62ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 3. Enfermagem Médico-Cirúrgica

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À PACIENTES COM DOR TORÁCICA AGUDA ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE URGÊNCIA CARDO-PULMONAR DE FORTALEZA-CE

ANA CLAUDIA DE SOUZA LEITE 1 Danielly Sousa Lima 1 Rebeka Rafaella Saraiva Carvalho 1 Ismael Casemiro Lima 1 Thaís Nascimento Santiago 1 Larissa Vasconcelos Lopes 1

1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

INTRODUÇÃO:

O gerenciamento de um serviço de urgência para o atendimento a dor torácica precisa de múltiplos olhares ritmados por princípios norteadores do SUS.Estas unidades requerem atendimento em tempo hábil, isto porque possuem grande índice de mortalidade por doencças cardio-vasculares no Brasil e no Mundo. Diante disto, esta pesquisa tem como objetivo geral avaliar a qualidade do atendimento à pacientes com dor torácica aguda oferecido pela unidade de referência em atendimento cárdio-pulmonar da macrorregião "Fortaleza".Especificamente, busca descrever o ambiente desta unidade de urgência; levantar o nível de satisfação dos usuários sobre o atendimento recebido na mesma; e, descrever as dificuldades percebidas pelos profissionais nesta unidade.

METODOLOGIA:

Pesquisa quantitativa com aspectos qualitativos, do tipo descritiva e exploratória, foi realizada em uma unidade hospitalar de referência do SUS, na cidade de Fortaleza-Ceará.Esta presta assistência médica especializada aos pacientes com problemas referentes à dor torácica.População composta por pacientes atendidos com queixas de dor torácica na instituição, no período de maio de 2008 a outubro de 2009.Em uma amostra de 430 pacientes com termo de consentimento assinado e parecer aprovado do CONEP, aplicou-se formulário para obter dados sócio-demográficos e avaliação do atendimento;e, questionário aos profissionais enfermeiros, médicos e auxiliares de enfermagem buscando respostas sobre dificuldades e barreiras no atendimento.Também, aplicou-se roteiro de observação para compreender o ambiente do atendimento a dor torácica aguda. Os dados obtidos foram tabulados no programa Excell e organizados no programa SPSS (15.0) para análise estatística descritiva, em três tópicos: ambiente do atendimento a dor torácica, satisfação dos usuários e avaliação da qualidade do atendimento pelos profissionais de saúde.

RESULTADOS:

No tópico referente ao ambiente do atendimento a dor torácica, encontrou-se que o número de atendimentos totais ocorridos em 2008 e 2009 foram de 242.276 mil durante o desenrolar da pesquisa. A média de atendimento mensal em 2008 foi de 10.593 mil e em 2009 foi de 9.597 mil atendimentos. Observou-se decréscimo do atendimento entre os anos (2008±2009), sem correlações com fatos associados. A busca do serviço evidencia um fluxo de funcionamento em consultórios de atendimentos com especialistas (cardiologista e pneumologista) com alto percentil (73%) de atendimentos anteriores sem história de doença grave que justificassem internamento, sendo que a maioria (64%) não seguia rotina de atendimento na unidade de saúde próxima da sua residência. A estrutura e a organização atendiam em parte as especificações do QUALISUS para o atendimento com qualidade em unidades hospitalares segundo as dificuldades apresentadas pelos profissionais de saúde "falta equipamentos e material suficiente para o atendimento" (46,0%) e as observadas pelos pesquisadores (98,0%), dentre elas a inclusão de listagem de equipamentos e material equipamentos próprios para a unidade e espaço físico inadequado para o quantitativo de atendimento (76%).No segundo tópico observou-se que a maioria dos usuários considera a unidade resolutiva (71,1%) quanto aos seus problemas anteriores e atuais;34,0 % afirmou que a busca pela unidade de urgência ocorreu por ser referência em atendimento cardíaco e pulmonar e que não teve dificuldades no atendimento e por isso estavam satisfeitos (53,3%) com exceção ao tempo de demora que foi unânime (100,0%). O nível de satisfação alto releva o atendimento com especialista, mesmo que o tempo de demora possa ter sido alto. No entanto, destes usuários, que perfazem o percentil aproximado de 10 mil atendimentos anuais, apenas 4 mil possuem algum comprometimento cardio-vascular ou pulmonar, carecendo internamento para tratamento específico.Esses atendimentos não poderiam ser realizados mas unidades de saúde mais próximas da residência do paciente?No terceiro tópico, confirmou-se pelos profissionais de saúde as dificuldades quanto ao quantitativo inferior de material e equipamentos em relação ao atendimento alto e sobrecarga de trabalho para a equipe de enfermagem (57,0%). Houve discrepância entre o relato dos usuários, dos profissionais da unidade e dos pesquisadores quanto as dificuldades no atendimento a pacientes com dor torácica aguda com exceção ao tempo de demora no atendimento.

CONCLUSÃO:

Concluiu-se que a unidade de urgencia não possui unidade de dor torácica para o gerenciamento do cuidado clínico ao paciente com dor torácica aguda e qpresenta dificuldades quanto a sua organização e estrutura.A avaliação da qualidade deste atendimento traz o retrato das urgências superlotadas e ainda com pouca aderência ao gerenciamento com a organização e estrutura de uma Unidade de Dor Torácica, essencial para a melhoria do atendimento com tempos adequados, aplicando o acolhimento, sustentando a prática da humanização em serviço, valorizando a o processo de referência e contra-referência entre os setores de gestão do SUS.

Instituição de Fomento: FUNCAP/PPSUS/MINISTÉRIO DA SAÚDE/CNPQ

Palavras-chave: Dor torácica, Qualidade , Avaliação.