62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
EDUCAÇÃO EM DIABETES: DIAGNOSTICANDO O CONHECIMENTO
Pedro Henrique Alcântara da Silva 1
Louisianny Guerra da Rocha 2
Regina de Fátima dos Santos Braz 2
Maria Celeste Nunes de Melo 2
Maria Tereza Barreto de Oliveira 3
Renato Motta Neto 4
1. Faculdade de Medicina - Depto. de Microbiologia e Parasitologia- UFRN
2. Depto. de Microbiologia e Parasitologia - UFRN
3. Profa. Dra./ Orientadora - Depto. de Microbiologia e Parasitologia - UFRN
4. Prof. Dr./ Co-Orientador - Depto. de Microbiologia e Parasitologia - UFRN
INTRODUÇÃO:
O diabetes é uma doença metabólica que se caracteriza por debilitar e incapacitar lentamente as pessoas acometidas (DA POIAN, 2002). Segundo os critérios da ADA (American Diabetes Association), em conjunto com a Organização Mundial de Saúde, o Diabetes Mellitus é classificado em Tipo 1 e Tipo 2, sendo este responsável por uma acentuada taxa de mortalidade e morbidade na população em geral. O diabetes constitui um dos maiores problemas de saúde pública. O tratamento da doença e principalmente de suas complicações, oneram tremendamente os diferentes sistemas de saúde, privados ou públicos. Estima-se em 170 milhões, o número de pessoas afetadas no mundo (GODOY-MATOS, 2005). No Brasil, de acordo com dados publicados no DATASUS em dezembro de 2009, existem 1.871.294 diabéticos cadastrados na rede pública. Destes, 6.058 estão cadastrados na rede pública de Natal/RN. Dentro deste contexto, o objetivo do presente trabalho é conhecer o nível de informação da população natalense, a partir de 40 anos de idade, acerca desta patologia, afim de que, a partir dos dados obtidos, estratégias preventivas e terapêuticas possam ser adequadamente desenvolvidas e implementadas.
METODOLOGIA:
Utilizou-se o questionário como principal instrumento para diagnosticar o conhecimento. Esta técnica de investigação possibilita atingir um grande número de pessoas de diversas localizações geográficas; possui baixo custo; garante o anonimato das respostas; não expõe os pesquisados à influência do pesquisador. Desta forma, foram aplicados 100 questionários contendo 12 questões, versando sobre aspectos gerais relacionadas ao diabetes: complicações, nutrição, prevenção, conceito, sintomatologia, participação de órgãos e hormônios no desenvolvimento da doença. Os questionários foram aplicados em vários pontos da cidade (centro comercial, transporte coletivo, shoppings, praças) para o público a partir dos 40 anos de idade, grupo considerado de risco para o desenvolvimento do Diabetes Mellitus, na tentativa de abranger pessoas de diferentes bairros, níveis de escolaridade e renda. Cada questão era composta por 3 alternativas (01, 02 e 99), sendo uma delas a alternativa correta, outra a errada e a terceira intitulada "não sei".
RESULTADOS:
Durante o presente estudo, foram entrevistadas 100 pessoas, das quais 61% eram mulheres e 39% homens. Ao extraírem-se os dados, observou-se uma taxa de 8% de desconhecimento acerca do que é o Diabetes. Em termos de prevenção, esta foi na ordem de 10%. Quanto à tipologia do diabetes, 46% disseram não conhecer os tipos existentes. Estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Diabetes, em 2002, mostraram que a prevalência da doença no Brasil é na ordem de 7%, com taxa de desconhecimento em torno de 64% (SBD, 2002). No entanto, observa-se na população estudada que o nível de conhecimento geral sobre diabetes foi bem maior, contrastando com o estudo da SBD. Tais resultados mostram que os sujeitos da pesquisa já recebeceram alguma informação geral sobre o que vem a ser o Diabetes. Estudos realizados por MOTTA, 2005, mostraram que 64% dos pacientes diabéticos só procuravam o serviço de saúde quando já apresentavam uma complicação instalada. Isto se deve, em parte, ao elevado grau de desconhecimento sobre a sintomatologia inicial da doença. No estudo, os resultados demonstraram 29% de ausência de conhecimento sobre a sintomatologia, taxa relativamente significante quando comparadas àquele estudo.
CONCLUSÃO:
Conclui-se, então, que embora o conhecimento geral da população em estudo sobre o diabetes seja significativamente elevado, frente a estudos posteriores, observa-se uma deficiência quanto à identificação da sintomatologia inicial. Dessa forma, faz-se necessária uma maior intervenção educacional que contemple este aspecto, para que o diagnóstico possa ser realizado mais cedo, evitando futuras complicações.
Instituição de Fomento: Fundo de Apoio a Extensão - FAEx
Palavras-chave: Conhecimento, Diabetes Mellitus, Educação.