A ordem Coleoptera é encontrada em quase todos os hábitats e alimentam-se de uma variedade de materia de origem animal e vegetal. De acordo com o hábito alimentar das diferentes espécies da família Scarabaeidae, estão classificadas em cinco tipos de dieta: coprófagas, que se alimentam de fezes; necrófagas, que se alimentam de carcaças; saprófagas, que se alimentam de material vegetal em decomposição, micetófagas que se alimentam de fungos e os generalistas.

Inclui indivíduos que variam em cor e hábitos, tem corpo robusto, oval ou alongado, conhecidos popularmente como "escaravelho". Alguns podem atingir mais de 10 cm de comprimento e estruturas diferenciadas na cabeça e protórax, como chifres, presentes apenas nos machos, que os tornam um dos grupos mais exóticos entre os coleópteros.

O comportamento sobre hábitos alimentares foi estudado por Cavalcanti el al., (2009) para a sub família Scarabaeinae e Ridsdill-Smith (1981), demonstrou que a importância do hábito alimentar desta subfamília pode ser empregado no controle biológico das moscas parasitas de rebanhos.

Este trabalho teve como objetivo determinar a preferência alimentar e longevidade de duas espécies de Magasoma mantidas em ambiente de Laboratório.

Os adultos são provenientes de duas localidades diferentes. Um macho e uma fêmea de Megasoma sp 1 foram coletados na Província Petrolífera da Base Operacional Geólogo Pedro de Moura, município de Coari-AM., em agosto/2009. Os exemplares foram atraídos pelas luzes das lâmpadas localizadas no entorno do prédio Administrativo/residencial Vitória Régia, no início da noite, com diferença de dois dias entre a coleta de um para o outro. O terceiro adulto macho de Megasoma sp 2 foi coletado numa plantação de mandioca, município do Careiro, Lago Janauacá/AM, rio Solimões, em outubro/2009.

Megasoma sp 1 e M. sp 2 foram mantidos em recipiente plástico de 36 cm de diâmetro, forrado com seixo e madeira, no laboratório de Pedobiologia da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - CPEC/INPA, com temperatura média de 22 °C. A oferta alimentar variou de acordo com a época e a disponibilidade das frutas, oferecendo-se banana, melância, cajú, goiaba, manga, melão, maçã e carambola. Diariamente o recipiente era lavado para evitar proliferação de fungos e ataque de Formicidae. O comportamento das espécies foi documentado com câmera fotográfica digital. Para a identificação adotou-se as referências de Triplehorn & Johnson, 2005; Borror & DeLong, 1969.

A oferta alimentar ocorreu diariamente pela manhã, sendo reduzida ou interrompida nos fins de semana e feriados. Dos oito tipos de frutas oferecidas aos besouros, as mais consumidas por ordem de preferência foram manga, melância, macã, banana. E as menos apreciadas foram melão e goiaba. Cajú e carambola foram totalmente recusados pelas duas espécies. Foi observado no comportamento das duas espécies durante a alimentação, sua permanência por longo período, parados, sugando a fruta.

Durante o período de observação no Laboratório, o casal de Megasoma sp 1 acasalou por várias vezes, observando-se ovoposição de um único ovo que durou apenas quatro dias. Após a morte do macho M.sp1, não houve aproximação da fêmea com o macho do M. sp2.

No acasalamento o macho aproximava-se da fêmea movendo as antenas e a segurava com as pernas anteriores e medianas, conforme o observado por Barreto et al, (1999).

O macho e a fêmea de Megasoma sp 1 permaneceram no ambiente de Laboratório por cinco e seis meses respectivamente. Em cativeiro, os adultos de Megalosoma chegam a viver 100 dias de acordo com Ratcliffe & Morón (2005). Neste estudo, as duas espécies de Megalosoma com permanência em ambiente de Laboratório viveram em média 150 dias, ultrapassando o período observado pelos autores acima citados.

Os resultados obtidos neste trabalho permitem ampliar as informações sobre o hábito alimentar de Scarabaeidae, de acordo com os itens oferecidos na manutenção de duas espécies de Megalosoma em ambiente de laboratório. As duas espécies de Megalosoma mostraram preferência alimentar por frutas normalmente adocicadas. As frutas ácidas e travosas exemplificando-se a carambola e o cajú foram totalmente rejeitadas pelas duas espécies.