62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Alonso Barros da Silva Júnior 1
José Pedro da Silva 1
Ronaldo Bernardino dos Santos 1
Samuel de Souza França 1
Irenalto Augusto Mota Ribeiro 2
Afrânio César de Araújo 3
1. Centro de Ciências Agrárias - UFAL
2. Faculdades Integradas de Patos
3. Prof./Orientador - Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias - UFRN
INTRODUÇÃO:
O acelerado crescimento das cidades brasileiras vem provocando, cada vez mais, a supressão do seu patrimônio arbóreo através do estabelecimento de novas edificações. O desinteresse dos órgãos públicos, bem como a desinformação da sociedade no tocante à importância das áreas verdes, faz com que arborização ocorra de modo equivocado e desprovido de planos de ação, sendo este fator, muitas vezes, a causa dos sérios danos causados ao patrimônio público e privado. Diante dos problemas ambientais vigentes, muito se divulga sobre a importância das árvores para o bem estar das pessoas. A arborização, humaniza os espaços, reduz o calor, evita a incidência solar direta e diminui a velocidade do vento. Contudo, pouco se faz para melhorar ou aumentar as áreas arborizadas nas cidades. Os problemas verificados nos bairros residenciais são semelhantes aos verificados nos campi universitários de todo Brasil. Objetivou-se, com este trabalho, realizar um levantamento silvicultural, bem como avaliar qualitativamente a vegetação arbórea do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, de modo a nortear a sua reestruturação.
METODOLOGIA:
O presente trabalho foi realizado no Campus Delza Gitaí - Unidade Acadêmica Centro de Ciências Agrárias/UFAL, Rio Largo, Alagoas, que apresenta uma área urbanizada de 2,0 ha. Para a coleta de dados foi utilizado o método do tipo senso ou inventário total. Os dados foram coletados no período agosto a setembro de 2008, e registrados em formulário específico pré-estruturado no qual estavam enumeradas as seguintes informações: nome comum, nome botânico, altura total (Ht), altura da primeira bifurcação (Hb), condições físicas e sanitárias, pavimento (terra, cimento, pedra, cerâmica, grama), sistema radicular (profundo sem danos, profundo com danos, superficial sem danos, superficial com danos), danos físicos causados ao vegetal (vandalismo, acidente, poda, tutoramento, obras de construção, nenhum), necessidade de tratamento (poda leve, poda pesada, reparo de danos físicos, substituição, controle fitossanitário, nenhum, remoção sem reposição, ampliar canteiro) e área livre (ampla - acima de 1m2, regular - entre 0,5 e 1m2, restrita - menor que 1m2 e inexistente). O material utilizado em campo incluiu: trena, varão de 6 m para a estimativa da altura total e caderno de planilhas para as anotações.
RESULTADOS:
Foi verificada a existência de 273 árvores, distribuídas em 43 espécies, sendo 47,9% nativas e 52,1 exóticas. A espécie mais abundante foi a Triplaris americana L., seguida de Mangifera indica L., com freqüências relativas de 11,7, 11,0 7%, respectivamente. Para a variável Sistema Radicular, 65,10% das árvores apresentavam-se na condição Profundo Sem Danos, pois não danificavam estruturas. As maiores causas de danos às árvores do CECA foram as podas equivocadas (44%). Estas podem comprometer a eficiência de raízes de pequeno calibre. Cerca de 17% dos exemplares apresentavam sinais de vandalismo. A maioria das árvores do Campus Delza Gitaí (56%) encontravam-se na condição físico/sanitária Boa. Constatou-se que 29,9% das árvores necessitavam de poda pesada e cerca de 45,6% dos indivíduos não necessitavam de qualquer tipo de tratamento. No que tange à Área Livre, 97,4% da vegetação arbórea encontrava-se na condição ampla. A área livre destinada ao bom desenvolvimento do vegetal não deverá ser inferior a 1,00m2. Quando o espaço deixado é reduzido as árvores com raízes superficiais sofrem com esta limitação, pois o aproveitamento de água, oxigênio e nutrientes é dificultado. Para Ht e Hb os valores médios encontrados foram, 10,33 e 2,80 m, respectivamente.
CONCLUSÃO:
Apesar de terem sido verificados problemas relacionados a baixa relação entre o total de indivíduos de espécies nativas e o total de indivíduos de espécies exóticas, podas equivocadas e vandalismo, a arborização do CECA pode ser classificada como satisfatória. A maior proporção de indivíduos com o sistema radicular na condição Profundo Sem Danos, área livre Ampla, e condição físico/sanitária Boa indicam que, mesmo que não tenha havido planejamento para a sua execução, os problemas verificados no patrimônio arbóreo do CECA são de fácil resolução, não demandando muita mão-de-obra ou grandes investimentos.
Palavras-chave: senso, silvicultura urbana, paisagismo .