62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismos
CARACTERIZAÇÃO DE BACTÉRIAS DIAZOTRÓFICAS ISOLADAS DE GRAMÍNEAS NATIVAS DO PANTANAL SUL MATO GROSSENSE
Mayara Silva Torres de Souza 1
Marivaine da Silva Brasil 1
Sandra Aparecida Santos 2
1. Depto. Ciências do Ambiente, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
2. Embrapa Pantanal
INTRODUÇÃO:

A fixação biológica de nitrogênio (FBN) por bactérias diazótróficas associadas a raízes de gramíneas forrageiras pode garantir o fornecimento de nitrogênio de forma adequada e desta forma melhorar a produtividade das forrageiras, utilizadas como pastagem natural na pecuária de corte na região. Este trabalho teve como objetivos, verificar a população de bactérias diazotróficas associadas a gramíneas forrageiras nativas do Pantanal da Nhecolândia e caracterizar morfofisiologicamente as bactérias isoladas das gramíneas forrageiras.

METODOLOGIA:

Foram feitas coletas na época de seca e cheia do Pantanal de forrageiras nativas: Axonopus purpusii, Mesosetum spp. na área da fazenda Nhumirim localizada na sub-região da Nhecolândia, pertencente a Embrapa Pantanal (18º 59'S e 56º 39'W). Foram amostradas raízes e solo rizosférico de cada planta, as raízes foram lavadas e diluídas em solução salina até 10 -6 e 0,1 mL foi inoculados nos meios semi-seletivos para A. amazonense (LGI) e Azospirillum spp (JNFB). A população de bactérias foi avaliada segundo o método do número mais provável (NMP). Todos os isolados puros (44) foram caracterizados quanto ás características morfológicas de suas colônias como: Forma, tamanho, cor, tipo de superfície e consistência. A capacidade de solubilização de fosfato foi testada conforme metodologia de Sylvester - Bradley et al.,1982. Para verificação da atividade amilolitica, todos os isolados foram inoculados em meio sólido CP, suplementado com amido 1%, sem corante, pH inicial 6,8. A identificação da atividade foi realizada após 2-3 dias de incubação a 30ºC, através da observação de um halo ao redor da colônia que foi identificado com utilização de solução de iodo 0,5%, que permite a visualização de uma zona mais clara e transparente ao redor da colônia, em contraste com o meio marrom escuro.

RESULTADOS:

Na época seca foi obtido maior número de bactérias nas raízes do A. purpusii, em ambos os meios de cultura, ocorrendo o inverso na época de cheia que esse ano foi atípico para região. Na primeira coleta as condições hídricas do solo foi melhor o que pode ter influenciado num maior número de bactérias encontradas nesse período. Foram isoladas e caracterizadas 44 bactérias sendo 33 caracterizadas como Azospirillum amazonense e 11 como do gênero Azospirillum spp. Quanto às características morfológicas estudadas, observa-se que houve maior variabilidade para a gramínea A.purpusii. No entanto, não se obteve isolados bacterianos oriundos de Mesosetum sp do meio JNFB. Os resultados obtidos nesse trabalho para morfologia foram similares ao descrito para ambas as espécies, com algumas diferenças sutis observadas em alguns isolados. Para o teste de solubilização de fosfato sete isolados apresentaram halo sendo a maioria com película para FBN. Quanto ao teste para a atividade amilolítica 16 isolados apresentaram halo sendo que destes 14 apresentam característica diazotrófica. Apenas um dos isolados a AMM7 apresenta característica de diazotŕofica, atividade amilolítica e fosfatase.

CONCLUSÃO:

1)     No Pantanal as condições edafoclimáticas podem ifluenciar no número de bactérias associadas a raízes de gramíneas forrageiras

2)     O isolamento e caracterização morfofisiológica propiciaram identificar características e enzimas importantes nesse grupo de microrganismos.

3)     O isolamento e caracterização morfofisiológica propiciaram identificar, pela primeira vez, a solubilização de fosfato para a espécie Azospirillum amazonense.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Fundect MS, Embrapa Pantanal, Embrapa Agrofuturo
Palavras-chave: Fixação Biológica de Nitrogênio, Azospirillum, Morfofisiologia.