62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
IMPLICAÇÃO DE HIDROGÉIS NO CRESCIMENTO INICIAL E SOBREVIVÊNCIA NO CAMPO DE MUDAS DE TECA (Tectona grandis L.f.) EM DIFERENTES INTERVALOS DE IRRIGAÇÃO
Antonio de Arruda Tsukamoto Filho 1
Elbert Viana Ferreira Júnior 2
Bernardo Mastrangelli Tabaczenski 2
Fausto Hissashi Takisawa 3
Rubens Marques Rondon Neto 4
Diego Tyszka Martinez 5
1. Prof. D.S./Orientador - Depto. Engenharia Florestal/UFMT/Campus Cuiabá
2. Graduando Curso de Engenharia Florestal/UFMT/Campus Cuiabá
3. Empresa Floresteca
4. Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
5. Depto. Engenharia Florestal/UFMT/Campus Cuiabá
INTRODUÇÃO:

O Estado de Mato Grosso apresenta a maior área plantada de teca (Tectona grandis L.f) do Brasil, somando aproximadamente 45 mil hectares, segundo dados do Diagnóstico Florestal de Mato Grosso, realizado em 2007. Porém, o plantio dessa espécie no Estado é condicionado atualmente pelo clima, que apresenta duas estações bem definidas, uma chuvosa durante os meses de novembro a abril e outra seca durante os meses de maio a outubro. Para as empresas florestais, a estação seca é um problema, pois dificulta o plantio contínuo por todo o ano. A melhoria nesse sistema produtivo está diretamente ligada à implantação de novas tecnologias, como por exemplo, o uso de hidrogéis associado ao plantio de mudas. Nesse aspecto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do uso de diferentes tipos de hidrogéis absorventes sobre o estabelecimento e desenvolvimento de mudas de teca, considerando diferentes intervalos de irrigação.

METODOLOGIA:

O experimento foi implantado em uma fazenda no município de Glória D'Oeste - MT. Foram estabelecidos 3 intervalos de irrigação (5, 10 e 15 dias) e 4 (quatro) níveis de usos e tipos de hidrogéis (Sem Gel; 1 litro de Stock 500/cova, concentração 0,5 %; 1 litro de HyA/cova, concentração 0,5 %; 1 litro de HyB-M/cova, concentração 0,5 %), obtendo um esquema fatorial 3 x 4, totalizando 12 tratamentos, instalados em 6 blocos ao acaso, com 8 plantas por tratamento. Foi feita uma distinção edáfica para a instalação dos blocos, levando em consideração as propriedades físicas do solo, dividindo-se em Talhão 14 (52,9% de areia, 10% de silte e, 37,1% de argila) e Talhão 7 (42,9% de areia, 8,3% de silte e 48,8% de argila). As mudas foram plantadas na estação seca, entre final de maio e início de junho de 2008. Foram avaliados a sobrevivência no campo, o incremento em altura e a biomassa da parte aérea e da raiz até 4 meses após o plantio. A análise estatística foi efetuada utilizando-se o programa Statistica 7, comparando-se as médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5%.

RESULTADOS:

Verificou-se que o uso do hidrogel assegurou sobrevivência satisfatória das mudas de teca, independente das condições físicas do solo, principalmente nos intervalos de 5 e 10 dias de irrigação, embora não tenha ocorrido diferenças significativas nos intervalos de irrigação e na interação intervalo de irrigação x tipo de gel. A diferença no tipo de gel foi significativa e mostrou que o plantio sem gel foi muito prejudicial à sobrevivência da teca no campo. Constatou-se também, que o intervalo de irrigação maior (15 dias) prejudicou o incremento em altura das mudas em ambos os talhões, o que implicou na recomendação de se utilizar intervalos de 5 e 10 dias. Diminuir o tempo de irrigação para 5 dias mostrou-se coerente tendo por referência os dados de biomassa da parte aérea e da raiz. O tipo de gel e o efeito da interação não influenciaram significativamente esses dois parâmetros. De modo geral, os dados obtidos mostraram que os intervalos de 15 dias de irrigação não são tecnicamente aconselháveis, mesmo com a aplicação de hidrogel, quando comparados aos demais tratamentos avaliados neste estudo.       

CONCLUSÃO:

O uso de hidrogéis associado ao plantio de teca mostrou ser uma prática silvicultural viável tecnicamente para empresas reflorestadoras e para produtores florestais, tendo por base os primeiros quatro meses de estabelecimento das mudas no campo, pensando em garantir o plantio contínuo ao longo de todo o ano, com baixa mortalidade e crescimento adequado.

Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
Palavras-chave: Reflorestamento, Silvicultura, Práticas Silviculturais.