62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
TEOR DE MERCÚRIO NO AR DE CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS
FELIPE VERAS SOARES 1
1. COLÉGIO CHRISTUS/UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INTRODUÇÃO:
A qualidade do ar em ambientes interiores vem surgindo como um importante tema de pesquisa. Devido ao crescente aumento de ambientes climatizados, ocasionando a baixa taxa de renovação do ar, há a possibilidade de diversos poluentes se concentrarem nestes lugares, dentre eles o mercúrio. Sua concentração pode elevar-se perigosamente em locais como consultórios dentários, fábrica de lâmpadas e em locais onde é intenso seu uso. Na antigüidade, ainda não era sabido o quanto tóxico é o Hg. Alguns anos mais tarde, porém, sua toxicidade foi finalmente revelada. As duas principais vias de introdução do elemento no organismo humano são por inalação e por ingestão. Uma vez no organismo humano em concentrações elevadas, ele pode causar uma série de danos. Ele afeta principalmente o sistema nervoso, imunológico, cardiovascular e órgãos como rins e fígado. Sendo o metil-Hg o seu composto mais tóxico. No intuito de regular a exposição humana ao mercúrio, diversos padrões de saúde ambiental e ocupacional foram adotados. Os padrões de local de trabalho, geralmente, tendem a ser mais elevados que os ambientais de exposição. A OSHA (Occupational Safety and Health Administration) padronizou como teto máximo obrigatório para a exposição em local de trabalho em 100 µg.m-³. A ACGIH (American Conference of Governmental Industry Hygienists) recomenda um valor limite de vapor de mercúrio de 25µg.m-³ como uma exposição média para uma jornada de trabalho de 8 horas. Para ajudar a determinar onde focalizar as investigações em exposições perigosas, a EPA (Agência de Proteção Ambiental Norte Americana) usa como referência uma concentração de 0,3 µg.m-³, equivalente a 300 ng.m-³.
METODOLOGIA:
A concentração de vapor de mercúrio no ar foi analisada em uma clínica odontológica. As medidas de vapor de mercúrio foram realizadas, por absorção atômica, com o Analisador de Mercúrio RA-915+. O aparelho é portátil, podendo ser levado para o campo, e tem um limite de detecção de 2 ng.m-³ para medidas em tempo real. Durante as medições, foi preenchido um inventário das possíveis fontes locais. Foram verificadas também informações sobre a rotina do local: temperatura (ºC), quantidade de pessoas, horas de exposição ao mercúrio por dia, condições de ventilação, sistema de ventilação e horário da preparação da amálgama.
RESULTADOS:
Para confecção dos resultados, o ar de várias clínicas odontológicas localizadas em Fortaleza foi analisado. Das clínicas visitadas, uma mereceu destaque. Nesta clinica, o teor de mercúrio atigiu 23125,1 ng.m-³, valor próximo aos limites estabelecidos por organizações internacionais. Maiores detalhes serão apresentados em gráficos.
CONCLUSÃO:
Os resultados apresentados mostram que já é possível inferir que, em ambientes confinados, onde a taxa de renovação do ar é baixa, podem conter elevadas concentrações de mercúrio. Os valores obtidos não ultrapassaram os padrões de saúde ocupacional para uma jornada de trabalho de 08 (oito) horas, pois de acordo com ACGIH, a concentração do metal no ar não pode ultrapassar 25000 ng.m-3. Porém, as concentrações são consideradas elevadas quando comparadas às concentrações ambientais (média mundial é aproximadamente 1,5 ng.m-3), e o valor de referencia da EPA (300 ng.m-3). O presente projeto é bastante importante em virtude de alertar às pessoas do quão perigoso é o mercúrio.
Instituição de Fomento: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Palavras-chave: MERCÚRIO, CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS, SAÚDE OCUPACIONAL.