O cultivo da mandioca (Manihot esculenta Crantz) (Euphorbiaceae)  representa um papel  importante na segurança alimentar para a população que  habita a região tropical, sendo que o Brasil, destaca-se neste cenário como o maior produtor na América do Sul, principalmente  na região Nordeste, pois em virtude da existência de prolongados períodos de seca, este produto se torna uma ótima opção no incremento da renda da população local (Fukuda et al.,2006).

Dentre os fatores que podem afetar a cultura de mandioca do plantio à colheita pode-se destacar a ocorrência de artrópodes-praga, onde várias espécies  assumem no cenário agrícola relevada importância econômica, pois além de danos diretos ocasionado à planta, podem ainda vetoriar microorganismos podendo ocasionar a queda da produção agrícola ou em casos mais severos perda total da cultura (Oliveira & Lima, 2006) e prejuízo econômico ao agricultor.

Dentre os insetos-praga da cultura de mandioca podemos destacar, o percevejo-de-renda, Vatiga illudena (Drake, 1922) (Hemiptera: Tingidae) frequente na estação seca e o mandarová no estágio inicial da planta, entre outras (Faria 1987). O objetivo deste estudo foi conhecer as ordens  de insetos-praga associadas à cultura de mandioca, na comunidade Cidade Nova, município de Mata Roma - MA.

O estudo foi conduzido entre os meses de  julho de 2009 a fevereiro de 2010, em um plantio de mandioca medindo 1 hectare localizado na comunidade Cidade Nova municipio de Mata Roma-MA, em uma região com a fitofisionomia do cerrado maranhense, microrregião de Chapadinha (03°44'17'' Sul e 43°20'29'' Oeste) (IBAMA/SEMATUR, 1991). o clima da região se caracteriza por apresentar dois períodos bem definidos. O período chuvoso que tende a ocorrer de janeiro a junho e o período seco entre julho a dezembro com temperatura média anual de 27 Cº, máxima 39 Cº e minima 23 Cº.

As amostragens dos insetos foram  realizadas mensalmente, utilizando-se para esse fim rede entomológica a qual foi manuseada ativamente sobre as plantas de mandioca durante o período matutino no horário compreendido entre 7:00 e 12 horas, coletas adicionais também foram realizadas utilizando-se pinças, coletando assim insetos de pouca capacidade de vôo na parte inferior das folhas e próximo às raízes.

O material entomológico foi armazenado em recipientes contendo álcool a 70%, etiquetados e encaminhados ao Laboratório de Entomologia do CCAA onde foram triados e  identificados. Para analíse dos  dados foi utilizado o teste estatistico ANOVA em DIC (Delineamento Interamente Casualizado) e o teste de Tukey (Colwell, 2001).

Foram coletados 120 espécimens distribuídos em nove ordens, sendo (63%) representantes à ordem Hymenoptera, (17%) à Hemiptera, (8%) Coleoptera, (4%) Orthoptera, Blattodea, Lepidóptera e Thysanoptera todos com (2%), Diptera e Odonata (1%) cada.

A ordem Hymenoptera apresentou diferença significativa em relação às demais ordens encontradas, pela análise das médias através do teste de Tukey (P≤0,05). As demais não diferiram estatisticamente. O fato de ter sido coletado uma maior abundância de himenópteros pode ser devido a uma alta densidade populacional de formicídeos coletados, grupo taxonômico onde podem ser encontradas várias espécies-praga de relevância para a cultura.  

            Entre os Hemiptera, onde podem ser encontrados artrópodes-praga que têm hábito sugador, destaca-se a ocorrência do percevejo-de-renda, uma praga-chave importante economicamente para o cultivo da mandioca. Além deste, detectou-se a ocorrência de mosca-branca a qual além de provocar danos diretos devido à sua alimentação podem ainda ser vetores de viroses.