62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 2. Medicina Preventiva
GRAVIDEZ PRECOCE NO SERTÃO PERNAMBUCANO
Jéssica Daniela de Moraes Feitoza 1
Luciana de Matos Andrade Batista-Leite 1
Ana Cristina de Freitas Alencar 2
1. Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST/UFRPE)
2. Programa Mãe Coruja Pernambucana - XI GERES
INTRODUÇÃO:
Adolescência deriva do latim adolescere, que significa "crescer". Adolescência é o período da vida humana entre a puberdade e a virilidade; juventude (BUENO, 1995). A gravidez na adolescência é definida pela OMS como aquela que ocorre entre os dez e os vinte anos incompletos (NASCIMENTO et. al., 2009), onde 26% das jovens no Brasil engravidam antes de completar 20 anos (DIMENSTEIN, 2005). Um dos fatores que poderia contribuir para uma gravidez precoce seria a falta de estrutura e diálogo familiar. Além destes, CAVASIN et. al., (2004), incluem os estímulos oferecidos pela mídia e a mudança nos costumes e valores. O presente trabalho teve como objetivo verificar o percentual de gravidez precoce ocorrente no Sertão pernambucano. Estudos desta natureza podem servir de indicadores para o exercício de atividades de educação em saúde, tendo em vista que a gravidez precoce pode acabar transformando-se em um potencial problema, em virtude da responsabilidade exigida para o processo de desenvolvimento da criança.
METODOLOGIA:
O presente trabalho foi realizado a partir do banco de dados do Programa Mãe Coruja Pernambucana. Os dados utilizados foram referentes aos meses de outubro de 2009 a fevereiro de 2010. A metodologia utilizada baseou-se na análise descritiva quali-quantitativa. O Programa oferece assistência às gestantes dos dez municípios que compõem a XI Gerência Regional de Saúde (XI GERES), sendo: Betânia, Calumbi, Carnaubeira da Penha, Flores, Floresta, Itacuruba, Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra Talhada e Triunfo.
RESULTADOS:
O Programa Mãe Coruja Pernambucana cadastrou durante o período de outubro/2009 a fevereiro/2010 um total de 1.334 gestantes, sendo 318 adolescentes com idade inferior a 19 anos, o que corresponde a 23,8%. Este resultado se torna alarmante quando comparado aos dados da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, em 2005, onde 23,9% correspondeu a gravidez precoce em todo o Estado. Urge, portanto, de maiores incentivos do Governo Federal para fomentar campanhas educativas para diminuição desses índices. O percentual de gravidez precoce registrado nos municípios foi de: Calumbi (4,40%), Carnaubeira da Penha (4,70%), Santa Cruz da Baixa Verde (5,03%), Itacuruba (5,34%), Flores (6,91%), Betânia (7,86%), Triunfo (8,17%), São José do Belmonte (11,70%), Floresta (22%) e Serra Talhada (23,89%), onde Serra Talhada apresentou os maiores índices. No que se refere ao grau de escolaridade das gestantes, verificou-se que 1,57% são analfabetas e 71,06% apresentam escolaridade incompleta.
CONCLUSÃO:
A gravidez precoce carrega consigo problemas sociais, biológicos e psicológicos que acabam interferindo diretamente na vida da adolescente e, consequentemente de sua prole. Em virtude disso, se faz necessário políticas públicas para maiores esclarecimentos em relação a métodos contraceptivos e trabalhos voltados para a orientação sexual. Assim, presume-se que os índices de gravidez precoce no Sertão pernambucano possam ser reduzidos. É incontestável, que o diálogo aberto e o esclarecimento correto, são as duas maneiras promissoras para erradicar a gravidez na adolescência.
Palavras-chave: gravidez, adolescentes, sertão.