62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior
RODA PIÃO: BRINCADEIRAS INFANTIS DE ONTEM E HOJE NA ESCOLA.
Cleia Maria Lima Azevedo 1
Lélia de Oliveira Cruz 1
Maria de Fátima Alencar Rios 1
1. CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:

Brincar é uma atividade que faz parte do direito da criança. No entanto, na organização da sociedade atual, percebe-se cada vez mais forte tendência de abreviar a infância. Nas relações sociais estabelecidas no cotidiano escolar, a partir das políticas educacionais, percebe-se que a organização dos trabalhos pedagógicos e a própria estrutura física não respeita a característica específica da criança de 06 anos, "não criar esse espaço é ir contra a natureza da criança; contra o próprio desenvolvimento infantil" (FAVORETO, 2008).Considerando estas características e tendo em vista a formação do pedagogo do CESC/UEMA, fundamentado na compreensão de que o curso tem a sua identidade na docência, principalmente nas séries iniciais do Ensino Fundamental e na Educação Infantil, o projeto "Roda Pião: brincadeiras infantis de ontem e hoje na escola", tem o objetivo de inserir o acadêmico na realidade do 1º ano do Ensino Fundamental a partir da ludicidade, tendo em vista registrar as práticas pedagógicas, identificando os aspectos qualitativos de uma ação progressista que respeite as características da idade do educando. O trabalho possibilitou um olhar científico da criança de 6 anos. A implantação da política no referido ano no Ensino Fundamental (Lei nº 11.274) provocou no professor indefinição no trabalho cotidiano e na organização curricular para a referida série, acentuando cada vez mais a dicotomia entre brincar e estudar que é estabelecida pela concepção de pré-escola e escola. Neste contexto, promover um espaço do brincar permitiu aos acadêmicos junto com seu parceiro - professor do 1º ano - a organização de uma práxis que respeite as especificidades e permita o desenvolvimento da criatividade, da afetividade e da desenvoltura e da interação social nas crianças.

METODOLOGIA:

A abordagem é qualitativa e o método é a pesquisa-ação crítico-colaborativa, em que os professores do 1º ano do Ensino Fundamental pesquisado é, ao mesmo tempo, pesquisador, e os professores e alunos do CESC/UEMA são pesquisadores e colaboradores, e todos interagem na superação dos problemas reais e na produção e sistematização de conhecimentos. O trabalho foi desenvolvido nas escolas públicas municipais: Escola Antenor Viana Gomes Junior e a Escola Emilia Costa, com duas turmas com dois professores e dois bolsistas do programa de bolsa de extensão da Universidade Estadual do Maranhão (PIBEX - 2009). A sistemática de trabalho parte da ação de desenvolver práticas no interior da docência a partir do planejamento conjunto professor e acadêmico de Pedagogia, tendo em vista a característica da criança de seis anos. A ideia é resgatar as brincadeiras tradicionais interagindo com as contemporâneas. As atividades são registradas e analisadas a partir da concepção de infância e de criança.

RESULTADOS:

O trabalho realizado durante o ano letivo de 2009 teve como ponto básico o convívio do aluno do curso de Pedagogia e o professor do Ensino Fundamental, fato que causou choque de concepção dos dois envolvidos no processo. A professora tem toda uma forma de ver a docência a partir da sua experiência e o acadêmico está relacionando as suas teorias com a prática, o que faz um olhar diferenciado dos envolvido na pesquisa. As atividades docentes tiveram como parâmetro a dimensão da brincadeira popular, do construir o brinquedo e do entender este ato como uma ação humana e histórica, dimensão que fizeram realizar aulas com ajudas das avós, da comunidade e da própria forma como educando entende o brincar. Todo o trabalho foi registrado pelos acadêmicos, gerando possibilidade para futuros trabalhos científica.

CONCLUSÃO:

Um dos grandes impasses do trabalho desenvolvido foi à concepção do brincar dos professores e da comunidade envolvidos no processo. O trabalho sistemático do projeto permitiu a reorganização desta concepção e possibilitou um processo qualitativo na interação Universidade e comunidade. O interessante é que a formação do professor que atua na série constitui um ponto fundamental para essa relação. Na experiência estavam envolvidos um professor da área de Letras e um de Pedagogia, e apesar dos dois serem licenciados, o pedagogo tem consistência para entender o brincar como atividade própria da docência. Os acadêmicos demonstram todo um amadurecimento científico da questão proposta, o que oferece cientificidade ao trabalho.

Instituição de Fomento: Universidade Estadual do Maranhão (PIBEX - 2009).
Palavras-chave: Prática pedagógica, Ludicidade, Brincar.