62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
CONHECENDO A QUEIXA ESCOLAR
Sandra Elisabete Santos Morais Donato 1, 2
Élen Borba de Souza 3, 2
Francisco Helder Linhares de Sousa 2, 4
Hellen Jael Cavalcanti Farias 5, 2
Glória Maria Leitão de Souza Melo 6
1. Departamento de Educação, Faculdade de Porto Velho - FIP, Rondônia/RO
2. Pós-Graduação em Psicopedagogia, Centro Universitário de João Pessoa, Unipê
3. Departamento de Psicologia, Universidade Estadual da Paraíba, UEPB
4. Departamento de Letras, Universidade Estadual da Paraíba, UEPB
5. Departamento de Educação, Universidade Federal de Campina Grande, UFCG
6. Profa. Ms./Orientadora - Departamento de Educação - UEPB
INTRODUÇÃO:
Abordar a "queixa escolar" no âmbito educacional implica entender que esta se constitui por um conjunto de fenômenos, considerando as principais dificuldades de aprendizagem presentes no cotidiano escolar como também a relação professor/aluno, necessitando um olhar crítico sobre este. Desse modo, a pesquisa tem como objetivo desenvolver um posicionamento quanto à produção do fracasso escolar, como também discutir as principais dificuldades de aprendizagem presentes no processo de ensino-aprendizagem da educação e o papel de seus atores neste processo. Portanto, conhecer a escola como espaço de socialização do conhecimento são considerações importantes devido à necessidade de trabalhar os aspectos teóricos práticos do ofício de professor com vistas à construção de competência gerais e específicas que proporciona conhecer e intervir na realidade escolar com competência e segurança. Compreender que a participação das práticas escolares na produção do fracasso escolar são as causas das inúmeras dificuldades de aprendizagem e do crescente número de alunos reprovados se faz necessário buscá-las em diferentes instâncias do processo educativo: na política e legislação educacional, na situação do professorado e na valorização do profissional (CAMPOS, 1995).
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada em 2009 em uma escola pública na cidade de Campina Grande, em uma turma do 3º ano com 29 alunos, situada na área periférica. A queixa escolar se faz presente enquanto objeto de estudo e por esta razão a pesquisa delineou-se numa abordagem qualitativa, levando o pesquisador a ter contato direto com o pesquisado, aproximando-o mais da realidade uma vez que "a construção do conhecimento ocorre por meio de dados interligados e relatos detalhados..." (MOREIRA, 2002, p.52). Para esclarecer o problema e as relações da investigação utilizamos um modelo de entrevista semi- estruturada em que as questões seguem um roteiro pré-determinado, e os participantes podem responder abertamente sobre o tema que foi elaborado a queixa escolar, sua história pessoal e profissional, a história da turma, conhecer a visão que esta tinha de escola e educação. Realizamos observação participante (CHIZZOTI, 2001) e encontros tanto individualmente como em grupos, fizemos análise do material didático e acompanhamento da realização de atividades diárias do cotidiano escolar, mesmo em sala de aula realizamos trabalhos diferenciados como: jogo da memória, desenhos e leitura de várias histórias da literatura infantil.
RESULTADOS:
Verificamos durante a observação em sala de aula, que a alta temperatura na sala contribuía para agitação dos alunos. Em relação à entrevista realizada com a professora, esta ocorreu de maneira informal, sendo esta enquanto pedagoga relatou as dificuldades na condução da turma frente ao ensino-aprendizagem, elegendo como estratégias a cobrança de toda turma e em especial um grupo que não eram alfabetizados, considera-se desafiada profissionalmente no trabalho com a turma. Já, com relação aos encontros, observamos que estes serviram para as crianças aprenderem regras de jogos (dominó, jogo da memória, percepção visual por meio de encaixe), sendo possível perceber as potencialidades das mesmas quando estas se dedicaram, concentraram e descobriram o sentido em cada atividade realizada. Contudo acreditamos que o olhar sob o educador, não se determina em um único papel, mas múltiplos, e um dos que consideramos importante, é a busca de possibilidades no fazer pedagógico, que transcende a lógica do pode, não pode, é possível, não é possível. Possibilidades como alicerces para a construção de novos sentidos e realidades devendo ser este seu maior objetivo.
CONCLUSÃO:
Compreendendo a "Queixa Escolar" como um dos fatores determinantes a segregação de crianças que não possuem oportunidade ou condições de desenvolver-se plenamente, no qual esta não pode mais ser atribuída às crianças ou as suas famílias, sendo fruto das relações produzidas na escola frente às relações do processo ensino-aprendizagem. Nesse processo, para cada aprender existe uma forma de ensinar, sendo de essencial importância a parceria professor/aluno, pois é o influenciará no desenvolvimento do aluno. A função social da escola é de formar cidadãos críticos e reflexivos para inserir na realidade, porém o que se nota é que em nossa educação a escola promove o estigma homogeneizando as classes numa prática defendida com os argumentos de facilitar o trabalho do professor e de melhorar o rendimento das crianças. "Na verdade, sabemos que esta divisão dos alunos em busca da homogeneidade é ilusória e perigosa, pois é estigmatizante e mais impeditiva do que benéfica à progressão escolar" (PATTO, 1990 apud COLLARES e MOYSÉS, p. 42). Contudo, o fracasso muitas vezes paira o universo escolar a partir dos indicadores de generalizar e supor a capacidade do professor de identificar com rapidez que crianças vão aprender e quais não vão.
Palavras-chave: Queixa escolar , Ensino - aprendizagem , Professor/Aluno.