O estudo foi realizado em 1.620,6063 ha de floresta na Fazenda Seringal Novo Macapá, que pertence à Empresa Batista & Cia Ltda., localizada no município Manoel Urbano no Estado do Acre e nos municípios Boca do Acre e Pauini no Estado do Amazonas. Os dados foram obtidos por meio de inventário a 100% de intensidade dos indivíduos de S. macrophylla com diâmetro igual ou maior que 20 cm. As árvores foram identificadas em campo por parabotânicos da Empresa. Para a análise da distribuição diamétrica da espécie foram consideradas 19 classes de diâmetro com intervalos de 10 cm.

Foram registrados 110 indivíduos de S. macrophylla com DAP de 21 a 234,9 cm. A distribuição nas classes de diâmetro é irregular, não apresentando a forma contínua e decrescente (J-invertido) que caracteriza as distribuições em florestas naturais. A distribuição dos indivíduos nas 19 classes é variável, com o maior número na classe 120-129,9 cm (11 árvores) e o menor na classe 160-169,9 cm (uma árvore). Outras classes bem representadas em número de indivíduos foram: 30-39,9 cm, 60-69,9 cm, 90-99,9 cm e 140-149,9 cm, todas com 9 árvores, e a classe 150-159,9 cm com 8 árvores. Ocorrem 89 árvores na área, com diâmetro maior que 60 cm, que podem ser colhidas. Portanto, pode-se inferir que o estoque atual da espécie permite que a madeira seja colhida, utilizando técnicas de exploração de impacto reduzido.  Apesar de germinar sob dossel, S. macrophylla necessita de alta intensidade de luz para se desenvolver. Portanto, a descontinuidade da distribuição diamétrica pode ser justificada pela sua exigência por luz, indicando que o seu desenvolvimento depende da formação de clareiras. A baixa intensidade de radiação solar também pode justificar o número reduzido de árvores em determinadas classes diamétricas.

O estoque atual de madeira da espécie Swietenia macrophylla é suficiente para realizar uma colheita agora e outra em até 30 anos, sem comprometer a conservação da espécie na área, desde que sejam adotadas as técnicas de exploração de impacto reduzido, de acordo com a Legislação Brasileira. Entretanto, o estoque para futuras colheitas poderá ser garantido desde que o crescimento de indivíduos jovens seja estimulado por meio de tratamentos silviculturais, incluindo aberturas no dossel. Há necessidade de estudos sobre a regeneração natural da espécie na floresta.