62ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária
AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS EM EFLUENTES DE POSTOS DE LAVAGEM DE VEÍCULOS NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE-PB
Gilmara Henriques Araujo 1
Luciana Maria Andrade da Silva 2
Luciene Gonçalves Rosa 3
José Tavares de Sousa 4
Vera Lúcia Antunes de Lima 5
1. Graduanda de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
2. Graduanda de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
3. Orientadora / Doutoranda pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
4. Prof. Doutor/ Orientador - Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental - UEPB
5. Prof. Doutora/ Departamento de Engenharia Agrícola - UFCG
INTRODUÇÃO:
Os postos de lavagem de veículos (PLV's) têm se desenvolvido muito nos últimos anos, porém os serviços oferecidos por esses empreendimentos podem ser fontes potenciais de poluição dos corpos aquáticos, quando lançam seus efluentes sem tratamento nos sistemas de esgotamento sanitário. Segundo Brown (2006) os efluentes caracterizam-se por conterem surfactantes, quantidades expressivas de óleos e graxas, sólidos totais suspensos, dentre outros. O óleo e a graxa advêm dos chassis do carro que possui esse material para lubrificação. Outro derivado de petróleo utilizado é a cera usada para valorizar a lataria e pintura do carro. Nos efluentes originados da lavagem dos veículos, as formas mais significantes de óleos e graxas correspondem ao óleo disperso na água, e as formas dissolvidas. Esses compostos quando se solubilizam na água torna-se difícil sua remoção pelos os processos convencionais (BRAGA et. al, 2005). Considerando a relevância da identificação dos possíveis impactos ambientais que envolvem as atividades presentes nos PLV's, o presente estudo tem como propósito avaliar a concentração de óleos e graxas destes efluentes, como também, verificar se este se encontra dentro do padrão estabelecido pela legislação ambiental específica.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado nas dependências da Estação Experimental de Tratamento Biológico de Esgoto Sanitário (EXTRABES), na cidade de Campina Grande-PB. Para a definição do espaço amostral foi considerado primeiramente quatro postos de lavagem de veículos dos 27 postos regularmente autorizados na cidade (PARAÍBA, 2009). Foram escolhidos levando-se em conta a maior quantidade de veículos lavados por semana, que consequentemente apresentavam uma alta produção de efluentes. As amostras foram coletadas em três semanas e dias diferenciados: segunda, quarta e sábados, retratando os dias e horas de maiores fluxos de lavagem dos carros, durante o período de março de 2010. Para a determinação do teor de óleos e graxas seguiu-se o método gravimétrico, referente à extração por solvente, através do soxhlet, como enunciada pelo Standard Methods (APHA, 2000). O preparo da amostra procedeu-se da seguinte maneira: 50 mL da amostra acidificada foram filtrados apoiados sobre um filtro de papel envolvido pelo tecido musseline e uma solução de celite. Após o processo de secagem na estufa a 105°, as amostras foram acondionadas em cartuchos e colocadas no extrator com o solvente n-hexano, por 4 horas. Por fim, por diferença gravimétrica obteve-se a concentração de óleos e graxas presente nas amostras.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos demonstram que a concentração de óleos e graxas se encontra extremamente elevada nos quatro postos de lavagem de veículos pesquisados, apresentando valores médios de 119mg/L para o primeiro posto; 192mg/L para o segundo; 169 mg/L para o terceiro; e 183 mg/L para o quarto posto. Verificando-se que todos os resultados estão em desacordo com a Resolução do CONAMA 357/2005 que estabelece como limite para emissão de efluentes de 20mg/L para óleos minerais (BRASIL, 2005). A grande quantidade de óleo emulsificado na água que é descartado na rede de esgoto pode trazer prejuízos devido à deposição de óleos nas tubulações, impedindo o escoamento do esgoto. Além disso, na ausência de estações de tratamento de esgoto, esses efluentes despejados diretamente no ambiente alcançam rios, riachos, lagoas, córregos, provocam danos a vida aquática local e a saúde humana. Conforme a Resolução do CONAMA 237/2000 para a instalação e funcionamento desse tipo de empreendimento é necessário a disposição de caixas separadoras de água e óleo. Klautau e Gonçalves (2008), enfatizam que essa tecnologia dotada de chicana permite a retenção dos óleos e graxas, contribuindo para minimizar os impactos ambientais, além de proporcionar o retorno financeiro, através de revenda destes óleos.
CONCLUSÃO:
O estudo mostrou que os efluentes provenientes da lavagem de veículos apresentam uma alta concentração de óleos e graxas, estando fora dos parâmetros estabelecidos pela legislação vigente sendo, portanto, extremamente necessário um tratamento específico desses efluentes antes de sua disposição final, de forma a minimizar os possíveis impactos ambientais causados por essa atividade.
Palavras-chave: Postos de lavagem de veículos, Efluentes, Óleos e graxas.