62ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGIA DE UMA FLORESTA SECUNDÁRIA NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO POÇO, NO ESTADO DO PARÁ
Joice Carolina Fernandes da Silva 1
Rodrigo Figueiredo Almeida 1
Bruno Moitinho Maltarolo 1
Maria do Socorro Gonçalves Ferreira 2
1. Universidade Federal Rural da Amazônia
2. Embrapa Amazônia Oriental
INTRODUÇÃO:

O intenso processo de colonização e exploração agrícola na Amazônia Brasileira nas últimas décadas vem transformando a paisagem da região em grandes áreas de formação secundária, geralmente nomeadas de capoeiras ou ainda florestas secundárias (FS). Não diferente da realidade Amazônica o estudo das transformações das paisagens no Nordeste Paraense tem sido de fundamental importância para formulação de novas alternativas de geração de renda para populações locais, além de recompor área de reserva legal e áreas de preservação permanentes. As FS possuem importância ecológica, gerando benefícios como, acúmulo de biomassa, fixação de carbono no solo e entre outras coisas o fornecimento de frutos, cipós com valor artesanal e madeira de alto valor comercial. Diante da grande importância que esse tipo de formação vegetal exerce sob os ambientes e as populações locais, este trabalho tem como objetivo descrever os parâmetros fitossociológicos de uma área de floresta secundária no município de Capitão Poço, Estado do Pará.

METODOLOGIA:

Este estudo foi desenvolvido com cerca de 1 hectare de FS, situada em uma unidade agrária (U.A.) na comunidade de Carrapatinho, distante 20 Km da sede do município de Capitão Poço-PA. Para o monitoramento da mesma utilizou-se dados gerados a partir do inventário florestal contínuo com instalação de 2 parcelas de 30x30m, subdivididas em 9 subparcelas com dimensões de 10x10m, onde amostrou-se todas as árvores com DAP > 5cm em três medições (2000, 2003 e 2010). A distribuição diamétrica e os parâmetros fitossociologicos (abundancia, dominância, freqüência e valor de importância) foram obtidos por meio do programa Monitoramento de Florestas Tropicais (MFT). Foi analisada a distribuição diamétrica para as quatro famílias com maior riqueza considerando 10 classes diamétricas com intervalos de 5 cm.

RESULTADOS:

No ano de 2000 registrou-se 298 indivíduos distribuídos em 64 espécies, 48 gêneros e 27 famílias. Nas avaliações seguintes o número de indivíduos diminui para 274 em 2003 e 195 em 2010. O número de espécies também diminui no decorrer das avaliações passando para 63 em 2003 e 62 em 2010. O número de gêneros e famílias permanece o mesmo nas três avaliações. As famílias mais ricas em espécies foram Leguminosae-mimosoideae (10), Leguminosae-papilionoideae (5), Annonaceae (4) e Lecythidaceae (4). Ocotea guianensis, Inga edulis, Apeiba albiflora, Guatteria poeppigiana, Tapirira guianensis e Annona paludosa apresentaram uma abundância de 38% e dominância de aproximadamente 50% da área, sendo freqüentes em 25 % das subparcelas e se destacaram com maior valor de importância (Vl). A distribuição diamétrica foi uma curva exponencial negativa, caracterizada pela presença de muitos indivíduos nas primeiras classes, portanto essas famílias podem não apresentar problemas de regeneração na área estudada. Observou-se que a maioria das espécies que somam os maiores VI's pertencem ao grupo de intolerantes a sombra, fato este que juntamente com a distribuição diamétrica das famílias com maior riqueza é uma característica de vegetação em processo de sucessão inicial.

CONCLUSÃO:

O uso sustentável de florestas secundárias na Amazônia é fundamental para os processos de desenvolvimento das populações locais proporcionando a geração de produtos e serviços. Os resultados obtidos neste estudo demonstram que a floresta secundária estudada está em estágio inicial de sucessão podendo assim, não apresentar problemas com a regeneração natural, porém estudos com a regeneração natural devem ser feitos para confirmar os resultados desta pesquisa.

Instituição de Fomento: Embrapa Amazônia Oriental e International Tropical Timber Organization - ITTO
Palavras-chave: Floresta secundária, fitossociologia, distribuição diamétrica.