Comportamentos de risco à saúde estão associados a um estilo de vida baseado na adoção de hábitos como inatividade física, tabagismo, dieta inadequada, abuso de bebidas alcoólicas entre outros. Fatores os quais são responsáveis por uma parcela significativa de morbi-mortalidade em vários países. A falta de conhecimento e oportunidade, o ambiente e a cultura, também podem influenciar na adoção de comportamentos negativos à saúde. Portanto, este estudo teve como objetivo identificar e analisar comportamentos de risco (tabagismo, consumo de álcool em excesso e consumo insuficiente de frutas/verduras) e indicadores de saúde (pressão arterial elevada, colesterol elevado, diabetes e percepção negativa de saúde) em industriários paraibanos.

A pesquisa, de natureza quantitativa, teve o seu processo amostral determinado em dois estágios: sorteio das empresas participantes, no intuito de ser representativos do conjunto de indústrias constantes no estado da Paraíba, fornecida pelo SESI - PB e sorteio aleatório dos funcionários em cada empresa totalizando uma amostra final de 2022 trabalhadores. Para a coleta de dados foi aplicado o questionário desenvolvido e validado para a pesquisa "Estilo de vida e Hábitos de Lazer dos Industriários", este instrumento padrão tem sido utilizado em todos os estados brasileiros, possibilitando comparação entre as diversas populações de industriários. A construção do banco se deu através da leitura ótica dos questionários (software SPHYNX). As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) para Windows - versão 16.01.

De posse dos dados, observou-se que o sexo feminino apresentou maior proporção de comportamentos positivos à saúde. Para o tabagismo e etilismo, cerca de 82,6% das mulheres declararam não fumar e 80,9% não ingerir álcool em excesso, percentual bem acima dos homens que foi de 67,6% e 57,2%, respectivamente. Essa prevalência foi similar em outros estados como Rio Grande do Norte (63,3%), Alagoas (66,1%) e Ceará (66,2%) de acordo com os dados divulgados pelo SESI. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os sexos, para as variáveis de pressão arterial elevada (Homens 23,4%, Mulheres 22,3%), colesterol elevado (Homens 14,3%, Mulheres 15,4%), diabetes, percepção de saúde (Homens 18,8%, Mulheres 21,2%) e consumo insuficiente de frutas/verduras (Homens 63%, Mulheres 61,2%), com destaque para o baixo percentual de diabéticos (2,7%) e grande percentual de trabalhadores que relataram não consumir frutas e verduras, em pelo menos cinco dias por semana (62,5%). 

Pode-se concluir que, o tabagismo e o consumo de álcool em excesso merecem uma atenção especial, necessitando de medidas educativas nessa população, sobretudo na masculina. Outro fator a ser trabalhado em ambos os sexos é o baixo consumo de frutas e verduras pelos industriários o que contribui no alto número de hipertensos e pessoas com colesterol elevado.