62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL PROVOCADA PELA EXTRAÇÃO DE AREIA NA ÁREA DENOMINADA "AREAL", NO MUNICÍPIO DE PARINTINS- AM
Silvia Maria Ferreira da Silva 1
Adrya da Silva Figueiredo 1
Ana Paula Mota do Amaral 1
Josene Araujo de Jesus 1
kelly Sarmento de Souza 1
Naimy Farias de Castro 1, 2
1. Universidade do Estado do Amazonas-UEA
2. Profa.Msc/Orientadora
INTRODUÇÃO:
O desenvolvimento urbano acelerado no Município de Parintins- AM, trouxe inúmeras conseqüências, para a degradação de áreas de matas secundárias próximo à cidade, além da exploração ilegal de madeiras e retirada de areia para construção civil, objeto de estudo desse referido trabalho. Os efeitos danosos da extração de areia no meio ambiente acarretam conseqüências altamente devastadoras. O presente trabalho objetiva caracterizar a vegetação existente na área, verificar de que forma há interferência antrópica no local e observar aspectos da degradação ambiental causada pela extração de areia da área denominada areial na zona urbana do município de Parintins-AM.
METODOLOGIA:
A metodologia empregada no desenvolvimento do estudo envolveu levantamento bibliográfico, pesquisas de campo e documental, apresentando as seguintes etapas: Seleção e caracterização do estudo de caso "Areal", cuja área pertence a uma empresa privada, com uma área de 38,6 hectares, localizada na Rodovia Odovaldo Novo, fazendo parte do loteamento Paschoal Allágio, licenciada pela Prefeitura Municipal de Parintins, foi selecionada como estudo de caso por ser área de extração de areia para emprego na indústria da construção civil do município de Parintins-Am. A etapa seguinte foi à observação da degradação ambiental provocada pela atividade na referida área, assim como o tipo de vegetação que ainda existe no local, cujo levantamento de dados foi realizado através de visitas de campos e análise fotográfica da área.
RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos, foi observado evidencia da poluição das águas superficiais, degradação do solo devido a retirada de areia, bem como o processo de erosão e poluição provocado pelos dejetos de resíduos, comprometendo a diversidade do local. Com isso é evidente que áreas degradadas dentro do município precisam ser reavaliadas para que haja um controle da ação antrópica, evitando assim um desastre ambiental maior. Observou-se ainda no local a presença da vegetação do tipo campina e campinarana, palmáceas características de área de areial, assim como vegetação secundarias características de áreas degradadas. Existem em torno de seis áreas alagadiças pela formação da retirada de areia e pela ação pluviométrica, alem da presença significativa de lixo compondo assim o cenário. Apesar da área degradada notou-se a presença de algumas espécies de aves como Ramphastos sp., Amazona sp, Brotogeriss sp., Sicalis columbiana goeldi, o que representa uma recuperação gradual e natural da área
CONCLUSÃO:
O presente estudo verificou alterações ambientais de intensidade e magnitude bastante variadas. De acordo com a pesquisa, não foi possível detectar atividades voltadas para gestão de áreas degradadas no município por parte do Poder Público (Federal, Estadual e Municipal), o que se reflete a falta de estudos para recuperação e melhor aproveitamento dessas áreas. Percebe-se também, que apesar do método manual utilizado para extração de areia ser menos danoso ao meio ambiente, ainda contribui de forma significativa para alterações do solo, da fauna, da flora, do lençol freático etc. O que indica que qualquer interferência no meio ambiente, principalmente aquelas que não dispõem do licenciamento ambiental ou de estudos técnicos que o justifique, geram impactos. Apesar de a extração ser licenciada, alguns pontos não podem ser explorados dada a capacidade de retirada de areia ter alcançado seu limite, desta forma, há necessidade de se fazer a recuperação dessas áreas com o plantio de algumas espécies características de áreas arenosas e alagadiças. Desse modo sugere-se que medidas preventivas (política, ambiental, social) sejam tomadas pelo poder público para que haja minimização e compensação dos impactos negativos dessa atividade, e para que não ocorram situações semelhantes futuras.
Palavras-chave: desenvolvimento urbano, extração de areia, degradação.