62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal
AVALIAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA OVARIANA DO EFEITO DE REPETIDAS ESTIMULAÇÕES HORMONAIS EM CAPRINOS SEM PADRÃO DE RAÇA DEFINIDO (SPRD)
Antônio Carlos de Albuquerque Teles Filho 1
Carlos Henrique Sousa Melo 1
Francisco Carlos Sousa 1
Suely Renata Gaya Avelar 1
Vicente José de Figueiredo Freitas 1
Dárcio Ítalo Alves Teixeira 1
1. Laboratório de FIsiologia e Controle da Reprodução, FAVET-UECE
INTRODUÇÃO:

Em programas de colheita de oócitos para a produção in vitro de embriões, é comum a prática de sucessivas estimulações hormonais, visando potencializar a função ovariana. Entretanto, a submissão de um mesmo animal a sucessivos protocolos hormonais pode diminuir gradualmente a responsividade aos tratamentos. Nesse sentido, a ultrassonografia tem atuado como uma ferramenta confiável e não-invasiva, permitindo o esclarecimento de processos fisiológicos em animais domésticos, em especial na espécie caprina. Portanto, este trabalho tem como objetivos utilizar a ultrassonografia como uma ferramenta para acompanhar a função ovariana e avaliar as respostas, em cabras (SPRD), de sucessivos tratamentos de superestimulação ovariana, bem como avaliar a acurácia da técnica de ultrassonografia em relação à laparoscopia.

METODOLOGIA:
No experimento foram utilizados 5 cabras SPRD adultas. Estas foram submetidas a um protocolo hormonal baseado na inserção de esponjas intravaginais contendo 60mg de MAP (Progespon, Syntex, Argentina) por 11 dias. No dia 8 do tratamento progestágeno foi injetada PGF2α (Ciosin, Coopers, Brasil) na dose de 50 μg (IM) e teve início o tratamento de estimulação ovariana, que consistiu na administração de 5 doses decrescentes de Pfsh (Folltropin-V, Vetrepharm, Canadá), com as aplicações intervaladas de doze horas totalizando uma dose de 150 mg (IM). Os animais foram submetidos a três tratamentos consecutivos intervalados de 15 dias entre o fim de um tratamento e o início do próximo. As es ultrassonografias foram realizados imediatamente antes das laparoscopias. Todas as ultrassonografias foram executadas pelo mesmo operador, utilizando o equipamento Falco 100 (Pie Medical®, Maastricht, Holanda) acoplado a um transdutor linear (6/8 MHz). O número de folículos foi expresso como média ± EP. Para comparação entre as médias, foi utilizado o teste do qui-quadrado. As diferenças foram consideradas significativas quando p < 0,05. Para a comparação entre grupos os dados foram submetidos à ANOVA, seguido do teste Newman-Keuls. A confirmação dos resultados foi obtida através da laparoscopia.
RESULTADOS:

Não foi observada diferença significativa (p < 0,05) na resposta estimulatória ovariana entre os sucessivos tratamentos. Quanto à primeira, segunda e terceira sessão, foram visualizados respectivamente, por ultrassonografia, 15,2 ± 2,59; 16,25 ± 1,60; 15,6 ± 3,38 folículos por animal e por laparoscopia, 17,0 ± 3,91; 18,7 ± 2,59; 18,0 ± 4,72. Em todas as sessões não foi observado diferença significativa (p<0,05) para o número de folículos visualizados pelos dois métodos.

CONCLUSÃO:

Em conclusão, o método de ultrassonografia transretal mostrou ser uma ferramenta eficiente para se estimar o número de folículos presentes em animais estimulados e que a resposta estimulatória não diminuiu ao longo de três tratamentos hormonais.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Palavras-chave: Caprinos, Ultrassonografia, Laparoscopia.