62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Efeito agudo de três técnicas de alongamento muscular sobre o torque flexor do joelho
Liane de Brito Macedo 1
Ariane Emerenciano da Câmara 1
Amanda de Medeiros Josué 1
Jailson Oliveira Ferreira 1
Jamilson Simões Brasileiro 1
1. UFRN
INTRODUÇÃO:
O alongamento muscular é amplamente utilizado no meio esportivo, em academias de ginástica, em centros de reabilitação, dentre muitos outros ambientes. É recomendado em guias e manuais de uso profissional e da população geral, sendo uma técnica indicada para o tratamento de diversas disfunções do aparelho locomotor e como procedimento a ser realizado antes e/ou após exercícios, inclusive testes de aptidão física. Estudos recentes têm sido realizados na intenção de analisar o efeito do alongamento muscular sobre o torque produzido pelos músculos ísquios-tibiais, sugerido que o mesmo poderia estar reduzido após manobras de alongamento. Tendo em vista a relevância do assunto, bem como as dúvidas que persistem sobre o mesmo, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito agudo de três técnicas de alongamento muscular sobre o torque flexor concêntrico do joelho.
METODOLOGIA:
A amostra foi composta por 60 voluntárias jovens, com idade de 22,5 ± 3 anos, altura de 1,64 ± 0,1 m, e massa corporal de 58 ± 8,6 K. A alocação dos sujeitos foi aleatória e individual, por meio de sorteio, nos seguintes grupos experimentais:- Grupo Controle (GC, n=15), Grupo Alongamento Estático (GE, n=15), Grupo Manter-Relaxar (GMR, n=15) e Grupo Agonista Manter-Relaxar (GAMR, n=15). Para a avaliação do torque isocinético foi utilizado um Dinamômetro Isocinético Computadorizado da marca Biodex, do Laboratório de Plasticidade Muscular, Departamento de Fisioterapia, UFRN. O sujeito foi orientado a realizar uma série de cinco repetições ininterruptas de extensão e flexão do joelho, de 90º de flexão até a extensão completa, utilizando a sua capacidade máxima de contração muscular, tanto na extensão quanto na flexão, a uma velocidade angular constante de 60º/s. Após isso, todas as manobras de alongamento foram realizadas pelo mesmo pesquisador, que realizou o procedimento de alongamento levando o membro inferior não-dominante à flexão do quadril com o joelho em extensão, deixando o tornozelo livre, conforme a técnica sorteada. Os sujeitos foram orientados a falar e/ou avisar com um sinal quando o ponto de desconforto fosse alcançado. Após as manobras, o torque foi novamente mensurado no dinamômetro. Os dados foram analisados estatisticamente e o nível de significância foi atribuído em 5%.
RESULTADOS:
Após a análise, o estudo revelou que nem o alongamento estático (60 segundos), nem as técnicas da FNP (manter-relaxar com 48 segundos e manter-relaxar do agonista com 48 segundos), provocam redução de força muscular, quando avaliadas imediatamente após as manobras. A opção por esse tempo de aplicação reproduz os valores comumente encontrados nas manobras que antecedem às atividades físicas ou aqueles utilizados na prática fisioterápica. Tais achados viabilizam a realização das técnicas de alongamento muscular sem a preocupação de que o indivíduo, mesmo sendo sedentário, sofra uma redução temporária da força muscular. Para tanto, preconiza-se que a duração da manobra, para cada grupo muscular, seja de aproximadamente 60 segundos.
CONCLUSÃO:

Os resultados desta pesquisa sugerem que o alongamento muscular, quando realizado com uma duração de cerca de um minuto, em jovens saudáveis e sedentárias, independente da técnica utilizada, não promove alterações significativas na força muscular concêntrica dos sujeitos.

 

Instituição de Fomento: FAPERN
Palavras-chave: Dinamometria Isocinética, Ísquios-tibiais, Alongamento.