62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
A IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E SUA RELAÇÃO COM ATENDIMENTO PRESTADO NO PRONTO-SOCORRO EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
Marianny Nayara Paiva Dantas 1
Caionara Angélica da Silva 1
Crístenes Emanuel da Costa 1
Mara Léia Távora Vieira 1
Maria Jaqueline Carlos da Silva 1
Johny Carlos de Queiroz 1
1. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:
Diante dos entraves na assistência prestada no Sistema Único de Saúde no que tange ao relacionamento dos profissionais com os pacientes, assim como a sistematização da assistência foi criada em 2003, pelo Ministério da Saúde a Política Nacional de Humanização (PNH), que propõe a qualificação da ambiência, e das condições de trabalho e de atendimento, articulando os processos de formação com os serviços e práticas de saúde, promovendo a interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde. O acolhimento, uma das ferramentas da PNH, objetiva a indissociabilidade entre as produções de saúde e de subjetividades e tem os sujeitos como participantes ativos no processo de produção. O acolhimento com classificação de risco (ACR) relaciona ao estado de saúde do paciente as seguintes cores que indicam como proceder em cada caso: vermelho - emergência, atendimento imediato; amarelo - urgência, com espera mínima para atendimento; verde - estável espera aceitável para a assistência e azul - ambulatorial, encaminhamento para instituição adequada. Considerando as premissas supracitadas objetivamos compreender como se dá a implantação do ACR em um hospital de referência e sua influência na otimização da assistência no cotidiano do Pronto-Socorro.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa-ação, sendo um estudo quali-quantitativo e descritivo. A princípio foi realizada uma revisão bibliográfica das publicações acerca da PNH e do Acolhimento com classificação de risco. Posteriormente, realizaram-se duas visitas a um Hospital de referência onde foi possível conhecer a dinâmica e o espaço físico do hospital assim como estabelecer contato com a equipe responsável pelo acolhimento, tomando conhecimento de seu trabalho, além de perceber a reação e o tratamento oferecido ao usuário. Como instrumento foi utilizado uma entrevista semi-estruturada, com dois enfermeiros, a qual possuía um guia previamente elaborado, entretanto permitiu aos entrevistados liberdade nas respostas, admitindo uma análise maleável acerca dos aspectos objetivos e subjetivos intrínsecos a utilização do acolhimento no hospital de urgência/emergência.
RESULTADOS:
Os pacientes são classificados a partir de protocolos da instituição que estipula sinais e sintomas para associar o estado de saúde relacionando-os as cores existentes na classificação de risco; a realidade revela um atendimento majoritariamente ambulatorial, sendo o acolhimento pensado para desafogar o Pronto-Socorro; o procedimento utilizado no acolhimento inclui a verificação de pressão, temperatura, análise da história atual e classificação de risco; após um ano de implantação se fez uma reunião de avaliação e os dados obtidos foram positivos: diminuiu o número de atendimentos ambulatoriais, a cor de atendimento predominante é a verde, o índice de mortalidade no Pronto - Socorro baixou, o índice de permanência no hospital baixou e ocorreu a caracterização do hospital (urgência/emergência); existem entraves dentre os quais a falha rede de atendimento a saúde e a não aderência e envolvimento de todos os profissionais do hospital no processo, dificultando e precarizando o atendimento.
CONCLUSÃO:
A ressignificação do termo acolhimento com classificação de risco nos pressupostos da PNH ainda é vislumbrada com fronteiras enquanto ao enquadre capitalista, que o delimita a uma simples assistência a saúde, balizada em triagem e em procedimento técnico que inflige os direitos de uma assistência humanizada e integral. Apesar disto o ACR do tem alcançado conquistas diversas e significativas não apenas no que tange a identificação e analise dos riscos de vulnerabilidade do sofrimento ao classificar o paciente de acordo com a gravidade, mais também por trazer oportunidades diversas que superaram a antiga caracterização do PS do Hospital pesquisado, o qual era visto como um ambiente hostil, grosseiro e sobrecarregado. Esta mudança tem gerado respostas positivas qualitativa e quantitativamente, visualizada na melhora da ambiência e na superação da diminuição de internação e de mortalidade, constando reorganização do setor quanto às verdadeiras necessidades e por conseqüência detendo mais tempo e maior oportunidades de um cuidado mais integral aos acolhidos.
Palavras-chave: Humanização, Acolhimento, Classificação de Risco.