| 62ª Reunião Anual da SBPC |
| A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 6. Geoquímica |
| HIDROQUÍMICA, TOPOBATIMETRIA E GEOQUÍMICA DE NUTRIENTES DE LAGOAS DA BACIA DO RIO GURGUÉIA/PIAUI. |
| Jailson Silva Machado 1 Francisca Gislene Albano 1 Salvador Maia Rodrigues 1 Francisco José de Paula Filho 2 |
| 1. Deptº de Eng. Florestal, Campus Cinobelina Elvas/UFPI 2. Profº. MSc./Orientador-Deptº Ciências Biológicas/Campus Cinobelina Elvas/UFPI |
| INTRODUÇÃO: |
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Neste trabalho foi realizado o monitoramento de uma lagoa que compõe a bacia do rio Gurguéia, sul do Piaui, através de dados hidroquímicos, determinação da topobatimétria e geoquímica de nutrientes do sistema. Com estas informações foi possível definir a qualidade ambiental do sistema lacustre. O corpo hídrico está a 254m de altitude e situa-se na margem do rio Gurguéia e seu entorno é intensamente utilizado para fins agrícolas e pela pecuária extensiva. Apresenta profundidade aproximada de 4m, para o período de realização deste estudo, que marca o período de estiagem na região. A lagoa está inserida em uma região de cerrado que nos últimos anos vem passando por intensas transformações no uso e ocupação do solo, principalmente vinculadas à agricultura de grãos com o uso intensivo de fertilizantes químicos fosfatados. Assim, o presente trabalho tem como objetivo, realizar preliminarmente as concentrações de fósforo em sedimentos da lagoa, bem como iniciar o monitoramento das condições hidroquímicas a partir de dados coletados em campo. |
| METODOLOGIA: |
O trabalho topobatimétrico teve início em julho de 2009 e para isto utilizamos estação total marca Nikon 410 que permite uma precisão de 1mm na vertical e horizontal, dotada de tripé, prisma, bastão adaptado para medir a profundidade, para coleta dos pontos utilizamos malha de 30 em 30 metros com variação não intencional. Para a locomoção sobre o espelho d'água utilizamos um barco com âncora a fim de permitir a estabilidade no momento da leitura. O ajuste dos pontos coletados em coordenadas foi feito através do uso de GPS móvel, Garmim map 60cx. Para o processamento dos dados foram usados os programas Topograph, Autocad 14 e civil Survey, Global mapper e imagens do Google earth. A hidroquímica do sistema foi determinada através do uso de sondas portáteis específicas para Oxigênio dissolvido (OD% e ODmg.L-1), pH, condutividade(µS) e turbidez. A transparência foi determinada pelo uso de disco de secchi e as amostras de sedimentos foram coletadas através de draga Van Veen, levadas ao laboratório onde foram processadas e submetidas à lixiviação, cujos extratos foram analisados para o fósforo total pelo método do azul de molibdato, com leitura por espectrofotometria. |
| RESULTADOS: |
A partir dos dados obtidos em campo foi possível construir o quadro de cubação da lagoa com exatidão, foram elaboradas quatro curvas de nível de 1m cada, no qual permitiu estimar o volume total da lagoa que tem capacidade de 599.112,80m3. Em seguida calculamos o perímetro e obtivemos a área total do espelho d'água que é de 355.316,77m2. Traçamos o perfil longitudinal para observar o comportamento do fundo da lagoa. Inserimos o arquivo topográfico sobre uma imagem de satélite e calculamos a área de ocupação por aguapés, tendo em vista a verificação do grau de comprometimento do espelho d'água. Estimamos que da área total do espelho, cerca de 88,75%, encontra-se coberto pela planta aquática. As medidas hidroquímicas para oxigênio dissolvido apresentaram valores entre 20% e 59% na superfície e entre 2,2% e 30% no fundo do reservatório. O valor de pH oscilou entre 6,5 e 7,1 ± 0,01 do fundo à superfície. As concentrações de fósforo total (PT) nos sedimentos variaram de 0,19 a 0,26 mg/g ± 0,04, (n = 12). Para cada ponto foi determinado o teor de matéria orgânica associado aos sedimentos, obtendo-se valores entre 6,81% e 8,64% ± 0,57 (n = 12). |
| CONCLUSÃO: |
Concluímos através da análise dos dados, que o processo de levantamento topobatimétrico é eficaz na determinação de áreas e volumes de corpos hídricos de pequenas dimensões, como a Lagoa do Barro, embora não sendo tão preciso quanto a batimetria por ecosonda, este método permite obter resultados satisfatórios. O nível de oxigênio dissolvido observado para a lagoa, permite sua classificação como um ambiente de baixa saturação em oxigênio segundo Macedo & Costa, 1978. Apesar da baixa profundidade, a intensidade de oxidação da matéria orgânica no fundo do lago acarreta elevado consumo de oxigênio e conseqüente depleção nos valores nesta região da coluna d'água. O ambiente mais redutor no fundo denota uma condição favorável à liberação de fósforo dos sedimentos, principalmente a partir da forma inorgânica associada a óxi-hidróxidos de ferro e alumínio. A maior disponibilidade de fósforo na água pode explicar a elevada proliferação dos aguapés no espelho d'água. As concentrações de fósforo no sedimento encontram-se na faixa reportada para ambientes não impactados e que apresentam fósforo limitação. Este trabalho contribui para o melhor entendimento dos sistemas lacustres que compõem a bacia rio Gurguéia, que constitui o principal afluente do rio Parnaíba pela margem direita. |
| Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq/INCT - Transferência de Materiais Continente--Oceano/Processo: 573601/2008-9. |
| Palavras-chave: Topobatimetria, Hidroquímica, Geoquímica. |