62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
SEXUALIDADE EM TEMAS: CONVERSANDO SOBRE EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA PADRE LUIZ GONZAGA
Pedro Henrique Dorta da Silva 1
Sandra Nazaré Dias Bastos 2
1. Universidade Federal do Pará - Campus de Bragança (Discente - Lic. em Biologia)
2. Universidade Federal do Pará -Campus de Bragança. Profª. MSc. /Orientadora/IECOS
INTRODUÇÃO:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais recomendam às escolas uma ação eficaz no trabalho com a Educação Sexual visando à prevenção do avanço das DST/HIV-Aids em jovens no período escolar. Muitas ações têm sido realizadas nos últimos anos e mesmo com a abordagem desses temas em programas de televisão de cunho jornalístico ou de entretenimento, ainda nos deparamos com o desconhecimento dos jovens à respeito de assuntos como sexualidade, métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, entre outros. Levando isso em consideração, foi realizado um diagnóstico para identificar como os temas relacionados à sexualidade são abordados na EEEFM Padre Luiz Gonzaga, Município de Bragança-Pará, e com isso propor estratégias diferenciadas para abordagem dos temas. Esse trabalho foi desenvolvido por alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas que fazem parte do projeto FORTALECER de iniciação à docência.
METODOLOGIA:
Foi aplicado um questionário para diagnosticar o conhecimento dos alunos sobre Educação Sexual, que continha 15 perguntas inerentes ao tema. Para realização desta atividade houve um dialogo inicial explicando a importância do questionário proposto. O mesmo foi repassado às turmas de 1º ano do Ensino Médio nos turnos da manhã, tarde e noite num total de 85 alunos. O questionário apresentava perguntas sobre idade, sexo, utilização de métodos contraceptivos, forma como o tema é trabalhado em sala de aula e como finalização apresentava uma lista de temas para que os alunos indicassem àqueles de maior interesse. Os questionários não foram identificados para evitar possíveis constrangimentos e o fornecimento de informações falsas.
RESULTADOS:
Foi verificado que as turmas analisadas são compostas por alunos com idade entre 14 e 25 anos, com média de 17 anos. Do total de alunos entrevistados 41 são do sexo masculino e 44 são do feminino. Com relação ao estado civil 91% são solteiros, 8% vivem com companheiro e 1% é casado. Aproximadamente metade dos alunos (48%) afirmou ter vida sexual ativa. Observa-se que a iniciação sexual começou cedo para estes alunos, em média 14 anos. A maioria desses alunos afirma utilizar algum método contraceptivo (83%), no entanto, existem 17% que não utilizam, mas não responderam por que não o fazem. Dos cinco alunos que afirmaram ter filhos, quatro foram pais entre 16 e 18 anos, sendo que a gravidez não foi planejada. A maioria dos alunos (56%) afirma que as questões sobre sexualidade não são trabalhadas na escola. Quando se perguntou aos alunos sobre quais assuntos gostariam de ver abordados em eventos na escola, as respostas envolveram vários assuntos: namoro (14%), o que é sexualidade?, gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e abuso sexual (11%), aborto (10%), métodos contraceptivos (8%), sexualidade precoce (7%), homossexualismo e masturbação (6%) e sistema reprodutor (4%).
CONCLUSÃO:
O desenvolvimento de políticas pedagógicas que trabalhem essas temáticas esbarra em vários problemas que vão desde o tabu inerente às temáticas da sexualidade até a falta de preparo técnico dos professores. Esse levantamento realizado na escola mostra uma realidade que não é diferente em muitas outras escolas brasileiras, como gravidez na adolescência, sexo sem prevenção, iniciação sexual precoce, entre outras. Mostra também a pouca intervenção da escola para reverter ou minimizar esse quadro. Assim, a utilização de metodologias alternativas para a explanação desses temas se fazem necessárias, tais como: jogos didáticos, apresentação teatral, músicas, filmes, entre outros. Dessa forma, o diagnóstico realizado mostra a importância de se trabalhar a Orientação Sexual nas escolas, uma vez que a sexualidade é inerente à vida e à saúde do ser humano desde o seu nascimento até a morte. Diante da atual explicitação da sexualidade, em especial pela mídia, o individuo deve estar amparado para receber e processar tais informações e a escola é o local ideal para que esse trabalho seja realizado.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Pará (UFPA), Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).
Palavras-chave: Sexualidade, Educação Sexual, Escola.