62ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
INCIDÊNCIA DAS LESÕES INTRA-EPITELIAIS ESCAMOSAS E DAS VULVOVAGINITES EM MULHERES EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE, DO DISTRITO SANITÁRIO SUL, NATAL\RN.
Elizandra Pereira Trindade de Moura 1
Isabel Cristina Amaral 1
Jarlúcia de Medeiros 1
Cilene Nunes Dantas 1
Fernanda Thelma Maciel da Silva 2
1. Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN
2. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
INTRODUÇÃO:

A citologia oncótica é um dos métodos mais apropriados de triagem para detectar lesões pré-cancerosas e o câncer do colo do útero, visto que permite a prevenção de cânceres invasivos, identificando as lesões precursoras, que podem estar presentes muitos anos antes de ocorrer invasão da célula. Além disso, faz o diagnóstico das vulvovaginites conhecidas como manifestação inflamatória e/ou infecciosa do trato genital feminino inferior, ou seja, vulva, vagina e epitélio escamoso do colo uterino (ectocérvice). Na maioria das vezes são causadas por agentes biológicos (transmitidos ou não pelo coito), mas podem também relacionar-se a fatores físicos, químicos, hormonais e anatômicos que agem algumas vezes de forma predisponente, outras desencadeando o processo. Os agentes etiológicos causadores de vulvovaginites mais prevalentes são a Gardnerella vaginalis, Trichomonas vaginalis e Candida sp. O estudo tem como objetivo identificar a incidência de lesões intra-epiteliais escamosas e de vulvovaginites em mulheres que realizaram o preventivo na Unidade Básica de Saúde de Ponta Negra, Natal\RN. 

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados a partir dos registros dos resultados de preventivos, em uma Unidade de Básica de Saúde do Distrito Sanitário Sul, no período de janeiro a dezembro de 2008, perfazendo 421 citologias.

 

RESULTADOS:

A análise dos dados revelou que 17(4%) dos preventivos tiveram diagnóstico sugestivo de Papiloma vírus humano (HPV) e de neoplasia intra-epitelial escamosa de baixo grau; 83 (19,7%) de Gardnerella vaginalis, 19 (4,5%) de Candida sp, 7 (1,6%) de Trichomonas vaginalis, 5 (1,1%) de Chlamidia trachomatis e 300  (71,2%)  de inflamação. Cabe destacar, que 114 (26,9%) mulheres tiveram diagnóstico sugestivo de vulvovaginites, estando de acordo com a literatura que revela que 25% da população feminina mundial é acometida por esta patologia. Quanto à faixa etária 119 (28%) mulheres têm entre 20 a 29 anos, 119 (28%) entre 30 a 39 anos e 72 (17%) entre 40 a 49 anos.  Evidencia-se que o risco de desenvolver câncer do colo do útero aumenta ao atingir seu pico, geralmente, na faixa etária de 45 a 49 anos.

CONCLUSÃO:

Diante do exposto, percebe-se uma baixa cobertura da citologia oncótica na unidade de saúde em estudo, uma vez que foram realizados cerca 35 exames, mensalmente em 2008. Outro aspecto relevante é a possibilidade de resultados falso-negativos que podem ocorrer em duas circunstâncias: a mulher tem de fato uma anormalidade, mas não se encontram presentes nas amostra; ou tem de fato uma anormalidade, e células representativas encontram-se presentes nas preparações citopatológicas, mas não foram detectadas ou foram mal interpretadas como não-representativas de uma anormalidade. Os dados revelam que as ações de prevenção do câncer uterino estão longe do preconizado programa de controle do câncer do colo do útero, já que revelam uma baixa procura das mulheres ao exame. Além do que, torna-se de suma relevância a participação dos profissionais de saúde nas ações de promoção e proteção à saúde, em especial o papel da enfermeira diante desta problemática, de seu envolvido em ações intersetoriais mobilizando a população feminina nas escolas, nos clubes, em estabelecimentos comerciais, além de promover campanhas nas unidades para sensibilizar a comunidade para esta questão.

Palavras-chave: citologia oncótica, câncer do colo do útero, prevenção.