62ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
QUALIDADE DA ÁGUA CONSUMIDA NAS ESCOLAS E CRECHES DA REDE PÚBLICA DE BARRA DO BUGRES - MATO GROSSO
Rosa Augusta Crestani Fava 1
1. Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
INTRODUÇÃO:

A água é um elemento essencial á vida e tem influência direta sobre a saúde, a qualidade de vida e o desenvolvimento do ser humano. Todos têm direito a uma água segura, referindo-se a uma oferta de água em quantidade, qualidade, continuidade e acessibilidade, objetivando um bem maior que é a proteção á saúde pública. A qualidade de água destinada ao consumo humano é de responsabilidade dos serviços públicos de abastecimento, desde a produção (captação e tratamento) até a distribuição (armazenamento e redes). O armazenamento domiciliar em locais impróprios, sem proteção contra intempéries ou contra acesso de animais, gera contaminação de uma água inicialmente potável. Sabendo-se que o ambiente escolar representa a segunda casa da criança, ocupando cerca de um terço do seu dia, recebendo água e alimentos, fez-se necessário um acompanhamento e monitoramento da qualidade e armazenamento da água consumida nas escolas e creches da rede pública de Barra do Bugres - Mato Grosso, visando melhoria da qualidade de vida no aspecto de saúde pública.

METODOLOGIA:

Este estudo foi realizado no município de Barra do Bugres - Mato Grosso, distante à 180Km da capital Cuiabá. Foram realizadas coletas em todas as escolas e creches da rede pública deste município, incluindo distritos, assentamentos, comunidades, fazendas, glebas e aldeias indígenas, num total de 35 estabelecimentos de ensino e creches e mais uma sala de aula. As coletas foram realizadas em três pontos distintos: bebedouro, caixa de água e torneira da cozinha, totalizando 106 amostras nas quais foram realizadas análises físico-químicas de turbidez, cor, pH, cloro residual livre, fluoreto e dureza; e microbiológicas para Coliformes Totais e Escherichia coli. Foi utilizado um formulário para identificação, com as seguintes descrições: nome da escola, origem da água e tipos de bebedouros com objetivo de identificar pontualmente futuras contaminações encontradas. Em relação ao armazenamento da água, foram avaliados quatro itens: material da caixa de água, condições higiênico-sanitárias, proteção e acesso. Foram estipulados pontos de 1 a 5 para cada item avaliado, sendo que a somatória dos pontos dividido por dois resultou na nota atribuída as caixas de água, onde maior e igual a 7,0 estava aprovada e menor que 7,0, estava reprovada.

RESULTADOS:

Na avaliação físico-química, da totalidade de 106 amostras coletadas, estavam em desacordo com a Portaria 518/MS, 36,8% para turbidez, 1% para cor, 37,7% para pH, 72,6% para cloro residual livre, 74,5% para fluoreto e nenhuma para dureza. Explica-se o alto percentual de amostras em desacordo para cloro residual livre e fluoreto, pois apenas 31,7% das escolas recebem água clorada e apenas 26% delas recebem água fluoretada. Analisando a média da totalidade das amostras para os parâmetros físico-químicos, somente a média para turbidez igual a 1,42 UNT (unidades de turbidez) estava em desacordo e isso pode ser explicado pelo alto percentual de reprovações das caixas de água (77%). Na avaliação microbiológica, das 106 amostras analisadas 83% não apresentaram contaminação, 9,7% apresentaram contaminação com Coliformes Totais e 7,6% apresentaram contaminação para Coliformes Totais e Escherichia coli não atendendo a Portaria 518/MS para ausência destes. Seis escolas apresentaram contaminação no bebedouro, quatro delas por Coliformes Totais e duas por Coliformes Totais e Escherichia coli, resultados que indicam a má conservação de filtros, inexistência deles e contaminação externa.

CONCLUSÃO:

As alterações verificadas nas amostras de água devem-se a má qualidade da água de minas, poços mal instalados, falta de limpeza, má conservação de reservatórios e bebedouros sem filtro. Nas escolas que recebem água tratada não houve nenhuma amostra com contaminação microbiológica, devido ao cloro residual livre presente na água tratada que a protege, apesar de muitas terem sido reprovadas quando ao armazenamento. O diagnóstico obtido mostra a importância do Sistema Público de Abastecimento (Departamento de Água e Esgoto - DAE) de Barra do Bugres, em assegurar a qualidade da água distribuída aos munícipes e a parceria com a Vigilância Sanitária Municipal que interditou um poço de uma escola pela contaminação por Coliformes Totais e Escherichia coli.  Outras ações corretivas no interior do município já estão sendo implantadas para sanar os problemas encontrados.

Instituição de Fomento: Prefeitura Municipal de Barra do Bugres - Mato Grosso
Palavras-chave: escolas, qualidade da água, Barra do Bugres.