62ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 2. Comportamento Animal |
AGRESSIVIDADE DO CAMARÃO Macrobrachium rosenbergii (DE MAN, 1879) EM LABORATÓRIO: UMA ANÁLISE INTRA-ESPECÍFICA. |
Maria Joana N. Moura 1 Daniele Bezerra dos Santos 2 Natalia Rocha Celedonio 1 Maria de Fátima Arruda de Miranda 2 Cibele Soares Pontes 1 |
1. Depto Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) 2. Depto de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte |
INTRODUÇÃO: |
A espécie exótica Macrobrachium rosenbergii é o camarão de água doce mais utilizado na aqüicultura em todo o mundo. No entanto, um dos entraves para o desenvolvimento de sua criação é a agressividade, especialmente o canibalismo, que provoca prejuízos nos sistemas de cultivo, pela mortalidade ou pelas baixas taxas de crescimento dos animais em função dos confrontos agonísticos. Camarões desse gênero apresentam o 2º par de pereiópodos bem desenvolvido, considerado como estrutura primordial na predação e na agressão inter e intra-específica, sendo as quelas essenciais não somente para a defesa, mas também para o ataque e a aquisição de recursos limitantes. Vários trabalhos relatam comportamento agonísitco e canibalismo entre crustáceos, sendo as quelas as principais estruturas utilizadas nos confrontos entre camarões (Stewart e Squires, 1968; Conover e Miller, 1978; Volpato, 1981; Ajuzie (1994; Sin Singer-Brugiolo, 1996), entretanto poucos trabalhos relatam as partes do corpo do animal atingidas nos momentos de conflito. Diante disto, o presente trabalho avaliou as agressões intra-específicas |
METODOLOGIA: |
Sessenta camarões M. rosenbergii (5± |
RESULTADOS: |
Durante o cultivo, observamos que os camarões dominantes (machos de quela azul ou laranja) e subordinados (machos pequenos e fêmeas) utilizam o 2º par de pereiópodos (quelas) para se defender e atacar. Isso indica que as quelas são fundamentais nas interações intra-específicas tal como relatado por Karplus et al. (1989). As partes do corpo mais atingidas nos confrontos foram, respectivamente: pereiópodos, pleópodos, antenas e antênulas, urópodos e rostro. As agressões resultaram em amputação total, debilitando o animal para atividades comportamentais gerais, levando-os até mesmo a morte. A sobrevivência dos animais cultivados foi de 35,56%. Apesar de M. rosenbergii ser um candidato ideal para o cultivo, o comportamento agressivo provavelmente foi agravado em condições de aglomeração (30 indivíduos/m²) no ambiente laboratorial. O aumento do comportamento agressivo e baixa taxa de sobrevivência e pobre produção foi verificado em ambientes de cultivo por Fujimura, Okamoto (1970), Seagal, Roe, (1975), Cohen et al. (1981), Aiken, Waddy (1988), Karplus et al. (1989). |
CONCLUSÃO: |
Os camarões M. rosenbergii tanto dominantes quanto subordinados se envolveram em confrontos agonistas. O 2º par de pereiópodos foi a principal estrutura de ataque/defesa e as estruturas mais atingidas nos confrontos foram os pereiópodos, pleópodos, antenas e antênulas, urópodos e rostro. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. |
Palavras-chave: Agressividade, Carcinicultura, M. rosenbergii. |