A teoria das inteligências múltiplas foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner. Promoveu anos de pesquisas com a inteligência humana, o psicólogo concluiu que o cérebro do homem possui oito tipos de inteligência. Gardner afirma que as inteligências apresentam-se de duas formas. Algumas pessoas já nascem com determinadas inteligências e as experiências vividas também contribuem para o desenvolvimento. A presente pesquisa investiga sobre as teorias das múltiplas inteligências, em uma turma de ensino regular da EJA caracterizada por apresentar baixo índice de aprendizagem no que concerne aos componentes curriculares obrigatórios.  Tem por objetivo investigar sobre as contribuições da teoria das múltiplas inteligências de Gardner em uma turma de alunos de EJA. O campo empírico é uma escola estadual em Natal-RN.

A abordagem da pesquisa é qualitativa. Os instrumentais utilizados na investigação serão: pesquisa bibliográfica, questionários e observação. O campo empírico da pesquisa será uma turma de alunos da EJA (nível três). Os sujeitos da pesquisa serão três professores que atendem pedagogicamente a turma citada.

As pesquisas de Gardner representam grandes contribuições para a educação escolar contemporâneo, ao sinalizar que o que se descobre sobre a mente humana, constitui não apenas saber acadêmico, mas instrumento de ação pedagógica imprescindível. Mostrou de forma coerente que todos os seres humanos possuem diferentes tipos de mente e que  pais e professores podem tornar possível uma educação personalizada, destacando que na imensa diversidade que existe em cada um, deve solidificar-se a certeza de que nenhum ser humano é detentor de todas as inteligências. Todos possuem potencial de grandezas diversas, forças pessoais que devidamente reconhecidas coloca uma nova linha educacional a serviço do integral desenvolvimento humano e da extrema grandeza da singularidade de sua cognição. O potencial humano quanto as inteligências é extremamente diversificado e essa diversidade deve-se a conjunção de fatores genéticos e estímulos ambientais desenvolvidos dentro e fora da escola. Uma pessoa sem distúrbios ou disfunções cerebrais é portador de todas as inteligências ainda que seja diversificado o potencial desta ou daquela.

Inteligência é a faculdade de entender, compreender, conhecer. Inteligência é também juízo, discernimento, capacidade de se adaptar, de conviver. Constitui potencial biopsicológico não especificamente humano, mas que em seres humanos assume dimensão inefável. É, para Gardner, uma capacidade para resolver problemas e serve também para criar  idéias ou produtos considerados válidos. As criaturas humanas possuem nível elevado de inteligência e por isso são criativas, revelam capacidade de compreender e de inventar e ao acolher uma informação, atribuir-lhe significado e produzir respostas pertinentes. É a inteligência que permite dar sentido as coisas que vemos e a vida que temos e que nos leva a conversa interior, resgates de "arquivos" da memória, capacidade de raciocínio, criação de objetivos e invenção de saídas quando parece não existir indícios de sua existência. Inteligência é saber pensar, possuir vontade para fazê-lo, criar e usar símbolos e graças a eles realizar conquistas extraordinárias, fazendo surgir o mito, a linguagem, a arte e a ciência. Somos quem somos porque lembramo-nos das coisas que nos são próprias e nos emocionamos, e a inteligência faz com que cada ser humano seja um ser único e compreenda plenamente o significado dessa individualidade. Na escola investigada pudemos constatar, diante desse referencial, que as dificuldades de aprendizagem apontadas podem ser interpretadas de outra forma se considerarmos os potenciais múltiplos dos alunos da EJA. Assim, constatamos que todo aluno pode expressar saberes através de diferentes linguagens e que, devidamente estimulado, pode explorar sua potencialidade de forma diversificada.