62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS HEPATITES VIRAIS NO RIO GRANDE DO NORTE DE 2004 A 2008
Alcides Viana de Lima Neto 1
Isaiane da Silva Carvalho 1
Ilcarla Mayara Lopes Barbosa 1
Pedro Bernardino da Costa Junior 1
Rita de Cassia Almeida Rocha 1
Maria Antonieta Delgado Marinho 2
1. Curso de Bacharelado em Enfermagem / FATERN
2. Profª. Esp. Disciplina de Epidemiologia, Enfermagem / FATERN
INTRODUÇÃO:
As hepatites virais compreendem um grave problema de saúde pública, tanto a nível de Brasil, quanto mundial, sendo dessa forma considerada uma importante questão de saúde pública. Existem pelo menos seis vírus, denominados de A até E, e um vírus G recém descoberto. De acordo com pesquisas realizadas pelo Ministério da Saúde em convênio com a Universidade de Pernambuco e a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) acerca de um inquérito nacional de base populacional nas capitais brasileiras que têm por objetivo fornecer a real dimensão sobre a prevalência dessa infecção por macrorregião os dados preliminares tem demonstrado que as regiões Nordeste e Centro-Oeste compreendem endemicidade moderada para a hepatite A com prevalência variando e 32 a 38% em menores de 10 anos, endemicidade moderada para o vírus da hepatite C com prevalência entre 0,9 a 1,9% e baixa endemicidade de portadores crônicos do vírus da hepatite B com prevalência entre 0,11 a 0,74%. Em conformidade com os dados acima, os estudos epidemiológicos são de grande importância pois determinam o perfil das patologias em determinadas regiões. Este estudo objetiva traçar o perfil epidemiológico das hepatites virais no Rio Grande do Norte - RN, no período de 2004 à 2008.
METODOLOGIA:
Estudo descritivo e exploratório, de natureza quali-quantitativa, realizado através de um levantamento de dados estatísticos (população) no site do IBGE e epidemiológicos referentes aos casos confirmados de hepatites virais no período de 2004 a 2008 na Secretaria Estadual de Saúde Pública- SESAP/RN e no site da Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS através do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis - SINAN. Foram utilizadas as seguintes variáveis: temporal (ano), demográfica (sexo), tipo de vírus (A, B, C, D e E) e evolução (cura e óbito). Para a descrição da doença, foram utilizados recursos bibliográficos como livros e publicações do Ministério da Saúde além de visitas a sites científicos de pesquisa (scielo e bireme).
RESULTADOS:
No período de 2004 a 2008 foram confirmados 3310 casos de hepatites virais dos tipos A, B, C, D e E, no Rio Grande do Norte, dos quais 826 ( 24,96%) foram ignorados e 60,32% foram do tipo A, maior freqüência e 7 (2,12%) do tipo E, menor freqüência. Houve uma diminuição no nº de casos, apresentando 659 (19,91%) em 2004, 1560 (47,13%) em 2005, 623 (18,82%) em 2006, 288 (8,70%) em 2007 e 171 (5,17%) em 2008, com exceção do ano de 2005 que apresentou aumento significativo. O ano que apresentou maior coeficiente de incidência foi o de 2004, com uma taxa de 22,24 para 100000 habitantes. Quanto ao sexo, 53,89% da incidência foi no sexo masculino. O ano que apresentou menor número de óbitos por esta patologia foi o de 2005 com freqüência relativa de 7,54%, já 2008, apresentou o maior percentual de mortes, 35,84%.
CONCLUSÃO:
As hepatites virais se configuram como um importante problema a ser enfrentado pela Saúde Pública. Problema que está em ascensão constante e que merece atenção especial. Verificamos a importância de um diagnóstico precoce e da intensificação da vacinação como meios eficazes para a diminuição do número de casos. Analisando os dados epidemiológicos, detectamos que a maior incidência no Rio Grande do Norte é do vírus A (60,32%), o que aponta para uma deficiência na má estrutura de saneamento básico do estado. Em segundo lugar, têm-se os níveis dos vírus B e C, seguidos pelos vírus E com apenas 7 (2,12%) casos no período analisado. Portanto, a melhor forma de reverter os altos índices das hepatites virais é a conscientização da população quanto ao uso de materiais estéreis em salões de beleza, estimular o uso de preservativos nas relações sexuais, implementar melhores condições de saneamento básico e de higiene.
Palavras-chave: Hepatites Virais, Estudos Epidemiolígicos, Saúde Pública.