62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
UTILIZAÇÃO DE MANIPUEIRA COMO ADUBO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE ALFACE
Tainara Cristine Ferreira dos Santos Silva 1
Jairton Fraga Araújo 1
Rita de Cássia Barbosa da Silva 1
Nelson Raimundo Gomes Júnior 1
Jadson Miranda de Oliveira 1
Ana Cláudia Barros dos Santos 1
1. DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS/UNEB -DTCS III
INTRODUÇÃO:
A alface é a hortaliça folhosa mais consumida no Brasil, na forma de folhas destacadas em saladas. Nas condições de clima tropical e subtropical desenvolve-se melhor durante as épocas de temperaturas mais amenas. No Brasil possui uma área plantada de 35.000 ha, sendo o cultivo feito de maneira intensiva e geralmente praticada por agricultores familiares (COSTA & SALA, 2005). A produção agrícola vem sofrendo influencia direta dos gastos com insumos. Segundo Spadotto (2006) o consumo anual de agrotóxicos no Brasil tem sido superior a 300 mil toneladas de produtos comerciais. Para o pequeno produtor esse gasto pode acarretar numa produção de custo mais elevado que chega a dificultar a venda do seu produto. Formas alternativas de fertilizantes vêm sendo utilizadas com vista à redução do custo, o que pode favorecer o ganho na produção. Um fertilizante tecnicamente eficaz, além de economicamente vantajoso por tratar-se de um produto acessível economicamente e abundante em todas as regiões de cultivo e industrialização da mandioca é a manipueira (ARAGÃO, 1995). Objetivou-se com este trabalho avaliar o potencial da manipueira no suprimento de nutrientes para o desenvolvimento de mudas de alface crespa nas condições ecofisiológicas do Submédio São Francisco em Juazeiro - BA.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado em viveiro telado com 70% de sombreamento, no Departamento de tecnologia e Ciências Sociais-DTCS, da UNEB em Juazeiro - BA, sob condições ambientais. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado, sendo empregadas bandejas de isopor de 96 células preenchidas com o substrato comercial Plantmax® para a realização do plantio. As mudas foram irrigadas manualmente duas vezes ao dia até o final do experimento, fazendo-se o desbaste das mesmas dois dias após a emergência. O experimento foi composto por 5 tratamentos: T1 (testemunha), T2 (1L de manipueira diluído em 2L de água), T3 (1L de manipueira diluído em 4L de água), T4 (1L de manipueira diluído em 6L de água) e T5 (1L de manipueira diluído em 8L de água) com 4 repetições e parcelas experimentais de 40 células. A aplicação da manipueira foi realizada a intervalos semanais, fazendo-se uso de um pulverizador manual. Os parâmetros avaliados foram: altura da parte aérea (AA), número de folhas (NF), comprimento de raiz (CR), massa seca da parte aérea (MSA) e massa seca da raiz (MSR). As avaliações procederam-se aos 15, 21 e 28 dias após a primeira aplicação. Os dados foram analisados estatisticamente empregando análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan a 5%.
RESULTADOS:
A emergência iniciou-se aos dois dias após plantio, observando-se no terceiro dia 98,6% de germinação. Após a segunda aplicação os tratamentos, exceto a testemunha, apresentaram certa percentagem de queima de folhas nas mudas podendo ser atribuída a uma possível fitotoxicidade. Para AA a melhor resposta foi aos 21 dias com T3 e T4 que apresentaram diferença significativa em relação à testemunha com 5,8 cm e 6,2 cm de AA. Quanto ao NF, aos 15 dias após a primeira aplicação T2 apresentou o menor desempenho com 2,9 folhas. Aos 21 dias, T3, T4 e T5 com 4,7, 4,6 e 4,8 folhas, apresentaram melhor desempenho em relação a T2 com 3,5 folhas; aos 28 dias, T5 com 4,7 folhas se destacou em relação a T2 com 3,4 e T3 com 3,9. Ocorreram diferenças significativas para CR apenas aos 28 dias onde T2 apresentou o menor desenvolvimento com 7,6 cm. Para MAS houve diferença significativa aos 21 e 28 dias quando T2 apresentou diferença significativa em relação aos demais tratamentos, exceto a testemunha, com 0,418 g enquanto que T4 e T5 apresentaram o menor resultado aos 21 dias com 0,008g e 0,011g. Para a MSR, exceto aos 15 dias, os resultados apresentaram diferença significativa, destacando-se T4 e T5 aos 21 dias com 0,0325 g e 0,0296 g e T2 aos 28 dias com 0,4086 g.
CONCLUSÃO:
Sob as condições ecofisiológicas onde foi conduzido o experimento, a manipueira contribuiu para o ganho em altura da parte aérea, número de folhas, massa seca da parte aérea e massa seca da raiz, sendo as melhores respostas provenientes das diluições de 1 parte de manipueira para 6 partes de água e 1 parte de manipueira para 8 partes de água.
Palavras-chave: Manipueira, Alface , Adubação foliar.