62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL AO ADOLESCENTE PORTADOR DE HIV/AIDS
Danielle Freire Tertuliano 1
Francisca Francineide Andrade da Silva 1
Mariliz Christina Maciel da Silva 1
Lívio Fernandes Souza 1
Leonardo Gomes de Figueiredo 1
Richardson Augusto Rosendo da Silva 2
1. Departamento de Enfermagem, UERN
2. Prof. Dr./Orientador - Departamento de Enfermagem - UFRN
INTRODUÇÃO:

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) perfaz atualmente um dos grandes desafios à pesquisa, ao tratamento e à intervenção clínica e social. A qualidade da assistência é um importante determinante do sucesso de programas dirigidos a doença crônica, como a Aids, pois provoca impacto na qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, o Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde desenvolveu e implementou nos últimos anos, diretrizes com o objetivo de fortalecer, implementar e ampliar a institucionalização das ações de prevenção, promoção e assistência às DST/Aids na rede do SUS, de forma integral e equânime, conforme os princípios do SUS.O estudo está baseado no pressuposto que a assistência ambulatorial no Programa de Aids é integrada às suas demais ações de assistência e prevenção, e como tal deve ser complexa, multiprofissional e organizada segundo as prioridades clínicas, epidemiológicas e éticas que fundamentam o referido Programa. É nesse contexto que este trabalho foi desenvolvido, com o objetivo de conhecer a percepção de profissionais em um centro de referência para o tratamento da Aids, sobre as necessidades assistenciais de adolescentes portadores de HIV.

METODOLOGIA:

Este estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, com uma abordagem qualitativa, desenvolvido no ambulatório do Hospital Giselda Trigueiro (HGT), referência no tratamento da AIDS, situado no município de Natal -RN/Brasil. A população foi formada por 15 profissionais que atendem a adolescentes portadores de HIV no referido centro de referência, obedecendo aos seguintes critérios de inclusão: a) aceitarem participar da pesquisa como voluntárias; b) assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido por parte das participantes; c) fazer parte da equipe multiprofissional que atendem a adolescentes com HIV/Aids. Após autorização da Diretoria do HGT e aprovação do projeto junto ao Comitê de Ética em Pesquisas com seres humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o nº. 142/04, iniciou-se o processo de coletas de dados, que ocorreu no período entre Março e Junho de 2006. Como instrumento de coleta utilizou-se um roteiro de entrevista com questões estruturadas, validada através de um estudo piloto. As entrevistas foram gravadas e, posteriormente, transcritas na íntegra e agrupadas em categorias que emergiram do próprio discurso, obedecendo à análise de conteúdo.

RESULTADOS:

Como características dos 15 profissionais entrevistados, identificou-se que todos eram do sexo feminino, sendo 7 da área médica e 8 de outras áreas da saúde. O tempo de formado variou de 3 a 32 anos, e a idade variou de 26 a 56 anos, o que de certa forma permite inferir a experiência de vida e profissional dos entrevistados. As categorias que emergiram do próprio discurso dos entrevistados em relação às necessidades assistenciais de portadores de HIV foram: melhora dos sin­tomas, adesão à terapia medicamentosa, e, bem­ estar do cliente. A partir da análise das falas, foi possível identificar como típico da ação, uma assistência que visa à melhora dos sintomas do cliente. Observou-se que as atividades que visam à adesão à terapia medicamentosa, sejam a anti-retroviral ou a de infecções oportunistas e ainda a adesão ao tratamento e controle dos efeitos colaterais das medicações, foram mencionadas, com bastante ênfase. Pelo que pôde ser apreendido nas falas, se o profissio­nal conseguir deixar o cliente livre de sintomas, proporcio­nando a sensação de bem-estar ao mesmo, entende que está atendendo à necessidade de saúde do cliente.

CONCLUSÃO:

Uma vez que a concepção de necessidade assistencial do profissional de saúde está voltada para a idéia de proporcionar bem-estar, entendendo este como ausência de sintomas "desagradáveis" decorrentes da infecção pelo HIV, ou por agentes oportunistas, surgiu a reflexão sobre a integralidade da assistência pro­posta pelo SUS. É preciso, portanto, reorientar a assistência para que as necessi­dades de saúde da clientela possam ser satisfeitas; para que a pessoa seja assistida da maneira mais in­tegral, o quanto seja possível, e que ela seja ouvida e res­peitada em sua singularidade. Finalmente, espera-se que a discussão deste tema venha a contribuir para um melhor entendimento da complexidade que envolve a AIDS na infância e na adolescência e, que estimule aos profissionais para utilização de abordagens pautadas na sensibilidade para atender integralmente as necessidades daqueles que convivem com as particularidades do HIV/AIDS.

Palavras-chave: HIV/AIDS, Assistência ao paciente, Pesquisa sobre serviços de saúde.