62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 5. Ciências Florestais
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Bauhinia cheilanta (Bong) Steud. EM DIFERENTES TEMPERATURAS E SUBSTRATOS
Alinne Freire e Cruz 1
Marco Antônio Amaral Passos 1
Iêda Simão 1
Tágory Clementino do Nascimento 1
1. Departamento de Ciências Florestais / UFRPE
INTRODUÇÃO:
A Caatinga ocupa uma área de cerca de 750.000 km², que vale a 11% do território nacional, englobando parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do Norte de Minas Gerais (FREITAS et al., 2007). Segundo Barbosa (1998), a vegetação da Caatinga se apresenta em forma de mosaico, com muitas espécies características e endêmicas, associadas a condições particulares de solo, clima e relevo, que tornam a Caatinga um bioma de extrema susceptibilidade à perda de biodiversidade. O mororó do sertão (Bauhinia cheilanta (Bong) Steud) é uma árvore de pequeno porte, apresentando altura média de 5 m, relativamente comum no semi-árido brasileiro. Na Caatinga essa espécie é muito utilizada para fins medicinais, principalmente o extrato da casca, que é usado como analgésico, mas não há dados sobre as suas propriedades farmacológicas (SILVA, 2005). A dificuldade para realizar trabalhos envolvendo essa espécie se acentua, pois não se tem conhecimento sobre as recomendações de temperatura e substratos mais convenientes para a expressão do seu potencial de germinação máxima (CAMPOS, 2002). Diante disso este resumo tem por objetivo observar a influencia da temperatura e do substrato na germinação de sementes mororó do sertão.
METODOLOGIA:
O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Análise de Sementes Florestais (LASF) do Departamento de Ciência Florestal (DCFL) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foram utilizadas sementes da espécie mororó do sertão coletadas no município de Canindé do São Francisco/SE, em agosto de 2009. A superação da dormência foi realizada através de embebição em água por 24h, buscando acelerar e uniformizar a germinação das sementes. O experimento foi conduzido em estufas incubadoras tipo B.O.D., foi utilizado caixas gerbox com tampa, com os substratos areia lavada e autoclavada; e vermiculita, em temperatura constante de 25ºC e de 30ºC. Todos os tratamentos foram testados com 4 repetições com 25 sementes cada. A análise estatística foi realizada através de delineamento inteiramente casualizado, conduzido em esquema fatorial 2 x 2 (2 temperaturas e 2 substratos). Foi realizada contagem diária durante 20 dias, sendo avaliadas as seguintes características: porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação (IVG) (MAGUIRE, 1962). A análise estatística foi feita por meio da análise de variância e as médias foram comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Assistat versão 7.5 Beta (SILVA, 2002).
RESULTADOS:
Observou-se que no estudo da interação entre temperaturas e substratos para os valores de IVG, o substrato vermiculita em temperatura de 25°C e o substrato areia a 30°C, apresentaram as melhores médias, que foram de 5,96 e 7,82 respectivamente, não apresentando diferenças significativas entre elas. Por outro lado, apresentou o maior índice de germinação os tratamentos com o substrato vermiculita, tanto a 25°C como a 30°C, nesses dois casos os resultados foram semelhantes, cujos valores de germinação foram de 75% e 72%. O substrato areia, em que a temperatura estava em 30°C apresentou menor valor de germinação, com 48%. Esse resultado corrobora as pesquisas de Cícero et al. (1986), que afirma que a temperatura ótima para a maioria das espécies vegetais está entre 20 a 30°C. A faixa de 20 a 30°C também foi considerada por Aguiar et al. (1993) como a mais adequada para a germinação de um grande número de espécies florestais subtropicais e tropicais. Em relação ao substrato, resultados similares foram obtidos por Alvino e Rayol (2007), avaliando o substrato mais adequado em condições de laboratório para germinação de sementes de Ochroma pyramidale (pau-de-balsa), em que o autor cita que esses resultados se devem à alta capacidade de retenção de água da vermiculita.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados pode-se afirmar que o substrato vermiculita se mostrou mais favorável à germinação de sementes de mororó do sertão. E no que diz respeito à temperatura, a espécie mostra-se capaz de se desenvolver com sucesso em faixa de temperatura que varia entre 20°C e 30°C.
Palavras-chave: Bauhinia cheilanta, Germinação, Caatinga.