62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DE MÃES E FILHAS
Izaildo Tavares Luna 1
Fabiane do Amaral Gubert 1
Patricia Neyva Costa Pinheiro 1
Alissan Karine Lima Martins 1
Stella Maia Barbosa 1
Neiva Francenely Cunha Vieira 1
1. Universidade Federal do Ceará-UFC/Programa de Pós-Graduação em Enfermagem.
INTRODUÇÃO:

 
A família é principal mediadora da Educação Sexual entre seus membros adolescentes e, nesta trajetória, a mãe caracteriza-se por dialogar com maior freqüência acerca de temas relacionados às DST, gravidez e sexualidade. As mudanças da adolescência somadas às especificidades do ciclo vital podem vir a desenvolver processos comunicativos conturbados entre mães e filhas. Em relação à rede de apoio, é na Estratégia de Saúde da Família que as mães encontram suporte, e é por meio da Educação em Saúde que a autonomia e liberdade das mulheres são encorajadas com vistas a tomada de decisão no campo sexual e reprodutivo. Nesse sentido este estudo tem como objetivo propor a prática de Educação em Saúde como estratégia mediadora da comunicação entre mães e filhas no contexto familiar.

METODOLOGIA:

 

Estudo qualitativo, fundamentado na Teoria Transcultural de Enfermagem, no período de fevereiro a junho de 2008. As informantes foram sete mães, na faixa etária de 30 e 46 anos, moradoras do Bairro Pirambu em Fortaleza-Ceará. A coleta de informações compreendeu: diário de campo, visita domiciliária, entrevista semi-estruturada e dez encontros grupais, com o objetivo de abordar as fases do ciclo vital e a relação mãe e filha. Destacamos que, o presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará - UFC, protocolo No.17/08, atendendo a Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, destacando o item IV, no qual se refere ao termo de consentimento livre e esclarecido.

RESULTADOS:


Entendemos que as mães de adolescentes deste estudo estão inseridas em uma cultura específica, visto que a não-comunicação predominante entre essa população é uma cultura transmitida de geração em geração. Podemos citar, por exemplo, as condições socioeconômicas que influenciaram as escolhas em relação à sexualidade e reprodução das mulheres e a falta de apoio da família, o que contribuiu para que elas formulassem uma percepção específica da sexualidade, o que prejudica consideravelmente a comunicação mãe e filha, podendo incidir no processo saúde-doença. Nesse caso, se o enfermeiro não levar em considerações essa nuanças, pode não alcançar as reais necessidades das mulheres. Como falar de prevenção das DST se a usuária pode estar sofrendo psiquicamente por problemas familiares, como desemprego, falta de condições de vida e moradia? Assim, acreditamos que a educação sexual, é um processo e, como tal, precisa ser iniciado na infância, priorizado pela família e não somente pela mãe. Utilizar metodologias participativas, que permitem a atuação efetiva das participantes no processo educativo, valorizando seus conhecimentos e suas experiências, envolvendo-as na discussão, identificação e busca de soluções para problemas ou dúvidas que emergem do seu viver.

CONCLUSÃO:


As mães são unânimes em assegurar que a adolescente deve ser educada ante a sexualidade, mas, na atualidade a tarefa é árdua, pois, o ônus recai somente para elas, as quais não conseguem encontrar uma rede social de apoio adequada. Nesse contexto, a enfermeira deve sistematizar um cuidado sensível, mediante a articulação com a equipe multidisciplinar à nível de atenção primária, afim de garantir um atendimento integral, promotor de saúde. Assim, é nítido nos discursos, o fato de que as mulheres, que não mantêm bom nível de comunicação com suas filhas, tiveram em suas histórias de vida, uma relação na família, pautada na submissão e no distanciamento acerca das questões da sexualidade. Mesmo que muitas vezes todas as vulnerabilidades não possam ser de todo eliminadas e as necessidades superadas na comunidade, as participantes reconhecem a necessidade de aprimorar ou iniciar o diálogo junto às filhas, netas e outras adolescentes. Esse sentimento é importante, visto que o reconhecimento e a compreensão sobre o contexto no qual se encontram é relevante, uma vez que é promotora de autonomia.

Instituição de Fomento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) por meio de uma bolsa de Demanda Social nível mestrado.
Palavras-chave: Enfermagem, Saúde da Mulher, Educação Sexual .