Na maioria das esferas de atividades, a melhor maneira de aprender é fazendo. Os livros, revistas, aulas teóricas e conferências fornecem uma sólida base, porém assimilamos verdadeiramente os conhecimentos quando colocamos em prática as teorias. Para aprender matemática temos que resolver muitos problemas e exercícios. O mesmo ocorre com as ciências ditas naturais. Aliás, uma das etapas da maior importância do método científico, justamente aquela que distingue uma ciência exata dos demais ramos do conhecimento humano, é a experimentação. Segundo Brasil (1998), foi a partir da década de 1980 que o conhecimento escolar deixa de ser entendido como inquestionável passando a ser encarado como um processo. Para Becker citado por Rondina (2001, p. 151) "(...) o aluno passa a ser o centro do processo de ensino-aprendizagem". Este trabalho teve por objetivo Inserir os alunos no contexto científico, através da Feira de Ciências, proporcionando assim que eles tenham, desde cedo, um olhar crítico-científico do mundo que os rodeia, (iniciação científica). Trabalhar com os alunos o real sentido do que seria uma Feira de Ciências. Elaborar trabalhos científicos nas áreas ambientais, com o intuito de apresentá-los em Feiras de Ciências promovidas por outras Instituições.

O projeto "Feiras de Ciências como instrumento de ensino-aprendizagem em Biologia" foi realizado na escola Pedro Ferreira de Alencar, situada a Av. JK, n°.1356, no bairro Boca da Mata em Imperatriz - MA. O mesmo teve início dia 19 de setembro de 2009 e seu encerramento deu-se no dia 28 de novembro do mesmo ano. Participaram deste projeto 20 alunos dos três anos do Ensino Médio. O intuito inicial do projeto era trabalharmos com poucos alunos, até mesmo porque era um trabalho experimental e não sabíamos se haveria uma receptividade por parte dos alunos. As aulas aconteceram nas tardes de sábado na própria escola e algumas das aulas aconteceram nos Laboratórios do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão - Unisulma, além das aulas de campo, nas quais foram realizadas as coletas. Os temas abordados foram indicados por nós, a única exceção foi o trabalho: Uso do pinhão manso (Jatropha curcas L.) na prevenção e tratamento dos sintomas do A.V.C. (derrame), realizado pelo aluno Bruno Araújo da Silva, pois este pediu-nos para fazer esta análise uma vez que já sabia empiricamente das propriedades fitoterápicas do pinhão-manso. Feitos os trabalhos aceitamos o convite para participar da V FECIEL, e levamos os três melhores trabalhos produzidos por nossos alunos.

Este projeto visou desde o início à produção de trabalhos Científicos a serem apresentados em Feiras Nacionais, objetivo este que com muito esforço foi alcançado, pois o trabalhos intitulado: Uso do pinhão manso (Jatropha curcas L.) na prevenção e tratamento dos sintomas do A.V.C. (derrame) foi inscrito na FEBRACE 2010 (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). Observamos que os alunos, se não a totalidade, mas a boa parte que mostrava-se interessada na produção científica, perguntavam e questionavam algumas coisas, não aceitando uma primeira resposta, e isso mostra o pensamento científico e argumentativo que os mesmos acabaram desenvolvendo com o decorrer do projeto.

Após a conclusão do projeto e análise dos resultados obtidos, concluímos que as Feiras de Ciências, quando utilizadas de forma correta, podem ser um maravilhoso recurso de Ensino de Biologia, pois o aluno acaba tornando-se parte do processo, e não somente um observador. Ele passa a compreender o porquê das coisas, ele torna-se critico, um questionador da própria vida.