62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 5. Psiquiatria
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO DE PACIENTES COM TRANSTORNOS MENTAIS: UMA INVESTIGAÇÃO DE PRÁTICAS NO CAPS II DE CAMPINA GRANDE, PB.
Tatiana Silva Ferreira de Almeida 1
Chirlaine Cristine Gonçalves 1
Ariedney Sâmylla de Souza Vasconcelos 1
Stefan Yohansson Gonçalves 2
Silvio Barbosa de Macêdo 1
Andrea Abreu Calixta 1
1. Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande
2. Universidade Federal de Campina Grande
INTRODUÇÃO:
Transtornos mentais são alterações do funcionamento da mente que comumente alteram o desempenho da pessoa em todos os aspectos da sua vida social, incluindo a vida familiar, seu aspecto pessoal, o trabalho, os estudos, a compreensão de si e dos outros, a possibilidade de autocrítica, a tolerância aos problemas e a possibilidade de ter prazer na vida. Com passar dos séculos o transtorno mental foi interpretado de diversas formas, sendo compreendido atrás de paradigmas pré-científicos, metafísicos e mágico-religioso, onde muitos dos portadores desse distúrbio eram excluídos do convívio social. Foi somente com o processo de Reforma Psiquiatrica, após a criação do modelo de reabilitação através da inclusão social a convivência dentro de casa com o portador de transtorno mental tornou-se, então, fundamental, e a família tornou-se parte integrante deste tratamento. Neste contexto o presente estudo busca identificar as ações que têm sido desenvolvidas pelos profissionais no CAPS II que usem a ressocialização dos pacientes portadores de transtornos mentais e analisar qual a importância dada pelos profissionais do CAPS II, à família dos portadores de transtorno mental nesse processo de ressocialização.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa. Desenvolvida no CAPS II (Centro de Atenção Psicossocial), localizado na Avenida Elpidio de Almeida, no bairro do Catolé, na cidade de Campina Grande. A amostra foi constituída por profissionais de nível superior que trabalham no CAPS II, de Campina Grande. Os dados foram coletados através da aplicação de questionários semi-estruturados com questões abertas versando sobre o tema em questão. Os dados foram analisados através da análise do conteúdo proposta por Bardin, à análise de conteúdo é uma técnica de investigação que faz parte de uma descrição objetiva e sistemática do conteúdo das comunicações. Optou-se pela apresentação em narrativa por esse ser um método que vem ganhando proeminência cada vez maior, configurando-se como uma importante abordagem no campo qualitativo de pesquisa do tipo interpretativo. Como trata-se de uma pesquisa que envolve seres humanos a pesquisa seguiu a resolução 196/96, sendo o projeto submetido a um Comitê de ética.
RESULTADOS:
A pesquisa foi realizada no período de 11 a 18 de junho, a amostra consta de 72% dos profissionais de nível superior que trabalham na instituição, onde os dados foram colhidos com aplicação de questionários, que possibilitou identificarmos as medidas que vem sendo elaboradas para o processo de ressocialização dos usuários, encontramos que 80% dos profissionais estão entre 40-49 anos e 60% já tiveram outras experiências na área dê saúde mental. As respostas foram observadas sucintamente e os resultados obtidos permitiram encontrar no que se refere às ações desenvolvidas pelos profissionais do CAPS II, como forma de ressocializar os usuários, as seguintes categorias: atividades de Lazer, grupo de Família, oficinas Terapêuticas, parcerias, cursos Profissionalizantes. No que diz respeito às dificuldades encontradas para realizar ações com os usuários no CAPS II, encontramos: falta de recursos físicos e materiais, família não apóia. No que se refere à importância da família no tratamento encontramos: envolvimento do familiar no tratamento, o familiar visto como facilitador no processo de ressocialização e as atribuições recomendadas pelos profissionais aos familiares, o que melhora as condições do usuário.
CONCLUSÃO:
Entendemos que a reforma psiquiátrica trouxe uma série de mudanças no tratamento do portador de transtorno mental, o que antigamente era visto com aversão pela sociedade, fazendo com que estes fossem excluídos e trancafiados longe de qualquer contato com a sociedade. A reforma permitiu com que este tipo de comportamento fosse quebrado, proporcionando um novo tratamento com a ressocialização destes usuários, trazendo um novo prisma nas suas vidas e fazendo com que a família fosse parte integrante desse processo. Apesar de toda a mudança já ocorrida observa-se que há muito para se fazer, para que estes sejam aceitos de maneira igualitária na sociedade e que esta tão falada cidadania seja devolvida a estes, que por tanto tempo foram excluídos, mas os primeiros passos já foram dados e consequentemente trouxeram uma maior evolução no quadro clínico de cada usuário, tendo hoje a oportunidade de viver em sociedade, fazendo valer seus direitos de cidadãos e de pessoal humana digna de respeito, confiança e afeto
Palavras-chave: Ressocialização, Transtorno mental, Família.