62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
LEVANTAMENTO SOBRE O PROCESSO E DESTINO FINAL DOS ESGOTOS HOSPITALARES DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN.
Maria Jaqueline Carlos da Silva 1
Graciella Madalena Lucena Jales 1
Emanuela Lessa de Lima 1
Claudielly Ferreira da Silva 1
Crístenes Emanuel da Costa 1
Antônio Leite da Costa 2
1. Departamento de Enfermagem, Faculdade de Enfermagem - UERN
2. Professor Mestre/Orientador, Depto. de Enfermagem - UERN
INTRODUÇÃO:

Os tempos mudaram e a cidade de Mossoró acompanhou essa Nova Era Industrial, Tecnológica e Social, não apenas nas respostas condizentes ao crescimento econômico, mas também nas que intermediaram os transtornos no meio ambiente, ressaltando que um dos mais prejudicados com esse progresso foi o rio Mossoró, que sofreu um alto teor de poluição em suas águas, provocados pelo despejo dos esgotos domiciliares, industriais e hospitalares, e que, no tanger das reservas naturais, este assumiria grande importância hídrica para o município que possui características semi-áridas. Assim, as discussões e reflexões em busca de soluções para os cuidados de preservação e recuperação dos recursos hídricos, têm se tornado necessárias. Nesse ínterim, a preocupação com o esgoto hospitalar caracteriza-se como de importante análise, visto que os produtos eliminados são substancialemente insalubres e potencialmente poluentes para o meio ambiente. Nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo conhecer o processo dos esgotos hospitalares da cidade de Mossoró/RN, até a sua disposição final, e se esses condizem com as exigências da resolução nº 358, de 29 de abril de 2005, a qual orienta a todo gerador de serviço de saúde a traçar m Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS)

METODOLOGIA:
O estudo apresenta caráter descritivo-exploratório com percurso metodológico consistente em visitas a seis instituições hospitalares da cidade de Mossoró - RN, à Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte (CAERN), além de visita à Gerência Municipal de Vigilância Ambiental. Para a concretização desta análise, utilizou-se de uma entrevista semi-estruturada refente ao destino dos esgotos hospitalares, com intuito de conhecer se existe tratamento prévio antes dos mesmos serem encaminhados à rede coletora pública.
RESULTADOS:
Dos seis hospitais visitados, todos relataram não fazer nenhum tipo de tratamento prévio no esgoto, sendo este efluente destinado in natura à rede coletora pública, além de afirmarem que não há nenhum tipo de fiscalização por órgão publico. Quanto à CAERN, o tratamento nas bacias de captação é realizado pelo método anaeróbio, onde as mesmas não possuem estrutura para tratamento de líquidos com características hospitalares, tornando questionável esta forma de manuseio quanto à qualidade dos líquidos finais despejados no rio Mossoró. Na visita à Vigilância Ambiental, houve referência de que na atual realidade brasileira, os recursos destinados ao tratamento do esgoto pelas instituições hospitalares são deficitários, não contribuindo para implantação de estruturas que sejam compatíveis em diminuir o impacto sobre os recursos hídricos, sendo assim, delegada esta tarefa para o órgão de saneamento, o qual não possui estrutura para identificar e tratar corretamente os esgotos hospitalar.
CONCLUSÃO:
Embora exista na cidade um meio de tratamento coletivo de esgotos urbanos, ainda é duvidosa a sua eficiência em relação ao tratamento do esgoto hospitalar, visto que os produtos neste eliminados são extremamente insalubres, pois concentra inúmeros microorganismos patogênicos, além de dispersar fatores de resistência a antibióticos. Assim, diariamente é jogado no leito do rio Mossoró resíduos de natureza altamente poluente. Desta forma, os riscos à saúde pública e ao meio ambiente são evidentes e muito elevados, devendo ser implantadas políticas públicas mais responsáveis e comprometidas com destino do esgoto hospitalar.
Palavras-chave: Saneamento Ambiental, Gestão de Resíduos Líquidos, Poluição das Águas.