62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
PRAÇA VIVA - EU E OUTRO NA CONSTRUÇÃO COLETIVA DE ESPAÇOS DE LAZER
Maria Elisabete de Macedo Rodrigues 1
1. Secretaria de Educação, Esporte e Lazer da Cidade do Recife/GEAE/GESAE
INTRODUÇÃO:

Este projeto interdisciplinar foi realizado no 2º Ciclo 1º Ano do Ensino Fundamental, na Escola Municipal do Engenho do Meio, Recife - PE quando os alunos sentiram a necessidade de usar nas suas atividades esportivas uma praça próxima da escola. Como esta estava abandonada tiveram a idéia de melhorar o uso desse espaço público e o interesse de revitalizar a praça promovendo uma ação que culminou com o projeto do qual denominamos "Praça Viva - Eu e o outro na construção coletiva dos espaços de lazer". Nosso trabalho teve o intuito de sensibilizar os alunos promovendo atividades que nortearam o processo de revitalização do espaço da praça para que esta se tornasse um núcleo de socialização de toda a comunidade nos momentos de lazer, descanso e contemplação. Promovemos para os alunos um estudo sobre a relação homem/natureza, desenvolvendo saberes, atitudes e valores exercitando a cidadania. Executamos ações mobilizando toda a comunidade em prol de um bem comum: a conservação e urbanização dos espaços públicos servindo de promotores para o bem estar social. As crianças adquiriram competências do saber formalizado, do saber fazer e do saber ser, conhecimentos importantes na aquisição de uma visão integrada da realidade principalmente sob o ponto de vista sócio-ambiental.

METODOLOGIA:

O projeto foi dividido em: fundamentação teórica e construção do processo em ações vivenciadas no dia-a-dia. Desenvolvemos conceitos e valores através de atividades em sala de aula, estudos de campo, bibliográficos, pesquisas e entrevistas junto à comunidade e órgãos públicos. Elaboramos relatórios e aplicamos atividades, oportunizando aos alunos o uso na prática das habilidades adquiridas durante o processo de aprendizagem. Apresentamos o "Teatro de Mamulengo", realizamos palestras, sobre "Meio Ambiente" e Orçamento Participativo do Recife, quando descobrimos a existência do Orçamento Participativo Criança, e demos sugestões para o bom uso do dinheiro público. Trabalhamos a história, a geografia do local, lemos mapas, vimos fotos aéreas e observamos a mudança ocorrida durante o tempo. Produzimos textos com a historiografia do local, registramos a pesquisa, fizemos oficina de maquetes, usamos músicas e paródias com o tema. Preenchemos avaliações do local com os problemas da praça para descobrirmos o que fazer e como fazer para mudar a realidade. Debatemos e fizemos estudos sobre o tema, e outros materiais coletados. Analisamos fotos e históricos das principais praças do mundo. Produzimos gibis com o tema "Preservação dos Espaços Públicos", no laboratório de informática.

RESULTADOS:

A turma fez parte do Orçamento Participativo Criança, uma das alunas tornou-se Conselheira. Expusemos nosso interesse na revitalização da praça, ocorreram reuniões com a comunidade e órgãos públicos conhecendo os trâmites para que o projeto fosse executado pela Prefeitura. Reunimos membros dos Círculos Populares de Esporte e Lazer, ponte importante na mobilização dos jovens das comunidades que rodeavam a praça e assim conseguir a aprovação do projeto de revitalização junto ao Orçamento Participativo. As crianças viram o poder da mobilização de um grupo para a mudança da sua realidade. Elas produziram com criatividade gibis, material que ilustrou tão bem o projeto, resgatando o espaço que faz parte do bairro e que estava esquecido pelos órgãos públicos. Esse trabalho foi um dos primeiros a serem realizados na escola no uso de ferramentas tecnológicas. Os computadores foram utilizados de forma contextualizada dentro da proposta pedagógica subsidiando a prática docente. Durante o processo todos exercitaram a cidadania, desenvolveram a leitura, escrita e evoluíram no processo de aprendizagem. As atividades visaram sensibilizar e mostrar a importância da Praça para o convívio de todos. Este trabalho foi socializado em diversas feiras, congressos, mesas redondas e em forma de pôster.

CONCLUSÃO:

Nosso trabalho abrangeu assim, o saber formalizado (conhecimentos produzidos pela sociedade o qual fundamenta a ação das pessoas), consolidado na ação desenvolvida quando buscamos elementos que colaborassem com a execução do projeto de revitalização (o saber fazer). Logo, desenvolvemos as atividades em classe e em campo, até conseguirmos por em prática o conhecimento, num fazer social (saber ser) cultuando atitudes e valores que buscassem não somente os objetivos pré-estabelecidos no trabalho, mas a mudança no modo como as crianças tratam a descoberta de que fazem parte de uma sociedade e que são co-responsáveis por ela. Podemos dizer que este trabalho teve como intuito refletir se a sociedade cumpre seu papel na divulgação e atuação de uma Educação Ambiental consciente e cidadã através da observação e análise do espaço e assim dar suporte para que os alunos pudessem relacioná-lo com as problemáticas de seu cotidiano tirando suas próprias conclusões. As crianças se sentiram parte integrante do processo tentando atuar para a mudança de sua realidade social e cultural. O trabalho teve o reconhecimento de toda comunidade escolar (direção, professores, alunos e pais dos alunos) e foi socializado na Feira de Conhecimentos e congressos.

Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem, Tecnologia, Interdisciplinaridade.