62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
INVESTIGAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA O A ENCEFALOPATIA CRÔNICA INFANTIL NÃO-PROGRESSIVA NO CENTRO DE ASSISTÊNCIA DA CRIANÇA EXCEPCIONAL (CACE)
Elaine Lira Olinto 1
Cláudia Holanda Moreira 1
Gydarlly Batista do Nascimento 1
Herta Janine Batista Costa 1
Aryostennes Miquéias da Silva Ferreira 1
Emanuelly Kênia de Azevêdo Marques 1
1. Universidade Estadual da Paraíba
INTRODUÇÃO:
A Encefalopatia Crônica Não-Progressiva (ECINP), ou Paralisia Cerebral, constitui um grupo heterogêneo, englobando diversas afecções que se caracterizam predominantemente por alterações da motricidade, associadas ou não a outros sinais e sintomas, decorrente da agressão ao Sistema Nervoso (SN) em desenvolvimento. Os fatores de risco epidemiológicos para a ECINP são classificados de acordo com a etapa em que incidem sobre o SN em maturação, distinguindo-se os fatores pré-natais, perinatias e pós-natais. Nesta perspectiva, a fisioterapia atua não apenas reabilitando indivíduos cujos padrões anormais de tônus, postura e movimentos ou sequelas como contraturas e deformidades tenham se instalado, mas também prevenindo estas alterações por meio de uma intervenção precoce, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida para estas crianças. A melhor compreensão das causas da ECINP é de grande importância, pois permite a adoção de medidas profiláticas mais eficazes. O objetivo deste trabalho foi investigar os mais freqüentes fatores de risco que possam ocasionar o comprometimento encefálico em crianças com ECINP que freqüentam o Centro de Assistencial da Criança Excepcional (CACE).
METODOLOGIA:

Foi realizado um estudo documental, através da leitura de prontuários de crianças com diagnostico de ECINP atendidas no Centro Assistencial da Criança Excepcional (CACE), em Campina Grande- PB. Foi realizada uma triagem para seleção dos pacientes, sendo examinados 53 prontuários, compostos por Laudo Diagnóstico Inicial e Ficha de Avaliação Fisioterapêutica, dos quais 42 foram selecionados, respeitando os critérios de inclusão e exclusão para pesquisa. Após a triagem inicial, procedeu-se à leitura cuidadosa dos mesmos prontuários, para investigação dos fatores pré-natais, perinatais e pós-natais que possam ter contribuído para o desencadeamento da agressão encefálica, além dos resistros das seguintes variáveis: gênero, renda familiar, nível de escolaridade dos pais, idade materna ao engravidar, realização de pré-natal, tipo de parto, idade gestacional ao nascimento, classificação do tônus, tipo de ECINP, ocorrência de prejuízos associados, tipos de prejuízos associados e tempo de tratamento fisioterapêutico. Os dados foram analisados quantitativamente através de métodos estatísticos descritivos. Houve, antes da realização da pesquisa, a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba.

RESULTADOS:

Os resultados colhidos revelam que os fatores de risco mais citados nos prontuários foram os perinatais, representado em 81% dos casos, dos quais o mais encontrado foi à ocorrência de sinais de hipóxia, presentes em 76,5% destes casos. Concordando com Bancalari (1993), o qual afirma que os fatores perinatais são os mais freqüentes, assim como a complicação hipóxica a mais encontrada. Em seqüência estão os fatores pré-natais, citados em 59,5% das anamneses, e os fatores pós-natais, encontrados em 9,5% dos casos. Corroborando com os resultados de Alvarenga (1983) e Campos et al.  (1996). Os fatores de risco pré-natais mais encontrados foram a exposição aos Raios-X (24%) e a ocorrência de quedas durante a gestação (20%). Contrariando a pesquisa de Funayama et al. (2000), onde as infecções congênitas, juntamente com a agressão hipóxica foram os mais freqüentes fatores determinantes de ECINP. As infecções congênitas assumiram um pequeno papel no presente estudo, 4% do total dos casos de exposição a fatores de riscos pré-natais. Entretanto, este dado está de acordo com Manreza e Ghapelli (1994), para os quais as infecções congênitas são um fator etiológico de pequena importância. Com relação aos fatores de risco pós-natais, a meningite foi o mais relatado (50%).

CONCLUSÃO:
Verificou-se que os fatores de risco mais freqüentemente relacionados à ECINP são os perinatais, principalmente os sinais de hipóxia, mostrando a necessidade de uma maior atenção por parte dos profissionais de saúde com relação aos cuidados durante o trabalho de parto. Pesquisas de cunho epidemiológico deveriam ser realizadas em Campina Grande, ou ainda, na Paraíba, a fim de verificar a incidência da ECINP e seus fatores etiológicos.
Palavras-chave: Encefalopatia Crônica Infantil Não-Progressiva, Fatores de Risco, Campina Grande - PB.