62ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
Concentração de alumínio em igarapés do município de Santarém-Pará.
Wania Cristina Rodrigues da Silva 1
Suzane Silva de Freitas 1
Carina de Sousa Leal 1
Ricardo Bezera da Silva 2
Rosa Helena Veras Mourão 3
1. UFOPA / Santarém / Acadêmica do curso de Ciências Biológicas
2. UFOPA / Santarém / Lab. de Bioprospecção e Biologia Experimental\Orientador
3. UFOPA / Santarém / Lab. de Bioprospecção e Biologia Experimental\Co-Orientadora
INTRODUÇÃO:
Apesar do potencial de água potável existente na Amazônia, o crescimento desordenado da população está colocando em risco as fontes de água das cidades. A cidade de Santarém/Pa é banhada pelo Rio Tapajós e por Igarapés localizados em diversos pontos do município. O fato dessas fontes estarem dentro da cidade as torna alvo de diversos poluentes e esta poluição pode chegar aos seres vivos, pois em alguns locais não há rede de distribuição de água tratada, sendo utilizada a água dos igarapés para o consumo. Por isso, é importante avaliar a qualidade dessas águas, uma vez que concentrações anômalas de alguns metais podem causar prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente. A ingestão de alumínio em níveis elevados por um longo período pode afetar a saúde humana, provocando danos ao sistema nervoso central. O presente trabalho teve como objetivo quantificar o alumínio dissolvido nessas águas, comparando suas características com padrões estabelecidos para os diversos tipos de uso determinados pela Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA.
METODOLOGIA:

As coletas de água para análise foram realizadas em seis pontos do Rio Tapajós, localizados na Vila de Alter-do-Chão, em setembro de 2009, e em 7 igarapés: seis ao longo da Rodovia Everaldo Martins, em fevereiro de 2010; e Igarapé do Irurá (dois pontos de coleta), no Bairro do Santarenzinho, em agosto de 2009. O pH e a temperatura foram quantificados utilizando-se  pHmetro HANNA modelo HI1295 no local da coleta. Para quantificar o alumínio presente nas amostras foi utilizado um fotômetro HANNA, modelo HI83200. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística utilizando o software Microsoft excel.

RESULTADOS:
Dentre as 14 amostras analisadas, 8 apresentaram concentrações de Al dentro dos padrões(0,01Mg/L) segundo a resolução 357/2005 do CONAMA. No entanto, 40% das amostras apresentaram concentrações de 0,02Mg/L, 0,03Mg/L, 0,06Mg/L e 0,08Mg/L, as quais estão acima dos limites estabelecidos pelo CONAMA. Dentre os valores de pH encontrados, 8 estão fora dos padrões (6,0 a 9,0) e variaram de 3,9 a 6,0. O Al encontrado pode ter origem antropogênica, uma vez que os teores de Al nos solos da Amazônia são elevados e o desmatamento leva ao assoreamento dos rios colocando o Al em contato com a água e a biodiversidade aquática. As águas estudadas apresentaram uso compatível com as águas de classe II, determinada pela Resolução 357/2005 do CONAMA, as quais são destinadas: ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, à atividade de pesca e à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas que são consumidas cruas.
CONCLUSÃO:

Por ser uma cidade que apresenta um elevado potencial hídrico, ao qual estão associadas diversas atividades de suma importância, a contaminação das águas por metais apresenta-se como um fator de risco para a população. Como demonstrado no trabalho, os níveis de alumínio dissolvido merecem receber atenção especial, uma vez que cerca de 40% dos resultados estão em desacordo com padrões estabelecidos para a classe II de uso, determinados pela Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Em trabalhos futuros, serão analisados outros parâmetros (Amônia, Cobre, Cianeto e Ferro) para investigar se há, também, contaminação por estas substâncias.

Instituição de Fomento: FAPESPA UFPA
Palavras-chave: Alumínio, Água, Santarém.