62ª Reunião Anual da SBPC |
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa |
PIBID: DA INICIAÇÃO À REFLEXÃO NA PRÁTICA DOCENTE |
Tacicleide Dantas Vieira 1 Aline Patrícia da Silva 1 Jackeline Rebouças Oliveira 1 Maria da Penha Casado Alves 1 |
1. Depto. de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN |
INTRODUÇÃO: |
Diante do complexo e desafiador panorama educacional atual, faz-se cada vez mais necessário investir na formação inicial dos professores, uma vez que a melhoria da qualidade do ensino depende decisivamente da adequada formação dos licenciandos que atuarão nas escolas básicas e das oportunidades oferecidas aos docentes em exercício nas escolas públicas. Reconhecendo a problemática que tem comprometido a necessária aliança entre teoria e prática na formação de docentes, a UFRN consolida ações no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) que visa, dentre outros objetivos, potencializar a formação dos licenciandos para uma atuação significativa no ensino básico. O subprojeto de Língua Portuguesa que atuou e atua, nos anos de 2009/2010, na Escola Estadual Professor José Fernandes Machado, situada na cidade do Natal/RN, desenvolve trabalhos de leitura e produção de textos, como também de análise lingüística com alunos do Ensino Médio. O objetivo do Subprojeto de Língua Portuguesa é ressignificar o ensino de língua materna oferecendo o conhecimento lingüístico-textual-discursivo exigido pela vida contemporânea. Tal projeto fundamenta-se na concepção bakhtiniana de linguagem como construção sócio-histórica de sujeitos em interação. |
METODOLOGIA: |
Pela convivência diária com o ambiente escolar da rede pública, o Subprojeto de Língua Portuguesa nos permite elaborar e validar ações, experiências metodológicas e práticas inovadoras que nos guiam pela prática à reflexão. Semanalmente, realizamos reuniões com a coordenadora do subprojeto, Maria da Penha Casado Alves, e com o professor supervisor Paulo Martins de Oliveira, objetivando planejar as ações dos bolsistas na escola, métodos empregados e recursos necessários para a sensibilização durante as práticas. No primeiro ano de atuação, elencamos como recursos metodológicos utilizados na Escola Est. Prof. José Fernandes Machado: seleção de textos atuais dos mais diversos gêneros discursivos; sequências didáticas básicas; práticas comparativas de escrita e reescrita de textos; orientação para oralidade formal e pública; leitura compartilhada e compreensão de textos; ciclo de palestras com professores colaboradores da UFRN e temática centrada em obras literárias; oficinas; atendimentos individual e em grupo; atividades de escrita e leitura simuladoras de processos seletivos vestibulares e Enem; amostra de linguagem reunindo escritos poéticos e prosaicos dos próprios alunos; criação do laboratório de linguagem, espaço diferenciado promotor de atividades de língua e de linguagem. |
RESULTADOS: |
As intervenções do PIBID têm se mostrado satisfatórias e muito positivas, uma vez que seguem o objetivo de redimensionar o ensino de língua materna e de proporcionar aos futuros professores uma experiência de conhecimento e interação com as situações empíricas que caracterizam o seu campo de atuação. No que se refere ao professor em formação inicial, essa inserção possibilita ganhos significativos pelo trato com a diversidade de interesses e necessidades do alunado; pela compreensão das diferenças entre os sujeitos-alunos; pelo incentivo ao trabalho com a língua portuguesa considerando possibilidades metodológicas, letramentos múltiplos, reflexão acerca da prática docente e suas respectivas responsabilidades. Quanto ao trabalho desenvolvido na escola, destacam-se ações como o incentivo e a orientação para o vestibular, leitura e produção de gêneros discursivos diversos, reescrita orientada de textos escritos pelos alunos, atendimento às demandas dos alunos no que concerne à leitura, escrita e análise lingüística. |
CONCLUSÃO: |
Considerando os resultados animadores obtidos no primeiro ano de trabalho do PIBID, reafirmamos a necessidade de um investimento permanente na formação prática de futuros professores que extrapole o ínfimo tempo destinado aos estágios cumpridos nos períodos finais da graduação. Planejar e atuar diretamente na vivência escolar nos permite superar a delicada artificialidade que recobre as simulações de situações práticas com que teremos de lidar quando formos docentes em exercício. As atividades de seminário e estágios supervisionados, que nos acompanham durante toda a graduação, não são capazes de reproduzir as inéditas situações a que estamos expostos numa turma composta por dezenas de alunos e centenas de vivências, necessidades e expectativas. O PIBID complementa e completa uma formação efetivamente interessada na capacitação de professores. Ao mesmo tempo, projetos como este viabilizam o imprescindível diálogo entre academia e escola básica, integrando necessidades discentes a pesquisas e estudos docentes da universidade. A reflexão torna-se imperativa nesse processo. Repensar práticas e teorias a partir de situações empíricas possibilita resolver problemas, solucionar dilemas, sugerir e encontrar propostas que colaborem para a formação qualificada de leitores e escritores. |
Instituição de Fomento: CAPES; REUNI |
Palavras-chave: FORMAÇÃO INICIAL, LÍNGUA PORTUGUESA, PIBID. |