62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 2. Economia e Sociologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO DE ESTILOS DE AGRICULTURA SUSTENTÁVEL NO PROJETO DE ASSENTAMENTO VILA AMAZÔNIA 
Roberto Lima da Silva 1
Silas Garcia Aquino de Sousa 2
José Nestor de Paula Lourenço 2
1. Universidade do Estado do Amazonas/ UEA
2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/ Embrapa Amazônia Ocidental
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO

Na agricultura, o conceito de sustentabilidade é muito importante, pois ele pode ser a base para criação de políticas e práticas que nos levem a um desenvolvimento rural mais igualitário e ambientalmente sadio. Para Lehman (1993), agricultura sustentável consiste em processos agrícolas que não exaurem nenhum recurso que seja essencial para agricultura. Nesse contexto, existem na Amazônia várias experiências de sucesso no uso de manejo sustentável, tanto de agricultura tradicional, quanto de uso dos recursos naturais, como por exemplo, o cultivo de guaraná (Paullinia cupana) e cupuaçu (Theobroma grandiflorum.) sombreado. A sistematização dessas experiências tem se mostrado uma atividade fundamental para o aprendizado coletivo de instituições, redes e movimentos sociais promotores da agroecologia (AS-PTA,2007). Portanto, o presente trabalho objetivou caracterizar e sistematizar as práticas de agricultura sustentável no projeto de assentamento Vila Amazônia
METODOLOGIA:

METODOLOGIA

O estudo foi realizado em oito comunidades, onde foram entrevistadas 35 famílias de agricultores no projeto de assentamento Vila Amazônia, município de Parintins - AM. Para o levantamento das informações utilizou-se um questionário semi-estruturado com base no diagnóstico rural participativo - DRP, descrito por Lourenço, et al (2006). Inicialmente aplicou-se o questionário contendo perguntas abertas e fechadas, construção de mapas cognitivos, calendário das atividades econômicas e a realização de visita ao agroessistema do agricultor. Em seguida realizou-se o levantamento dos estilos de agricultura, práticas e processos utilizados. Nessa fase elaborou-se uma lista com produtos e levantamento quantitativo financeiro dos agrossistemas sustentáveis. Na sistematização das experiências foram consideradas todas as informações para qualificação e quantificação dos estilos de agricultura sustentável relacionando estes fenômenos com alguns princípios agroecológicos, tais como, ciclagem de nutrientes, interações biológicas e sinergismos entre os componentes da biodiversidade e manejo sustentável de água e solo.

RESULTADOS:

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A sistematização das informações possibilitou observar que o plantio consorciado foi a principal prática de agricultura sustentável adotada pelos agricultores, estando presente em 82% dos agroecossistemas estudados. Dessa forma, verificou-se uma produção diversificada que permitiu ao agricultor complementação de renda ao longo do ano, garantindo a segurança alimentar, permanência no local e conservação da biodiversidade. O manejo da matéria orgânica, através do uso do composto orgânico, esterco bovino e até mesmo de madeira em decomposição (paú), são utilizados por 44% dos entrevistados, esses agricultores afirmaram que estão abandonando gradativamente os adubos sintéticos, demonstrando a iniciativa em diminuir a dependência de insumos externos. De acordo com Gliessman (1990), apud Caporal e Costabeber (2007), a baixa dependência de insumo comercial, está inserida dentro da agricultura sustentável, com base Agroecológica. Outra prática caracterizada no assentamento foi enriquecimento do roçado com espécies frutíferas, introduzindo no sistema produtivo principalmente, manga (Mangifera indica L.) cupuaçu (Theobroma gradiflorum Wild ex Spreng) que aliado ao manejo de espécies existente na área como açaí (Euterpe precatória e E. oleracea), castanha da amazônia (Bertholletia excelsa H.B.K), entres outras, diversificam esses sistemas.

CONCLUSÃO:

CONCLUSÕES

Com base nos resultados pode-se verificar um elevado grau de envolvimento dos agricultores com as práticas de manejo que possibilitam a busca de agroecossistemas sustentáveis, superando inclusive as expectativas iniciais da pesquisa. Essas práticas, além de garantirem segurança alimentar, geração de renda e conservação da biodiversidade, podem ser uma alternativa a agricultura convencional geradora de degradação ambiental na Amazônia. Todas essas informações devem ser consideradas como experiências locais que podem referendar o processo de transição da agricultura convencional para estilos de agricultura mais sustentável.

 

Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas/ Fapeam
Palavras-chave: biodiversidade, manejo, sustentabilidade.