62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
Comportamento bioclimático na cidade de Natal/RN no ano de 2009
Aderson Stanrley Peixoto Santos 1
Juliana Rayssa Silva Costa 1
Fernando Moreira da Silva 1
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
As preocupações relacionadas ao clima vêm de longa data, pois os processos atmosféricos influenciam em diversas partes do ambiente, como biosfera, hidrosfera e litosfera. Sendo que, após a 2ª Guerra Mundial, os estudos climáticos deram ênfase à pesquisa sobre clima urbano, devido à crescente urbanização e o surgimento de inúmeras indústrias que fizeram com que, provavelmente houvesse alterações microclimáticas. Devido a estes fatores, o Laboratório de Climatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza um monitoramento bioclimático na cidade de Natal/RN, a partir das variáveis meteorológicas, tais como: temperatura, umidade, vento e precipitação para verificar a oscilação do clima. E a base de pesquisa denominada de Geoambiental, localizada no Departamento de Geografia na UFRN utiliza estes dados para aplicá-los em modelos matemáticos para prognosticar o comportamento bioclimático mensal da cidade do Natal/RN. Portanto, o objetivo geral deste trabalho é analisar como o clima encontra-se afetando o bem estar das pessoas e o meio em que convivem. E o especifico é expor a sociedade qual a probabilidade das variáveis climáticas, como temperatura, precipitação e vento irão se comportar e como estes podem comprometer na erosão do solo, sensação térmica e proliferação das Aedes aegypti.
METODOLOGIA:
Como metodologia fez-se uso de diversos modelos: probabilístico (Distribuição Gama e Distribuição de Gauss), físicos (erosividade de Lombardi Neto e conforto térmico - Índice de temperatura e Umidade proposto por Tom em 1959) e geofísico (Erosividade), cujos dados foram coletados no Laboratório de Climatologia da UFRN no período de 1984 a 2009.
RESULTADOS:
O prognostico das condições climáticas no município de Natal para o ano de 2009, com a probabilidade de 95% de acontecer apresentou-se da seguinte forma: dentre todos os meses do ano, a proliferação da Aedes aegypti é favorável, pois a temperatura encontra-se entre 21 e 29ºC (valor já modelado de acordo com o IPCC) e a umidade encontra-se a mais de 70%. Já a sensação térmica durante todo ano, segundo o método de TOM (1959) foi classificada como desconforto considerável, menos no mês de junho que foi de grande desconforto. Com relação à erosividade, esta apresentou-se fraca, pois atingiu menos de 599,04 mm h-1 entre setembro a janeiro e entre fevereiro a agosto excessiva, pois ultrapassou os 828,3 mm h-1. Quanto a precipitação, temperatura média e vento estas apresentaram-se da seguinte forma, respectivamente: no mês de janeiro - 131,6 mm, 28,4ºC e 5,4 m/s. O mês de fevereiro - 321,3mm, 28,8º e 5,5 m/s. Março - 673,0 mm, 28,7ºC e 4,9 m/s. Abril - 802,6mm, 28,0º e 5,5m/s. Maio - 781,1mm, 27,3º e 5,0 m/s. Junho - 523,8mm, 27,2º e 5,2 m/s. Julho - 759,2mm, 26,1º e 5,5 m/s. Agosto - 414,7mm, 26,6º e 5,9 m/s. Setembro - 129,8mm, 27,0º e 6,1 m/s. Outubro - 77mm, 27,6º e 7,3 m/s. Novembro - 86,3mm, 27,8º e 503 m/s. e Dezembro - 98,0mm, 28,1º e 5,1 m/s.
CONCLUSÃO:
O prognostico para a precipitação e temperatura são equivalentes com os dados reais, comportando-se da seguinte forma: possibilidade de chover todos os meses, sendo que os meses de fevereiro a agosto são os mais expressivos (oscilando entre 131,6 a 802,6 mm), com forte incidência à inundação e erosividade. E a temperatura sempre acima de 26ºC, sendo considerada como desconforto considerável (praticamente o ano inteiro) à grande desconforto (apenas em junho). Já os valores prognosticados para os ventos, não se comportam de acordo com os valores reais, e sim mais elevados que estes, sendo necessário revisar a modelagem empregada para esta variável, mas segundo os dados reais estes apresentam-se da seguinte forma: nos meses de setembro e outubro há incidência de fortes rajadas (6,1 e 7,3 m/s, respectivamente) e nos demais meses entre 4,9 a 5,9 m/s. E as condições geográficas apontam para com a favorabilidade de proliferação do aedes aegypit durante todo o ano.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Palavras-chave: Clima , Monitoramento, Natal/RN.