62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
CAPACIDADE DE RETENÇÃO HÍDRICA DA SERRAPILHEIRA DE Mimosa caesalpiniifolia: Estação Experimental Rommel Mesquita
José Avelino da Hora Neto 1
Heloise Andrielly Nascimento Costa 1
Maraísa Costa Ferreira 1
Eduardo de Almeida Lopes 1
Thiago de Miranda Moreira 1
José Augusto da Silva Santana 2
1. Acadêmicos do curso de Engenharia Florestal-UFRN
2. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Agropecuária - UFRN
INTRODUÇÃO:

A Mimosa caesalpiniifolia conhecida popularmente na região nordeste como Sabiá ou Sansão do campo, é uma espécie da família Mimosaceae muito utilizada em diferentes atividades no campo como forragem para o gado nos períodos de estiagem e cerca viva defensiva. É uma espécie que pode contribuir na produção apícola por meio de sua grande quantidade de pólen. De acordo com a Circular técnica 135 da Embrapa o Sabiá é caracterizado como árvore de porte arbustivo perenifólio, podendo atingir dimensões próximas de 10 m de altura e 30 cm de DAP (diâmetro à altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na idade adulta. No Brasil sua abrangência natural encontra-se desde o Maranhão até a Bahia. Quanto à madeira, é utilizada para usos externos (moirões, estacas,postes, lenha e carvão). Apresenta crescimento rápido, sendo ideal para reflorestamento heterogêneo, destinado à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Outro elemento que favorece sua utilização em áreas degradadas é a adição de nutrientes e matéria orgânica advinda da decomposição de sua serrapilheira. O objetivo do presente trabalho foi comparar a capacidade de retenção hídrica da serapilheira de Sabiá com a de Mata Atlântica.

METODOLOGIA:

A coleta foi realizada no dia 23 de fevereiro de 2010 na Estação Experimental Rommel Mesquita de Faria ( pertencente a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, EMPARN). A estação está localizada no Jiqui município de Parnamirim/RN com coordenadas de 5º 46' de latitude S e 35º 12' de longitude W, possuindo uma área total de 520 ha, sendo esta dividida entre área de Mata Atlântica e áreas de plantios.  Para a coleta de 10 amostras utilizou-se de sacos de papel e gabaritos de 30cmx30cm lançados aleatoriamente sobre a camada de serrapilheira de Mata Atlântica e de Sabiá. O experimento foi analisado e desenvolvido no Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Agropecuária da UFRN, onde as amostras foram inicialmente pesadas e estabelecidas em 150g de massa folhear. Em seguida, cada amostra foi submersa em água por 90 minutos e colocadas para escorrer em bandejas por 30 minutos, determinando assim, por meio da pesagem, a massa úmida. Logo após, as amostras foram colocadas na estufa a 60 °C por 48 horas e retiradas para a pesagem de massa seca. Para encontrar os valores da capacidade de retenção hídrica (CRH) foi utilizada a fórmula: CRH (%) = (MU-MS/MS)*100, onde CRH (%) é a capacidade de retenção hídrica em porcentagem, MU é a massa úmida e MS é a massa seca.

RESULTADOS:

Considerando a utilização da fórmula para calcular CRH no processo de analise laboratorial das massas de serrapilheira da Acácia e de Mata atlântica, verificou-se que a capacidade de retenção hídrica (CRH) da Acácia chegou a 187.7%, enquanto que a CRH da Mata Atlântica atingiu média de 154,1% de massa.

CONCLUSÃO:

Pode-se confirmar com o estudo a maior CRH da espécie Mimosa caesalpiniifolia, Sabiá, frente à CRH da Mata atlântica, o que valida a afirmação no que diz respeito a utilização dessa espécie na recuperação de áreas degradadas, já que a serrapilheira do Sabiá favorece uma maior manutenção da umidade do solo.

Palavras-chave: Espécie florestal, Umidade do solo, Áreas degradadas.