62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
INDICADORES DE ENVELHECIMENTO NA REALIDADE NACIONAL E LOCAL
Tamires Carneiro de Oliveira 1
Yan Nogueira Leite de Freitas 1
Kenio Costa de Lima 1
1. Depto de Odontologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
INTRODUÇÃO:

O aumento da expectativa de vida média da população em todo o mundo tem levantado questões referentes ao processo de envelhecimento que se tornaram alvo de discussões e estudos. No Brasil do século XX, o crescimento acelerado da população idosa, quando comparado com países desenvolvidos, causou um forte impacto nas demandas sociais, como as de educação, emprego, saúde e previdência social. Atualmente, a população brasileira com 60 anos ou mais ultrapassa 20 milhões, e acredita-se que representará aproximadamente 15% da população brasileira em 2020. Conhecer a realidade do envelhecimento é um importante instrumento para se planejar políticas de governo que atendam às necessidades da população e os indicadores de envelhecimento proporcionam uma base objetiva para tal. O presente trabalho tem como objetivo avaliar os indicadores de envelhecimento no Brasil, região Nordeste, estado do Rio Grande do Norte e cidade do Natal.

METODOLOGIA:

A partir de dados secundários do IBGE, ano 2008, foram coletadas informações relativas à percentagem da população de idosos, índice de envelhecimento, dependência senil (considerando-se a população de 15 a 64 anos), índice de substituição da população em idades ativas e sobrenvelhecimento (considerando-se a população a partir de 80 anos) para o Brasil, região Nordeste, estado do Rio Grande do Norte e cidade do Natal. Para todos os indicadores foram consideradas as idades limites 60 e 65 anos, uma vez que o Brasil atualmente encontra-se em um estágio de desenvolvimento econômico intermediário entre países desenvolvidos, para os quais é considerado idoso o indivíduo que tiver 65 anos ou mais, e subdesenvolvidos, a partir dos 60 anos de idade.

RESULTADOS:

Considerando as idades limites 60 e 65 anos ou mais, respectivamente, a percentagem da população de idosos foi de 11,1% e 7,6% no Brasil, 10,2% e 7,2% na região Nordeste, 10,6% e 7,6% no estado do Rio Grande do Norte e 9,2% e 6,4% na cidade de Natal.  O índice de envelhecimento foi de 44,8 e 30,9 no Brasil, 36,6 e 25,8 na região Nordeste, 39,7 e 28,5 no estado do Rio Grande do Norte e 38,9 e 26,8 na cidade de Natal. O sobrenvelhecimento foi de 13,5 e 19,7 no Brasil, 14,7 e 21 na região Nordeste, 16,1 e 22,4 no estado do Rio Grande do Norte e 16,2 e 23,5 na cidade de Natal. A dependência senil foi de 16,4 e 11,2 no Brasil, 15,6 e 5 na região Nordeste, 16 e 11,5 no estado do Rio Grande do Norte e 11,7 e 8,1 na cidade de Natal. Por fim, o índice de substituição da população em idades ativas foi de 123,9 e 85,7 no Brasil, 104,7 e 73,9 na região Nordeste, 115,6 e 82,9 no estado do Rio Grande do Norte e 98,6 e 68 na cidade de Natal.

Nas várias dimensões geográficas analisadas, observa-se certo envelhecimento da população, com os mais envelhecidos representando uma parcela considerável desta. Considerando a população em idade ativa, os indicadores referentes aos idosos não refletem significativa dependência senil e a não potencial substituição desses idosos no mercado de trabalho.

CONCLUSÃO:

Nas dimensões geográficas analisadas, observa-se certo envelhecimento que, segundo os dados do IBGE, ocorre de forma homogênea, com exceção da cidade do Natal que, em geral, apresenta valores mais baixos de envelhecimento. Além disso, o mesmo vem aumentando, mas não alcançando as regiões consideradas envelhecidas. Quando se leva em consideração a idade de 65 anos ou mais como referência, vê-se que a população de idosos é totalmente substituída no mercado de trabalho pelos jovens de 15 a 19 anos de idade, ao contrário do que ocorre quando se considera 60 anos ou mais. Um dado que merece atenção é o de sobrenvelhecimento, uma vez que apresentou valores maiores que os esperados, indicando que, na população idosa, há uma grande proporção de mais idosos.

Palavras-chave: Envelhecimento, Indicadores, Idosos.