62ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
AS CRIANÇAS DE 2° ANO, DOS ANOS INICIAIS, DA ESCOLA PÚBLICA E ALGUMAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Tamires Elias da Silva 1
Thaise Marques da Silva 1
Nádia Mara da Silveira 1
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas-IF-AL
INTRODUÇÃO:
É notório que a educação pública no Brasil é deficiente e não fornece aos alunos as condições adequadas para o desenvolvimento das múltiplas inteligências: lingüística, lógico-matemática, espacial, cinestésica-corporal, musical, intrapessoal e interpessoal, necessárias para a construção da aprendizagem, conforme enfatiza Gardner (1995). Considerando, também, que o ambiente em que a criança cresce por si só não educa, mas influencia no seu desenvolvimento intelectual fornecendo-lhes os estímulos necessários para aprimorar as inteligências, e que a escola integra esse ambiente, o jogo surge como um recurso adicional na metodologia de ensino utilizada em sala de aula com o intuito de facilitar o aprendizado, segundo Antunes (2005). Desse modo, temos por objetivo nessa pesquisa, verificar o grau de dimensões de inteligências nas crianças de uma turma de 2 º ano, anos iniciais, da escola pública, através da utilização de jogos e dinâmicas de verificação de inteligências.
METODOLOGIA:
A metodologia consistiu num estudo comparativo de caso de uma turma de 2° ano, de anos iniciais, do ensino fundamental, da Escola Estadual P.L. C; numa abordagem qualitativa. Este estudo está inserido numa pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas denominada "Desenvolvimento de Jogos e Dinâmicas para Estimulação de Inteligências, nas Crianças de Anos Iniciais, Ensino Fundamental, da Escola Pública". Para isso, realizamos um levantamento bibliográfico sobre as múltiplas inteligências, jogos e desenvolvimento da aprendizagem. Posteriormente, selecionamos jogos e dinâmicas de verificação das múltiplas inteligências. Depois, selecionamos a escola pública e aplicamos os jogos e dinâmicas em sala de aula, preenchendo o protocolo de observação utilizado para a aquisição e avaliação dos resultados. Finalmente, visando obter resultados fidedignos, realizamos um estudo comparativo dos alunos, divididos em dois grupos distintos: de 6 aos 8 anos e de 9 aos 11 anos. O primeiro correspondente a faixa etária adequada para o 2° ano, dos anos iniciais, do ensino fundamental, e o segundo corresponde a faixa etária acima da média considerada adequada.
RESULTADOS:
Através da análise qualitativa foram obtidos os seguintes resultados: no primeiro grupo - dos 6 aos 8 anos - na Inteligência lingüística, verificou-se que os alunos não conseguiram formar ou escrever palavras ou frases, foi a maior dificuldade detectada; na inteligência lógico-matemática, as crianças apresentaram dificuldades quanto à identificação de números e sinais básicos; com relação a dimensão musical, verificou-se uma percepção auditiva aguçada; na inteligência cinestésica-corporal, eles apresentaram facilidade de se expressar; e nas inteligências intrapessoal e interpessoal, o grupo demonstrou ser otimista e motivado. No segundo grupo - dos 9 aos 11 anos - observa-se que na inteligência linguística, as crianças demonstram domínio da capacidade conversacional e compreensão verbal, porém, apresentam dificuldade com relação a compreensão escrita; na dimensão lógico-matemática, elas conseguem transferir a lógica aplicada na solução de um problema para outras situações; nas inteligências intrapessoal e interpessoal, foram observados que os alunos são relutantes em pedir ajuda aos colegas e não expressam seus sentimentos; quanto as inteligências espacial, cinestésico-corporal, e musical são relativamente desenvolvidas para a idade e o ano escolar.
CONCLUSÃO:
Após confrontar os resultados obtidos dos dois grupos percebe-se que há diferenças no desenvolvimento das múltiplas inteligências. Na inteligência lingüística, ambos os grupos apresentam deficiência na compreensão escrita , o que revela a precariedade da relação ensino-aprendizagem. Já na inteligência lógica-matemática, percebe-se um progresso dos alunos do segundo grupo, dos 9 aos 11 anos. As dimensões intrapessoal e interpessoal apresentam resultados semelhantes em ambos os grupos, salvo pela capacidade de autocontrole emocional que as crianças mais velhas já começam a apresentar. Nas outras inteligências, nota-se que o desenvolvimento das mesmas encontra-se em níveis semelhantes. No entanto, as principais carências encontradas nos alunos indicam a deficiência no programa de ensino e na metodologia utilizada. Ressalta-se ainda que essas dificuldades detectadas, através desse método de avaliação, podem ser supridas ou amenizadas, desde que o ambiente escolar e familiar forneça-lhe estímulos necessários e favoreça seu desenvolvimento intelectual.
Instituição de Fomento: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas- IF-AL
Palavras-chave: Múltiplas Inteligências, Dificuldades, Anos iniciais.