62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
ANÁLISE DA MARCHA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS POR MEIO DO PROTOCOLO DE TINETTI
Mariana Melo de Moraes 1
Layla Ambrósio Faria 1
Roberta Xavier Bruno 1
Rafael Gonzalez Oliveira 1
1. Faculdade de Minas- FAMINAS
INTRODUÇÃO:
A senescência promove uma redução das reservas de vários sistemas orgânicos, sobretudo do sistema nervoso central (SNC), do sistema circulatório, do sistema gastro-intestinal e do sistema hematopoético. Além disso, o comprometimento da função neuro-muscular e articular, evidenciado pela perda de força muscular e pela perda da amplitude de movimento, gera limitações funcionais que dificultam a execução das atividades de vida diária (AVD's). Análise destas funções motoras pode contribuir para identificar situações de risco potencial para quedas, evento que representa um grave problema de saúde pública, em função da frequência e das consequências físicas, psicológicas e sociais que pode acarretar. No Brasil, 30% dos idosos caem pelo menos uma vez por ano e quanto maior a idade maior a chance de queda, sendo que 32% estão entre os 65 e os 74 anos, 35% entre os 75 e os 84 anos e 51% acima dos 85 anos. Este estudo procurou identificar as alterações relacionadas à marcha de idosos institucionalizados por meio do protocolo de Tinetti, para que medidas adequadas de tratamento e prevenção possam ser instituídas, demonstrando o quanto esse instrumento pode servir de apoio na avaliação e determinação da terapêutica cinético-funcional a ser empregada.
METODOLOGIA:
O presente artigo, caracterizado por um estudo quantitativo com coorte transversal, foi realizado nas instituições "Lar São Vicente de Paula", situada em Cataguases - MG e "Casa de Assistência ao Idoso Lédia Tanuz Braz", situada em Muriaé - MG.  A amostra foi selecionada através dos seguintes critérios de exclusão: demência grave, imobilidade e idosos acamados. Para critério de inclusão foi utilizada a faixa etária de 60 anos ou mais, resultando em uma amostra de 69 idosos, sendo 37 do sexo feminino e 32 do sexo masculino. O Índice de Tinetti foi escolhido em função da sua grande utilização e vasta aplicabilidade para um número extenso de pacientes geriátricos, além de possibilitar a análise das alterações ocorridas ao longo dos anos. O protocolo de Tinetti utilizado foi compreendido apenas pela escala da marcha, que possui 07 itens: início da marcha, comprimento e altura dos passos, simetria dos passos, continuidade dos passos, direção, movimento de tronco e distância dos tornozelos. O total da escala é de 12 pontos, sendo que quanto menor a pontuação, maior o problema. A coleta de dados foi realizada por meio de observação, uma vez que o idoso foi solicitado a caminhar por um corredor andando em velocidade normal, voltando ao ponto de origem com passos rápidos.
RESULTADOS:
Segundo Carvalho (2007) apud Soares et al. (2003) e Silva & Silva (2003) a institucionalização é apontada como um dos fatores de risco para quedas. O asilamento pode gerar repercussões psicológicas e até mesmo físicas, que influenciam a mobilidade e consequentemente contribuem para uma maior propensão a quedas. Ao analisar os dados, evidencia-se que o risco de queda entre os idosos avaliados da cidade de Cataguases (31,82%) encontra-se inferior aos dados obtidos em Muriaé (38,46%). Apesar de já ser comprovado por inúmeros estudos que a atividade física minimiza os declínios do envelhecimento, o sedentarismo tem aumentado muito na atualidade, contribuindo para acelerar as perdas funcionais no idoso. No estudo realizado por Guimarães (2004), foi observado um maior nível de mobilidade e uma menor propensão a quedas em idosos que praticam atividade física.
CONCLUSÃO:
As alterações sensoriais no envelhecimento podem influenciar na marcha. A utilização da avaliação geriátrica de Tinetti torna mais confiável a transmissão de informação entre diversos profissionais da área da saúde. A prática de atividade física regular é uma forma de prevenir quedas em pessoas idosas. Desta forma, programas de atividades terapêuticas podem contribuir para a redução de quedas entre idosos, reduzindo o numero de hospitalizações e consequentemente os gastos. Sugere-se um novo estudo procurando relacionar os resultados obtidos no presente artigo com novos dados, como a aplicação do protocolo de Tinetti em idosos não institucionalizados.
Palavras-chave: Avaliação da marcha, Idosos institucionalizados, Protocolo de Tinetti.