A Daphnia magna é um microcrustáceo comum em águas doces interiores do planeta, conhecida com pulga-de-água, possuem papel importante na cadeia alimentar (como presa e predador). É um organismo filtrador que se alimenta de algas, rotíferos e infusorios. É usada como alimento na criação de alevinos (PAUW et al., 1981). Seu ciclo de vida é curto, reproduz-se por partenogênese ou sexuadamente, em condições desfavoráveis (baixas temperaturas ou subsequente acumulação de produtos excretores). Contudo, em laboratório, onde as condições ambientais são propicias e constantes, a reprodução sexuada normalmente não ocorre, apresentando sensibilidade definida (Soares,1985 apud ALMEIDA, 1987). Fatores abióticos como temperatura, OD, pH e condutividade elétrica influem diretamente na fisiologia reprodutiva dos Cladoceras. Em água natural com pH entre 7,2 e 7,6, próximo a neutralidade, e condutividade de 160 µS/cm, as pulga-de-água têm ótimo cultivo .

As Dapnhias magnas é muito  usada em bioensaios toxicológicos, para a avaliação de ecotoxicológica de novos agentes químicos, de efluentes urbanos, industriais e de ecossistemas de água doce.Neste trabalho objetivou-se estudar o crescimento populacional da Daphnia magna, em laboratório, alimentadas com diferentes dietas.

O experimento foi realizado no Laboratório de Maricultura do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA. As daphnias foram alimentadas com microalga Scenedesmus subspicatus e ração para peixe fermentada. A biomassa de microalga S. subspicatus foi obtida a partir de culturas em longa escala mantidas em laboratório do DEOLI-UFMA. As daphnias foram cultivadas em recipientes plásticos transparentes cilindro-cônico com volume de 4L. Foi usada água de torneira potável repousada.  A densidade inicial foi de 10 daphnias/4L^-1, e o experimento foi conduzido com 3 tratamentos, T1=1g de biomassa seca de microalgas (S. subspicatus) ; T2=0,5g de biomassa seca de microalgas mais ½ mL de ração fermentada; T3=  1 mL de ração fermentada e com quatro replicas para cada tratamento. O experimento teve uma duração de 21 dias onde se avaliou semanalmente o crescimento populacional das D. magna. A contagem da população foi realizada ao final do cultivo, pegando-se amostras dos indivíduos de cada tratamento, com o auxilio de lupa. Diariamente, foi medido a temperatura (°C), oxigênio dissolvido, condutividade elétrica (μS/cm) e pH com multiparâmetro. Para á analise estatística, usou-se a ANOVA, por seguinte foi aplicado o teste de Tukey (p<0,05), para estabelecer as diferenças entre as interações.

As variáveis limnológicas, temperatura, pH, OD e condutividade elétrica, não apresentaram variações significativas (p>0,05) durante o experimento.  A maior população de Daphnia magna obtida foi a alimentada com a microalga S. subspicatus mais ração fermentada, com uma média populacional de 2080.5 organismos/4L e a menor população foi a alimentada com ração para peixe fermentada, com uma média de 719.0 organismos/4L, no 21º dia de experimento. No 21° dia de experimento a população de Daphnia magna apresenta diferença significativa (p<0,01) com os três tipos de alimentos (S. subspicatus; S. subspicatus + ração fermentada e só ração).

As Daphnias magnas são abundantes em ambientes com alto teor de matéria orgânica, onde crescem bactérias, leveduras e microalgas. Sendo que o tipo de alimentação afeta a estrutura da população, levando a significativas diferenças na taxa de crescimento. As Daphnias magnas para uso em aquicultura são cultivadas com varias dietas, como fertilizantes orgânicos, adubos inorgânicos e microalgas de água doce, em tanques ou viveiros. Varias espécies de microalgas são utilizadas no cultivo de Dapnhia magna em laboratório de ecotoxicologia, entre as principais espécies de microalgas estão o S. subspicatus, Chlorella vulgaris, Ankistrodesmus gracilis.

O uso da microalga Scenedesmus subspicatus misturado com ração para peixe fermentada é melhor para o cultivo de Daphnia magna nas condições do experimento realizado. Pois a população de daphnias mostrou diferença bastante relevante em relação às populações alimentadas com os outros tipos de tratamento.