Ao decorrer do desenvolvimento, a humanidade tem causado agressões ao meio ambiente, partindo do pressuposto de que este é o custo da evolução tecnológica. Os desastres ecológicos, decorrentes dessas atividades, e as pressões da sociedade, levaram a ciência a desviar sua aplicação para a procura por um Desenvolvimento Sustentável. Em resposta a isso, surge a Biotecnologia, com alternativas "limpas" que não tornam escassos os recursos do meio ambiente, podendo também ser capaz de gerar bioenergia e biopolímeros.

O plástico biodegradável, um biopolímero, é composto basicamente por carbono, oxigênio e hidrogênio e denomina-se polihidroxibutirato (PHB), que apresenta a vantagem de ser sustentável. As propriedades mais realçadas nesse plástico são a sua produção com matéria-prima renovável, como a cana-de-açúcar, e a sua completa biodegrabilidade.

 Aliando-se à agricultura, os biodegradáveis podem ser utilizados em tubetes para produção de mudas, evitando-se aqueles comuns, poluidores do solo, e facilitando o trabalho do produtor, já que os tubetes são plantados juntamente com a planta sendo posteriormente degradados por microrganismos presentes no solo.

Este projeto visa à pesquisa das dificuldades da inserção de tubetes biodegradáveis na agricultura e seus efeitos na sociedade.

A princípio, foi realizada uma apresentação do projeto e plano de estudos sobre Plásticos Biodegradáveis, relacionando-o com a Biotecnologia na Sociedade Sustentável.

Posteriormente, foi realizada uma palestra com um convidado que abordou o tema "Plásticos Biodegradáveis" como assunto principal, de maneira conceitual ou filosófica, apresentando a importância do mesmo para os vários setores da sociedade.

Por fim, e com grande importância para a conclusão do Projeto, foram aplicadas enquetes para produtores e viveiristas que utilizam tubetes em sua produção, com enfoque nos tubetes biodegradáveis. As enquetes abordavam o grau de conhecimento sobre o material, suas vantagens, os meios pelos quais o material foi conhecido, a sua possível utilização e, caso ela não ocorresse, perguntava-se sobre as razões do não uso do tubete.

Por meio das palestras e visitas obtivemos como resultado a ausência de leis que incentivem a produção de quaisquer materiais biodegradáveis, sendo, portanto, toda a pesquisa envolvente na área de tubetes biodegradáveis, realizada e financiada por empresas privadas.

Por meios das enquetes, os resultados coletados e analisados foram que 69% dos entrevistados não ouviram falar de tubetes biodegradáveis, porém temos que 58% têm o conhecimento do que seja tal material. Do total de entrevistados uma pequena parcela de 6% já havia utilizado tubetes biodegradáveis, dos 94% que não utilizavam, 60% indicou como principal razão para isso a dificuldade de encontrar os tubetes biodegradáveis.

Como principal vantagem da utilização dos tubetes biodegradáveis, 52% dos entrevistados indicaram a não poluição do solo, seguido por 31% que indicaram o não descarte como vantagem.

Com relação ao preço, 55% dos entrevistados disseram preferir o tubete biodegradável, mesmo que este seja quatro vezes mais caro que o tubete convencional.

Como conclusão desse trabalho, obtivemos que, apesar da maioria dos entrevistados nunca ter obtido informações sobre tubetes biodegradáveis, eles conhecem a finalidade desse material. Além disso, o número reduzido de entrevistados que já haviam utilizado tubetes biodegradáveis deve-se à dificuldade de encontrar informações sobre esse material. Concluímos que a principal preocupação e, conseqüentemente, problema enfrentado por aqueles que utilizam tubetes é a poluição do solo devido à dificuldade de seu manejo e descarte. Por fim, foi demonstrada uma consciência ambiental pela maioria dos entrevistados, já que esses se propunham a pagar mais caro por um tubete que agride menos ao meio ambiente.

Concluímos que há necessidade de maior participação do Governo com a finalidade de incentivar a produção e comercialização dos tubetes biodegradáveis, já que os entrevistados reconhecem suas vantagens e se mostram dispostos a utilizá-los mesmo com o seu preço sendo elevado.