62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 2. Imunologia Celular
EFEITO IMUNOMODULADOR DA OUABAÍNA NA INFLAMAÇÃO CUTÃNEA E NA MIGRAÇÃO CELULAR
Luciana Teles Carneiro 1
Jacqueline Alves Leite 1
Danielle Ingrid Bezerra de Vasconcelos 1
Jessica de Sá Barreto Callou Peixoto 1
Juliana Silva Brandi Oliveira 1
Sandra Rodrigues Mascarenhas 1
1. Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba-UFPB
INTRODUÇÃO:
A ouabaína, inicialmente conhecida como um composto de origem vegetal extraída das cascas e raízes da árvore Ouabaio (Acocanthera ouabaio), foi identificada como uma substância endógena, circulante no plasma de mamíferos superiores, sendo produzida pela adrenal, hipófise e hipotálamo. Nos últimos anos, a ouabaína tem sido amplamente estudada, por sua capacidade em interferir em vários mecanismos reguladores e mantenedores da homeostase. Apesar dos estudos do nosso grupo que retratam a capacidade da ouabaína de modular diversos aspectos da resposta imunológica, pouco se sabe sobre o seu papel em processos inflamatórios. A inflamação pode ser definida como um processo fisiológico, que envolve complexas interações entre todas as células envolvidas. Caracteriza-se pela liberação de mediadores, como a prostaglandina E2 (PGE2), a partir dos tecidos injuriados, que funcionam como mensageiros, provocando efeitos como aumento da permeabilidade vascular e exsudação de plasma no sítio atingido, com posterior migração celular para a área afetada. Este trabalho teve como intuito investigar o efeito modulador da ouabaína na inflamação induzida por PGE2, bem como avaliar a migração celular no peritônio induzida pelo mitógeno Concanavalina A (ConA).
METODOLOGIA:
Na execução dos modelos experimentais foram utilizados camundongos fêmeas da espécie Swiss albinus, com idade entre 6 e 8 semanas. Os experimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da UFPB sob o número 0408/09. A ação moduladora da ouabaína no ensaio com a PGE2 foi avaliada por meio do modelo de edema cutâneo, onde foi injetado 5ug/pata, enquanto que no modelo de peritonite aguda, utilizou-se o mitógeno ConA (60µg/animal), onde se realizou o lavado peritoneal e posterior contagem total e diferencial dos leucócitos, pela técnica de citospin. A análise estatística foi realizada no Graph Pad Prism, utilizando o One-way ANOVA e aplicando o teste de Tukey (p< 0,05).
RESULTADOS:
A ouabaína inibiu significativamente o edema induzido pela PGE2 em todos os tempos avaliados (15, 30 e 60 minutos), assim como reduziu a migração celular induzida pela ConA no peritônio, em um percentual de 76%. Na contagem diferencial entre as células mono e polimorfonucleares, observou-se uma ação inibitória da ouabaína, de aproximadamente 80% nos leucócitos polimorfonucleares.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados expostos, pode-se sugerir que a ouabaína apresenta atividade antiinflamatória, modulando a formação do edema inflamatório e a migração celular.
Instituição de Fomento: Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba - FAPESQ/PB e Minist. da Ciência e Tecnol/ Conselho Nacional de Desenv. Cient. e Tecnol. - MCT/CNPq
Palavras-chave: ouabaína, inflamação, migração celular.