e L/D= 25 em um equipamento da marca P&B Equipament and System, perfil de temperatura de 180/200/210/220/210°C. Os corpos-de-prova foram moldado segundo as especificações da norma ASTM D638 em uma Injetora da marca Arburg Allrounder modelo 270V, perfil de temperatura: 210/220/230/240°C e temperatura do molde de 50°C. O Processamento foi realizado no NRPP-DEMa-UFSCar. O ensaio de tração uniaxial foi realizado em uma máquina universal, célula de carga de 100kN e velocidade de ensaio de 5mm/min no equipamento da marca Shimadzu do Labcim-UFRN.

RESULTADOS:

As análises de TG mostraram perda de menos de 1% em massa até 260 °C, cujo valor é devido à perda de água. Pode-se verificar que o material com maior área superficial absorveu maior porcentagem de água e o que possui um componente não higroscópio, nanopartícula de borracha, absorveu menos água. Verificou-se que o PMMApuro, obtido da etapa de síntese, foi o que iniciou a etapa de degradação (Tonset) a uma temperatura mais baixa (309,89oC), em relação ao comum (314,47oC), que possui estabilizante térmico. O PMMAelastomérico apresentou temperatura de degradação (310,46oC) próximo do PMMApuro, cuja justificativa é devido as nanopartículas borrachosas que alteraram o comportamento do material. A curva da termogravimetria derivada (DTG) para o PMMAelastomérico apresenta um outro pico intermediário a 348°C, supostamente relativo ao inicio do processo de degradação das nanopartículas de borracha. Observou-se no DSC as temperaturas de transição vitrea (Tg) cujos valores são 114,27, 102,87 e 103,52 °C, respectivamente para o PMMA puro, comum e elastomérico. Observou-se que a influência da aditivação e adição de nanopartículas borrachosas no PMMA, conduzindo ao deslocamento da Tg para temperaturas mais baixas. Influenciando desta forma, as propriedades mecânicas.

CONCLUSÃO:

Conclui-se por meio das técnicas de termogravimetria e calorimetria diferencial exploratória a eficiência que estas técnicas podem corroborar com as definições das condições de preparação do material e definição dos parâmetros de processamento.

 

Instituição de Fomento: CNPq - UFRN
Palavras-chave: Caracterização térmica, Poli(metacrilato de metila), Correlação aditivação-processamento-propriedade.